segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Por tudo que há...


Acredite em mim
Foi pra isso que vim
Sou desmesurado assim
Mas é por bem
E todo ano
Rumo ao infinito e além
Faça plano
Que planejamento igual não tem
De com um povo insano
Por uma noite me cercar
E eles hão de cantar
Cantar, dançar e endoidar
Por horas a fio festejar
Reúno meus melhores amigos
Minhas musas e camaradas
Pois tenho eles comigo
Em cada passo da estrada
Em cada pormenor que consigo
Nas cores que tinjo a alvorada
E digo para cada amig@ o quanto amo
Tudo parte do plano que tramo
Com luzes, doces e bebidas que derramo
Com o carinho com que os conclamo
Amo
E isso me abastece pra vida
Ela fica mais colorida
Mais fácil de ser vivida
Por todos esses seres fantásticos que conheço
Que não tem preço
E se tem uma praça
Fazem graça
Deixam tudo do avesso
Só assim me esqueço
Dos males não padeço
E faço
Volteio meu traço
Me engraço
Com a energia de cada abraço
Que levo assim em mim
Valeu galera...

quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Carta para Hélio Lopes



Salve pai... como vão as coisas por aí? Por aqui tá difícil, negão... você não dimensiona a falta que faz. 
Teve encontro da família Lopes dos Santos esse ano na casa da tia Vera. Foi o maior barato. Primos de todos as bordas, arestas deixadas de lado. Do jeito que você gostava e fazia acontecer. Falamos de você, da vovó, do vovô... de todos que seguem em nós. Tanta falta. Foto pra tudo quanto era lado.
O doutorado tá difícil, porque junto com o trabalho sobrecarrega mesmo. Mas é época de inferno astral, pois sua partida teria que ser num inferno astral, ainda que o Fred diga que isso não existe. Como existe.
Você ia gostar muito do apartamento novo e estaria orgulhoso como minha mãe. Afinal você era meio mãe e talvez por isso o melhor dos pais. Hoje eu entendo como nunca como ter pai trás paz. Até porquê sou um pseudo pai pra muito aluno na escola. Todo mundo precisa de um pai. Alguém que saiba te dizer que você tá fazendo merda e pode fazer tão melhor. Alguém pra te aplaudir quando você conseguir. Alguém pra achar que você não é melhor que ninguém, mas como você é especial. Eu sinto saudade de tudo e falta de cada instante desses quatro anos que não pode ter sido. 
A eleição tá tranquila, mas o clima tá tenso. Muita gente reclamando, nem tantas fazendo, o mundo girando e se corroendo correndo. O Agnelo não ganha nem pra síndico do bloco, mas acho que a Erika Kokay vai ter uma boa votação. Vou votar na Maninha pra distrital, pois não estou satisfeito com a aliança PT/PP e não quero eleger o Paulo Roriz. Eu sei, negão... eu sei. Mas eu acho que faz parte do processo.
Em novembro tem show do Deep Purple aqui em Brasília. Vai ser bruto...
O Guto cada vez mais bombeiro e sempre gente boa. A Dé trabalhando cada vez mais. A gente perdeu o bebê, mas logo vem outro. Serias um tremendo avô babão... você meio que já era, mesmo que do neto dos outros. 
A escola me cansa, mas as crianças me encantam. Algumas me cansam também, mas me dão esperança. Os adolescentes me dão preguiça. Alguns me encantam. Outro dia conversava com um aluno Matheus, na feira de ciências, sobre essa falta que se leva pro resto da vida. Ele perdeu a mãe com câncer recentemente... 45 anos. E eu repeti o que digo sempre e que digo desde quando descobri que isso ia acontecer: "eu sou feliz por tudo que houve". Eu sei que a grandeza dela é proporcional a isso tudo que você foi.
Tô feliz de dar aula na UnB, ainda que seja de uma maneira meio tortuosa. O Zé me passou um monte de documentos e papéis seus da época. Diz muito sobre você.
COmo disse, tô na correria.. 2 turmas de trabalhos dos mitos e 10 pacotes de prova me aguardam. Só queria te lembrar que eu sinto sua falta pelo grande pai que você foi, porque isso eu nunca esqueço.

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Convite pra festa

Salve salve pessoa
Minha voz até aqui ressoa
Para um convite lhe fazer
Só pra te dizer
Faça o favor de aparecer
Que sua excelência venha
A vida por um dia a gente empenha
Já sabes a senha
Do lugar que não há espaço que contenha
Que já chamamos de Passárgada
De nossa terra de zoeiras
Pois se a festa somos nozes
Basta somar nossas vozes
Tomarmos mais algumas doses
Pra começarmos a voar
Entre a dança e o sonhar
Com a multidão, grupo ou par
Todos começam a se deixar
Damos mais algumas bolas
E tudo embala
Ninguém nos cala
A euforia nos assola
Euforia e me dê
Os sentidos ficam ácidos
É olhar pra você
E ver o paraíso nos plácidos
As delícias de viver que o corpo fala
Venha dá-las
És dessa gente que deita e rola
Mesmo quando a vida nos esfola
És das que tem a contra-mola que resiste
E insiste
Em fazer festa
Em alargar a fresta
És dessa gente que desembesta
E uma vez por ano me empresta
O prazer de se acabar
Pra mais um ano começar
Com a apoteose de um aniversário
Que é só o berçário
Desse melhor que há em nós...




domingo, 17 de agosto de 2014

Para além da caixa...


Me afastei de Pandora
Por sua longa demora
Não em fechar a caixa
Mas em perceber a cilada de Zeus
Mas feliz foi Prometeu
Que não via crime
No ato pensado
Fogo para o homem
Para a mulher
Para o par
Hermafroditas cortados no mito
E no dito
Vivem as tais memórias num infinito
Tantas sensibilidades que não cabem em palavras
Sei que te cito
Pra poder me perder
Que nesse padecer
De relato
Navego o tato, o paladar e o olfato
Mas não serei ingrato
De não arrancar um suspiro e um delírio
De quem vendo além do martírio
Desse mundo fechado
Abre incomensuráveis caminhos
Desalinhos
Ímpares de tão pares...

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Sobre o choro...

Os homens e o choro
Se não me falha o pensamento
São como um desaforo
Desde que por gente me entendo
Se acontece
Logo vem remendo
É por dor?
Então pode ser
Mas de sofrer?
De padecer?
Coisas de sentimentos
Que coisa
Um momento
Chorar é um problema
É o lema
Dessa adultância toda por aí
Bom é infância
Que tem choro e afago
Mais um trago
Pois sou de choro
Esse falar dos olhos
Que cai sobre as letras
Como os pingos dos is
Em tudo que já fiz
Apaixonado
Engendrando o amor
Muito choro foi chorado
E sempre que possível com sorrisos
E quando não
Não menos experienciado
Um fado
Mas não um fardo
Assim como ardo
Derramo...


quarta-feira, 14 de maio de 2014

À minha filha que não vai nascer

Hoje, dois irmãos, uma menina de 13 e um menino de 9 morreram queimados na Ceilândia por conta de um sujeito que alega uma dívida do irmão mais velho delas.
Uma mãe e a filha pequena morreram por conta de um bêbado no trânsito. Tá na capa do Correio embaixo da Monstra no banheiro dos fundos.
Aquele médico que esquartejou a amante em 2003 vai ser julgado de novo. Ele tava em liberdade.
Mataram uma mulher por um pacote de biscoito.
Linxaram uma mãe por ser uma "bruxa" que sacrifica crianças.
Bárbaros, meu filho?
Não... humanos.. como você seria, minha filha. Damasiadamente humanos.
A vida é violenta. Um pega pra capar sem fim.
Um aluno morto.
Um pai de alunas assassinado.
A antiga vizinha que definha.
O Leitão.
O Jair Rodrigues, que era só alegria.
O amigo da mãe subitamente em um festival.
A vida tem o compasso da morte, Joana.
Desde o início.
A morte é minha personagem predileta.
Não por ser doce, nem por ser bala.
Por ser inevitável...
Mas a vida não é bem durável
É um sopro
Um suspiro
Um assobio
Um delírio.
Que vale a pena
Mesmo se não plena
Helena
A passagem terrena
Compensa
Por mais curta que seja
Obrigado, querida
Pois a vida se dá enfrentando a morte.

sábado, 26 de abril de 2014

Sobre ser pai


Pelo sol que me guia
Do grego, Hélio
Vos digo
Tenho comigo
Que é um perigo
Como nenhum outro
Como uma viagem
Da qual muito se ouviu falar
Vistes as fotos
Ouvistes as histórias
Das vitórias nas glórias mais simplórias
O nível é árduo
Mesmo que se narre um padecer doce
Do videogamezês, modo hard
Mas profícuo
Ver na vitória dos mais tolos desafios
A apoteóse singela
Sei disso
Sou professor
Mestre em propor narrativas
E senhor de minhas responsabilidades
Mundanas ou insanas
Tenho agora esta
Intensa como nenhuma outra
Pois trabalhar com potencialidades
Tem um ímpar sabor

segunda-feira, 31 de março de 2014

Ditadura



Nós não precisamos de outra ditadura militar. Mas a ditadura não acabou, mesmo que não seja mais milíca, mas tenha milicos ocupando a Maré. Segue a ditadura do Estado e dos modos de ser ligados a ele. A ditadura do consumo desenfreado. A ditadura da lógica bitolada. A ditadura do falar muito e fazer pouco. A ditadura hierarquizante... sexista... racista... ela continua te dizendo como deve ser. E você continua jogando o jogo da guerra sem poder vencer. Ou não. Tem quem faça diferente. Mas esse gente inconsequente lembra a toda gente, que a lombra é mais profunda. Que a ditadura ainda abunda, nas microfísicas dos poderes... na ordem dos discursos... nas pesquisas de opinião e dias comemorativos...

http://planodeaulasdehistoria.blogspot.com.br/2014/03/porque-nao-precisamos-de-outra-ditadura.html

quinta-feira, 20 de março de 2014

Outono


Outono
Ou tino
Ou trono
Ou tonto
Ou tanto
Ou tento
Ou tinto
Ou tô no
Ou tamo
Ou tramo
Ou tremo
Ou te amo
Ou te chamo
Ou temo
Outrém
Ou ontem
Ou tem
Out
Ou
O

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Do que só é


Por favor
Por amor
Que o fervor
Desse ardor
Desse ardil
Do olor
Do sabor
Do frescor
Por fervor
Por ser mil
Estupor
Sim senhor
Sem pastor
Soa motor
São doutor
São doril
Tem a dor
Tanta dor
Tonta dor
Tantra dor
Tirinta dor
Tirinta amor
Tentador
Tinta e cor
Cortando meu eu com tantas semânticas
Desenhos perenes no meio do nada
Vertigem
Miragem
Fingem
Bobagem...

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Segunda Fábula Segundo Se...



(Por ali estava o menino. Ali, o menino e seu desatino. Talvez fosse obra do destino.. talvez não. Mas estando ele ali ao nível do chão, seguiu com a procissão até ter uma ímpar visão. Viu, o tal menino, em meio ao turbilhão, um sábio, consultando o astrolábio, lendo os astros e decifrando os meandros da criação...)

- Oi...

- Pois não? Diga logo menino, o que queres saber, ó pequenino.. pois meu tempo é curto e posso ter um surto se me demorar com o que tens a perguntar..

- Ah bom.. bem.. tá bom.. eu nem ia perguntar.. mas já que o senhor falou assim tão bonitinho.. bem.. o que é a felicidade?

- A felicidade é um estado!

- Que nem Minas Gerais?

- Não, não, pequeno órfão.. a felicidade é um estado, como quando quero dizer uma situação.. e por isso mesmo ela nunca é, ela só está!

- Ah tá.. que nem quando a professora fala pra mim.. "sua situação não tá nada boa.."?

- Bem.. mais ou menos.. talvez o entendimento não tenha sido pleno.. façamos assim.. felicidade é um estar sereno como quem caminha num jardim.. e tendo passado o último jasmim, já não mais é.. apenas estava.. restou fé e saudade, mas isso não é nem a metade sequer...

- Então a gente só pode ser feliz quando já passou?

- Assim é pra maioria.. presos no frenesi do dia-a-dia.. pensando sempre no que deveria, enquanto sente o estômago queimar de azia.. mas há quem curta o passeio e a companhia.. mesmo sem saber a que veio, não segue a esteio e para ter paz, faz...

- E como faz?

- Só se se sabe fazendo.. não tem remendo.. conforme vai vivendo, há que crescer o querer desse viver.. ou simplesmente é como os demais que vão esmorecendo.

- Eu vou crescer bastante e ser bastante feliz.. estar bastante feliz.. sei lá... (disse o menino sem nada entender, vendo que o estranho velho já não estava, como se pudesse desaparecer, escafeder, entre toda aquela multidão brava, que passava, sem dar-lhe nenhuma atenção..) Fé em mim há.. e um mar por alcançar...

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Estradas e Universos



Voltei da Universo
Juntei o disperso
E através do meu verso
Te conto o interno representacional inverso
Paralelo
Faço um elo
Para travar o duelo
Em um dançante castelo
Ladrilhos amarelos
Pro nosso valsar
Começa com um par
Depois é só multiplicar
Pois cada pessoa ressoa 
E o tempo é coisa atoa
Tal a imensidão do mar
Mas o jogo é de pés na areia
Um mundo colorido
Digamos uma aldeia
Enquanto a noite alteia
Caímos na teia do indefinido
O cabelo serpenteia
Os sentidos são invertidos
E me dê o embalo
Se sabe do que falo
Do mundo onde tudo pode ter sido
A hecatombe de um abraço
A delícia da apoteóse para qual nasço
Um beijo
Um elogio'
Um delírio
Um mundo mentolado
Um transe
Avance
Não há como ficar parado
De ar vibrante e água gelada
Se faz o oásis dessa enseada
As energias para a jornada
Que a estrada tem buracos
Mas traçamos arcos
Nos rastros das nossas asas