Ando tão envolvido com o meu mestrado, que vou até postar aqui um pedaço...
O ensino de história é um campo imensamente fértil para dialogar com os processos de identificação dos sujeitos - o que inclui o reconhecimento da diferença - e com os conhecimentos históricos – o que inclui o reconhecimento de sua dimensão discursiva. Isso desde que dialogue permanentemente sobre os valores e teorias que o informam, desde que os professores procurem "sair de si" e dialoguem com seus alunos. Indo, portanto, além do que apregoam os PCN:
"A intencionalidade de fornecer aos alunos a formação de repertório intelectual e cultural, para que possam estabelecer identidades e diferenças com outros indivíduos e com grupos sociais presentes na realidade vivida – no âmbito familiar, no convívio da escola, nas atividades de lazer, nas relações econômicas, políticas, artísticas, religiosas, sociais e culturais. E, simultaneamente, permitir a introdução dos alunos na compreensão das diversas formas de relações sociais e a perspectiva de que as histórias individuais se integram e fazem parte do que se denomina História nacional e de outros lugares."
E, sendo assim, corroborando com Foucault que:
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade."
Questionando discursos que representam interesses particulares como sendo universais, há que se buscar esse espaço, essa pluralidade do conceito de história em que "esta experiencia del outro, esta experiencia de su vivencia a través de la mía, fundamenta la comprehensión de los diferentes ‘mundos’ constitutivos de determinado período" e onde "o caminho para o outro passa pelo caminho para si" e vice-versa.
Conferir visibilidade, denunciar silêncios, preconceitos, exclusões e generalizações, no visível descaso da sociedade civil e do Estado para com a educação, são fatores motivadores dessa pesquisa, onde "nunca se descubren mundos nuevos, aunque es menester saber que un trabajo específico puede y debe hacer surgir nuevos aspectos que se han dejado de lado". Entendo o rompimento com os horizontes historiográficos valorativos da política homogeneizante de identidades, como essencial na desestabilização dessas construções e atento para a necessidade de perceber como, segundo Enriquez:
"O caminho para o outro, para a aceitação de outras culturas com as quais podemos dialogar, é muito longo. É um processo interminável. Não acreditamos, em todo caso, que basta mudar as estruturas econômicas e políticas. As culturas, quaisquer que sejam elas, tendem sempre a viver mais fechadas do que abertas (para provar sua identidade). O mesmo ocorre com indivíduos. O trabalho de transformação é, por isso, um trabalho sem fim, que exige igualmente mudanças radicais no psiquismo humano e no psiquismo social, mesmo considerando os limites inerentes a uma tal transformação."
18 comentários:
Opa, estamos neste mesmo barquinho da História... Que bom que esteja tão envolvido quanto eu. Não fazia idéia do seu tema, agora já tenho uma... rsrsrsrrs.
Bom, creio eu estar atrasada nesta caminhada... ainda não qualifiquei [ai meu Deus!]. E vc? Vou pegar sua idéia para mim e tão logo publicar algo sobre o meu trabalho.
As maiores e mais calorosas vibrações para ti!
=*
Jorge... descobri que sou bastante desatenta e talvez, quem sabe, tecnologicamente burra.
Só hoje vi que estou linkada entre os teus como "Esfinge"... rsrssrs
Adorei!
=*
Ah não...Salve Jorge não, isso não,eu fico na mão,porque mestrado eu não aguento mais não!!!
Brincadeirinhas a parte....o mestrado não é mole não,haja saco.
bjim
"O trabalho de transformação é, por isso, um trabalho sem fim(...)"
Mudar jamais será algo fácil! Como indivíduos somos o resultado de muitas instituições. Religião, política social, família, círculos de amizade... enfim... por vezes morre-se sem se descobrir quem realmente esteve presente no meio de tudo isso. O "SER". É preciso q aprendamos a nos reconhecermos entre tantos "modelos". É preciso q aprendamos a analisar o q nos chega e assim criarmos nossos próprios conceitos, p/q só assim estejamos realmente a escrever nossa própria história!!! P/q sejamos de fato um "criador" e não apenas mero espectador da nossa própria realidade!
bjs e prazer em conhecê-lo
E é um mestrado em quê?
É bom estarmos envolvidos assim...
como que se estivéssemos loucamente apaixonados...
gostei de saber*******************
beijoca
!
doi-m a cabeça e so te quis vir mm visitar!
nao prec isar ir ao meu!
beijoca!
Jorge, você fará falta na terça. Mas esteja comigo em pensamento, intenção, já vai ser muito bom.
beijo
hellooooooooooooooooooooooooo
Voltei ;)
Nova fase ;)
Kiseessss
Arte de Amar
www.pequenita.blogs.sapo.pt
Também gostei de saber um pouco do que e como vc está trabalhando... Quando vc falava de educação, eu ficava meio "arght", pq meio que sempre tive preconceito com essa área, não por considerá-la desimportante, mas por chatice da Faculdade de Educação mesmo. Agora que estou entrando em sala de aula, ainda não para ensinar, mas pra observar... comecei a me interessar mais.
Depois quero conferir esse trabalho completo, hermano.
Beijo grande e força aí... terás sucesso!
Irmã
Hei Salve Jorge...passando pra te desejar um Feliz Dia Das Crianças amanha!(hihihih).
Bjim querido.
Ola.... retribuo a visita. bj
Que bacana seu mestrado. Também sou professora. Minha formação é em psicologia, mas hoje, faria história. Semana que vem começarei uma pós em Estudos afro-brasileiros, pra ver se a gente bota pra frente a tal da lei.
beijo
As culturas são tão multifacetadas e têm tantas matizes que, por vezes, implicam inclusive mentalidades e tradições difíceis de alterar. No entanto, considero que as culturas dos povos devem se alterar em direcção ao respeito pelo ser humano, sem esquecer que o Homem deve estar em primeiro lugar.
E já que falas nisso, eu comecei o meu mestrado hoje... Ai...
Fica bem
Salve amigo Jorge,
Então, "nota 10" a você,
que sempre dá uma organizada nisso tudo onde colocamosas palavras no meio dessas incontáveis vírgulas que usamos, na tentativa de dar alguma forma para todo esse movimento fascinante que provocamos ao viver. e escrever
Muita força e sabedoria no teu mestrado.
(A)braços!!!E bom fds :)
Salve Jorge...passando pra te desejar um ótimo fim de semana!
Bjim
maravilhoso isso, quem me dera que o meu curso me desse tanto entusiasmo. Mas não dá, acho que nunca nada me dará essa vontade de beber, só mesmo a poesia e a vida e as pessoas que amo. nada mais. e já me consome tanto. ou eu me consumo, raios. nunca sei.
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