domingo, 19 de fevereiro de 2012

Ao mar...

Atiça a chama
Chama
Aquela vozinha que reclama
Conclama
Ao sabor do vento que alimenta
Aquela vida que arrebenta
E assoma acima da tormenta
Até se tenta
Mas é tanto que o crime não compensa
Névoa densa
Vida imensa
Quanto mais se pensa
Menos se faz
Então, se algo nas cinzas jaz
Há que se fazer um algo mais
E multiplicar o que se trás
Crime atroz
Seríamos nós
Chegarmos à foz
E não curtir o mar...

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Perspectiva...

Murcham as flores
Desbotam as aquarelas
Apagam-se as fotografias
Continuam a haver dores
Algumas sequelas
Inconstantes frentes frias
Sempre mais do mesmo
Não era isso que você queria ouvir
Mas no porvir
Só pode vir
A cada quero ir
A louca conjunção
Da sua condição
Onde o caos te pega pela mão
E ordem sopra movimentos
Temos de ir saboreando o vento
O fazer no reinvento
Curtindo a paisagem
Trabalhando na vertigem da viagem
Pois chegar é bobagem
Teleologia antiquada dos antigos
Perdidos do próprio umbigo
Mas tenho cá comigo
Que o único abrigo é o mundo
A única possibilidade é a vida
Posso ser raso, largo, profundo
Pode ser preta e branca pu colorida
Devaneios de um mero vagabundo
Mas curtir é minha saída preferida...