sábado, 26 de agosto de 2023

Velocidade ou Sem parar

 


Ela entrou no carro

Acelera!

Espera é que...

ACELERA!!!

Sem saber o porquê

Um contato que esbarro

Piso no acelerador 

Grita o motor

Canta o pneu

A velocidade cresceu

Ela grita mais uma vez

ACELERA!!!

O mundo vira um borrão 

Ela relaxa no banco de couro

O olhar já agradece

Aquilo vale mais que ouro

Ele mantém o câmbio na mão

Tocando a coxa

Escapei de um trouxa

Ela falou

Com um carinho no braço

Estranhos com um laço

E sem embaraço

Os dedos dela um caminho traçam

Haviam muitos carros na pista

Os olhares por um instante encaixam

Ela acha o espaço

Quando ele desacelera na curva

Ela pula

Você é louca

Você ainda não viu nada... acelera!

Sem ligar mais pra acidente 

Ele seguiu em frente

E ela com todo jeito

Deu aquele jeito

Fez do mustang veloz o leito

Grudados cada vez mais rente

Ela mordeu o pescoço

Assumiu o câmbio do homem

Com fome

Engatou a primeira

Faceira 

O resto é besteira

Meteu então a segunda

Rebolada safada da bunda

Esquecido de tudo ele soltou um tapa naquela maravilha profunda

Terceira 

Alguém buzinou lá fora

Ela adora

Muito mais ela devora

Já quicava desvairada agora

A quarta

Farta

Ele inteiro em cada pedaço ela abarca

Ele mantinha os braços firmes

Tudo duro

Tudo quente

Cada vez mais rápido

Eles iam queimando pelo asfalto 

Quinta

Sinta

Sem santa 

Só diaba

Me acaba

Quica essa raba

Danada

Ela delirava

Mais e mais ela desembestava

Infinita

A sexta

Ah... a sexta

Que a gente não é besta

É aí que a gente se beija 

Que tudo explode

O carro capota

Ah não fode...

Mortos 

Tortos

Eternizados