sábado, 12 de setembro de 2015

Ainda eu...

Me divirto nos meandros. Continuo sem crer em nada "por natureza". Teimoso por minha própria parte, embora todas as minhas partes já tenham vindo partidas previamente, sou partícipe como posso do quebra-cabeça da partitura ímpar particular. Tenho duas pulsações que me impressionam além do impressionismo impresso na carne. Sigo sempre contraditório e até nisto invisto se insisto que disto disso dito mesmo se não cito. Mas generoso por forte egoísmo. Choro e amo quando tramo, declamo ou conclamo as semânticas a uma revoada qualquer. Admiro a liberdade por seu peso, que prende quem não se rende e aprende que o que pende expande enquanto acende. Ainda escrevo..
Meu mundo segue azul na maior parte, mas as nuances elaboram suas próprias categorias. Mas as paisagens ganham em caledoscopia. Vão se as brigas vãs se as obriga a se abrigar nas vãs ou nos vãos dos limites. Torço as almas para arrepiar as carnes. Gosto ainda mais dos animais do que da gente intransigente, dormente, presa bastante ao batente, mas ainda desgosto de pombos. Necessito de água. Água me falta mesmo sendo 75% feito dela. Sou só ar e fogo. Faço natação, tomo banho de chuva, de mar, de rio, de cachoeira, de chuveiro, de gozo e onde mais ela te molhar. Mas sou sopro leve no rosto suado. Tenho a cabeça no ar, asas no escolar, pés no lar e fogo no par. Luto contra o trânsito, transito de bicicleta, detesto som de buzina (devia ter limite: cada pessoa pode dar 3 por dia, daí não se gastava à toa). Cacos urbanos, melhor era o caos, que a gente chata, achatada, arrastada, gente reclamona.. mas ainda adoro gente. Sou dos meus muitos amigos. Poucos. Tento não perdê-los de vista, pois os novos não apreendem os peitos abertos. Não encaixam no levar comigo quando persigo o perigo.
Ostento minhas cicatrizes e faço delas tigres. Sou como o sol que ama a lua. Me embriago de comer. Desnecessariamente refaço nessa mesma ordem. Prezo o silêncio.. mas ainda prefiro quando o ar vibra. Falo mais que demais, mas escuto com atenção. Sei os meandros de um bom morder.. desde idéias até pescoços. Esfumaço os alicerces do real criando o que representa possibilidades de contato. Nunca tentei suicídio. Ainda gosto de não morrer.. e a morte segue uma das minhas personagens prediletas. Sábia. Dou valor ao que pousa diante dos meus olhos e canto. Brasília não tem esquina, mas tem cada vez menos Brasília.
Me envolvo até quando não quero se sou chamado. Canto Raul, Bob, Floyd e outros mutantes. Sigo descansado como dizia meu saudoso pai. Me perco em abraços. É o que consigo. Conservo meus medos e os mantenho acesos. Torço para que as mulheres libertem o mundo dos homens. Sou dependente de mulheres e homens. Sou feminista. Sou de boa na revolução. Sou defensor de abacateiros oprimidos. Sou professor do que professo do avesso do avesso do avesso. Ou nem isso.Sou um erro. Sou vários erros. Sou um aprendiz atento, mas sou também um doidão errante. Sou pai, sou um parto, sou um aperto, um peito aberto, sou inebriante.
A lisonje é toda minha...