quinta-feira, 29 de março de 2012

Nota de repúdio

Nessa nota
Que ninguém nota
Minha letra morta
Vem consolar meu verbo
Perdido entre tantos adjetivos obtusos
Que seus fazeres se tornam confusos
E a ação fica torta
Isso quando não se aborta
Pelo bater salutar da aorta
O viver
O alvorecer
Um tanto que pode ser
Mas que a sintaxe corta
Por uma semântica apaziguadora
Pela tranquilidade da doutora
Por uma carne que doura
Mas não assa
Aquele blazê sem graça
Perpassa
A condição das sinapses
Desejosas de alguns ápices
Enquanto se afogam no concreto...

sábado, 17 de março de 2012

Sonhei...

Sonhei com uma fada
Encolhida num canto
Por ter sido esquecida
E estar fadada
Ao desencanto
Na minha memória adormecida
Ela seguia subsumida
Sem riso, nem pranto
Mas ainda alada
Pois ela não queria nada
Além de um tanto
De vida
Falei, então, em esperanto
Para a fada em minha mão espalmada
Que a tal vida só era colorida
Pelo surrealismo que ela me dera
Pelos horizontes além da esfera
E que minha gratidão eterna era sincera
E era isso que a aprisionava...

domingo, 11 de março de 2012

Assim assado


Assim

Idos
Munidos
Tanto que poderia ter sido
Sem fim
Carcomido
Aos sumidos
Subsumidos
Na poeira carmim
Tenho pra mim
Assumidos...