segunda-feira, 29 de setembro de 2008

De volta ou Queimando ao som...

Lá me fui pra Sampa
Que quem tanto trampa
Também merece um descanço
Que a vida não é só subir rampa
É preciso balanço
Então eu prontamente corro do sufoco
Deixo as obrigações esperarem um pouco
E como um louco
Danço...

Fui visitar a mama
Que também sou bom filho
Mesmo sendo dos que saem do trilho
Nunca esqueço da dama
A responsável por essa trama
Que me permitiu as possibilidades
Me trocou as fraldas
Achando espaço entre as laudas
Alimentou minhas potencialidades...

Além de muito cinema
Também teve passeio
Ida a Santos
Mesmo com o tempo feio
Nunca é problema
Que a gente rema
Teima
Expande os cantos
Alarga os mantos
Embeleza o tema...

Pra finalizar teve o Skol beats
Em grandiosas companhias
Novas e antigas
Boa gente amiga
Da mais fina maestria
Vibrando ao som dos bits
Delirando na remixagem dos hits
Quebrando as barreiras da matrix
Que é se acabando
Queimando
Ao som do que tá tocando
Que a gente vai se achando...

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

She´s leaving home ou Direito de se matar aos pouquinhos...

Salve salve pessoas, este é uma das minhas top 10 músicas dos beatles... creio que tem muita gente que nem repara nela.. mas acho que ela é de uma sensibilidade ímpar e dialoga com essa vontade inconstante de tão constante que me habita o peito.. esse desejo "sagitariano" de sempre ir e se jogar nos abismos... como a lua sempre me guia, ela sempre me chama aos precipícios...

http://mixandoassovios.blogspot.com/

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Sobre convites de aniversário ou Venha-se embora pra Pasárgada...

Pra quem gostou do convite desse ano, dêem uma olhada no do ano passado.. esse sim ficou de primeiríssima...

http://salvesalvejorge.blogspot.com/2007/09/venha-se-embora-para-pasrgada-ou.html

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Convite ou Canção do refúgio....

Minha terra tem zoeiras,
Onde se bebe pra daná;
E os malucos que aqui festejam,
Sempre aparecem por lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas lombras têm mais flores,
Nossos bosques têm mais bebida,
E na bebida mais amores.

Ao fazer fumaça à noite,
Mais loucura encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se fuma pra daná.

Minha terra tem sabores,
Que tais não encontro eu cá;
Pra me embalar toda à noite–
Mais lissergia encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se dança pra daná.

Não permita Deus que ninguém morra,
Sem que consiga se acabá;
Sem que disfrute os frescores
Que não se permite por cá;
Sem qu'inda participe das zoeiras,
Onde tudo é festejá


Salve salve ilustre pessoa, que mais uma vez eu venho convidar pra vir engrandecer meus festejos de aniversário na famigerada e mais que tradicional chácara do Gordo, na travessa da perdição sem número, no rumo do amanhecer vindouro. Tal celebração dar-se-á no dia 25/10 a partir das 22h horas, bastando levar a mente aberta, as pernas agitadas, uma caixa de cerveja e ânimo pra mais uma empreitada...

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Fixing a Hole ou Maria...

Mais uns desvarios lá no musicalidades...

www.mixandoassovios.blogspot.com

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Pra quem incendeia ou Doce acidez...



Pro meu azul


Tem muito vermelho


Um tanto invertido


Mas ao contrário do espelho


Vento sul


Sempre munido


De fina ironia


E de uma simpática antipatia


Que arroxa minhas cercanias


Com seus olhinhos de caos


Pura entropia


Impura pira


Incandescente


Indolente


E ainda por cima exigente


E põe exigente nisso


Fogueira


Que atiço


Como se fosse a derradeira


Incêndio incontrolável


Devastador


Mas inversamente adorável


Seja num sério labor


Ou falando besteira


Ela faz agradável a vista


De quem se equilibra


Na beira


Do abismo


E dista


Com ímpar fibra


Do autismo


Da maioria


Nem tanto pela fineza da ironia


Ou pela doçura da acidez


Que queima o que vem pelo caminho


Mas pelo talento em ser espinho


Em ser flor


Rubra cor de vinho


Onírica todo o momento
Ela é um delírio


Como a morte


Forte


Maior que qualquer corte


Que qualquer martírio


Por isso que tento


E me reinvento


Pra que puxes assento


E assente


Aqui na frente


Pra gente finalmente


Poder encaminhar devidamente


Olho por olho


Dente por dente...


quinta-feira, 4 de setembro de 2008

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Eu e minhas páginas em branco ou Vermelho...

Eram realmente muitas páginas, ele pensou olhando aquela brancura vasta e imaculada. Lembrou-se de quando rolou nas colinas cobertas de neve nos vinhedos de Assis. Lembrou-se da igreja que fora destruída pelo terremoto. Ele era sempre isso.. páginas em branco e memórias desbotando. Olhou as horas no relógio, mais para desviar o olhar da brancura do que por se preocupar efetivamente com a passagem do tempo. Suspirou, enquanto ela entrava fazendo o ar parar.
- E então?
- Nada...
- Quer um cigarro?
- Já fumei oito.
- Sabe o que dizem...
- Nove pra dar sorte?
- Noves fora zero.
- Quem diz isso?
- Meu avô.
Ele resignou-se, pois se vinha de um avô, alguma sabedoria devia ter aquilo. - Certo. E seu avô fumava muitos cigarros e escrevia muitos livros, eu suponho.
- Não. Mas assim como você, ele contava histórias.
- Mas é muito mais fácil quando se está só entretendo uma criança e não ganhando o pão nosso de cada dia.

- Se você diz.. - ela disse parando para acender o cigarro, protegendo a chama com a mão em concha e mudando a perspectiva do assunto. - Eu sempre adorei as histórias dele. - soprou a fumaça como se isso fosse um argumento. - Elas sempre me faziam pensar que tinha mais coisa que eu queria saber.
- As boas hstórias são assim.. - ele disse aquilo sem se importar nem um pouco, enquanto tilintava o indicador na tecla tão indiferente quanto ele. - Eu queria ter uma boa história pra contar...
- Por que você não conta sobre a vez em que matou o dragão? - soprou a fumaça que formava uma densa névoa ao redor dela, como se o ar fosse a página daquela personagem.
- Eu não mato dragões... - ele disse abanando a fumaça.
- Bom.. então você pode falar sobre quando fez a lua descer no lago só pra me provar que ela não era de queijo.. e que não tem nenhum coelho estampado nela.. - ela soprou a fumaça pelas narinas, enquanto apoiava o cotovelo fumante numa palma de mão, de forma aristocraticamente ereta, tornando a névoa rebuscadamente vermelha, como um manto ou um par de asas cor de sangue.
Ele riu achando uma graça boba dela.. - Ninguém quer saber das nossas intimidades.. isso só tem graça pra nós dois...
- E não é um bom começo?
- Sou horrível com começos..
- Querido. Não importa o que você conta.. é como você conta, que conta. - a brasa incadecente quebrou o silêncio fumegando possibilidades, alaranjada no mundo vermelho-neon como um bordel de beira de estrada.
O dedo dele apertou um "S".. depois um "e".. - Mas falta a matéria prima... - "espaço"...
- Ela nunca falta. Ela só sobra. Ela afoga. Ela queima. Ela teima. Ela assoma. Ela roga. Ela droga. Entorpece. Agora.. - e tomou o indicador dele colocando no umbigo dela.. - Faltam olhares e explosões incandecentes de lava... - ela sentou no colo dele recolhendo as asas e deixando o mundo dele abafado sob sua cascata flamejante. O dedo subira do umbigo para os despautérios dela. - Tenho uma matéria prima pra você... - e riu diabolicamente...
- Eu conheço essa história - ele sorriu com ironia esquecendo de ser gaivota num céu azul, como se isso pudesse defendê-lo.
- Ah... mas eu nunca te contei ela desse jeito...