(Ela deliciava-se ouvindo The Doors. Ouvir Jim Morrison sempre lhe excitava os sentidos.) - Come on... come on.. come on, touch me baby.. can´t you see that i´m not afraid?.. What was that promess that you made.. (Soltou os cabelos desejosa de libertar-se dos arredores sufocantes.
Chamava-se Cassandra. E ali onde se refugiava, Cassandra era uma rainha. Fora dali era apenas Cassandra. Tinha um emprego mundano. Colegas apagados. Atribuições burocráticas. Espectativas insossas. Devaneios vãos.
Eu disse fútil? Perdo-me, quis dizer Cassandra, a grandiosa.. nã... não.. sinto muito.. eu.. euu.. a.. aahh...)
- Porco maldito e pretencioso. Deixe-me apenas prender o cabelo e abaixar esse barulho infernal. Maldito lugar quente. "Cassandra, a fútil".. ora vá pro inferno seu autorzinho de merda. E você aí, a concordar com isso, não é? Não pense que me engana.. sei como gente como você funciona.. fica daí do seu mundinho, concordando com o que é dado e simplificando toda a minha profundidade. Tudo bem, eu me chamo Cassandra.. mas já fui a preferida de Apolo.. a primeira entre suas sacerdotisas.. a maior profetisa.. filha de Príamo.. e veja só onde fui parar.. num bloguezinho de segunda categoria.. ao som de rock dos anos 70.. por favor.. à mercê de um pretenso fanfarrão de adjetivos. Eu era cantada pelos aedos.. depois pelos bardos.. e agora tenho de deixar a Terra das Quimeras para habitar esse conjunto de pouca significância. Esnobe eu? Por favor.. eu sou divina, ser ínfimo. Deveria ser eu a ler você fazendo tolices insignificantes no entremear de seus posicionamentos levianos. Hunf.. ao menos aqui posso fumar um cigarro.. ainda que tenha de tirar essa estupidez de filtro.. filtro.. filtram tudo e apreendem nada. Hunf.
- People are strange.. when you're a stranger, faces look ugly when you're alone.. women seem wicked, when you're unwanted, streets are uneven, when you're down.. When you're strange, faces come out of the rain.. when you're strange, no one remembers your name..
Eu já tive outros nomes. Assumi muitas roupagens. A gente tem de se virar pra sobreviver.. pelo menos sei que nunca vou morrer de câncer de pulmão. Um dia só não vão mais lembrar de mim.. niinguém vai mais me acionar e PUFT.. Cassandra, "a fútil", já não existe mais. Será bom poder ir perambular por outras cercanias.. claro que vou sentir saudades daqui. Não de vocês. Nem do dono de todo esse sangue malditamente gosmento e real. Vou sentir mais falta desse cigarro, posso te garantir. Desse prazer.. tão fulgaz, que é perfeito. É a ardência inigualável de matar algumas células. Elas explodem de prazer. Azar das que vão, sorte das que ficam. Nada como o prazer de capturar os desígnios da própria mortalidade.. isso é válido mesmo pra mim, com minha mortalidade muito mais complicada que a sua. Ahhhh, inferno... inferno.. inferno! Bom.. acho que está tudo resolvido por aqui e posso ir. Você também já devia ter voltado pra sua vidinha fútil... isso mesmo.. FÚTIL!!! F.. Ú.. T.. I.. L!!! Ei.. o que diabos.. larga isso.. nã.. e.. eu não quis dizer aquilo.. voc.. c.. a.. aahh... ...
...
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Saudade ou Distância...
Quando me embalas
Envolto pela saudade
Padeço da ausência de tuas falas
Parece tão diminuta a cidade
Por mais que adormeça o cotidiano
Sedento da reciprocidade
Daquele momento mundano
Cujo sabor fulgaz
Era minha apoteóse
Curativa do dano
E mesmo da vicissitude mordaz
Melhor que qualquer dose
Ou que todos os tragos
Custurava os rasgos
Tão largos
Dos meus aceitos
Aquecia o leito
Pra tudo davas jeito
E eu aqui morrendo dessa saudade
Me parece até maldade
De algum diabrete
Ou outra entidade
Que não quer nos ver
Dividindo um sorvete
Caçando bobagens pra fazer
Ruim é não ter-te
É ruim pra valer
Um universo eu teria a verter
Pela dona desse mar
Ah, mar teimoso
Que insiste em se mandar
E me deixar aqui saudoso...
Envolto pela saudade
Padeço da ausência de tuas falas
Parece tão diminuta a cidade
Por mais que adormeça o cotidiano
Sedento da reciprocidade
Daquele momento mundano
Cujo sabor fulgaz
Era minha apoteóse
Curativa do dano
E mesmo da vicissitude mordaz
Melhor que qualquer dose
Ou que todos os tragos
Custurava os rasgos
Tão largos
Dos meus aceitos
Aquecia o leito
Pra tudo davas jeito
E eu aqui morrendo dessa saudade
Me parece até maldade
De algum diabrete
Ou outra entidade
Que não quer nos ver
Dividindo um sorvete
Caçando bobagens pra fazer
Ruim é não ter-te
É ruim pra valer
Um universo eu teria a verter
Pela dona desse mar
Ah, mar teimoso
Que insiste em se mandar
E me deixar aqui saudoso...
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Ao aniversário do Capela ou Minha contribuição musical...
Foi com o surgimento do Capela
Bar de minha adoração
Que fundou-se bravia tradição
Fazer dali palco da música
Pra todo tipo de celebração
Para temperar as ebriedades
E também nossas seqüelas
Abriu as portas esse Capela
Templo das festividades
Há diversas formas de musicalidade
Nem que fosse na palma da mão
Fosse um samba de primeira
Em plena terça-feira
Com gente pelo ladrão
Ou ainda um arrasta pé danado
De deixar vizinho indignado
Enquanto ferve o Gonzagão
Sempre tinha Raulzito
Rock de todo tipo
Inclusive som esquisito
Que só ali pra se ouvir
Coisas difíceis de definir
Mas boa de puxar um pito
Mas vieram as leis e a burocracia
Dizer que ali não se permitiria
Esse tipo de anarquia
Que alvará e outras primazias
Iam acabar com a cantoria
E, vejam só, não haveria
Anarquia capaz de resistir
Mas com tanta loucura bela
Na parede do Capela
Imagina se a Jujuba ia desistir
Fez roda de samba, lançamento e festival
Aniversário, campeonato e concentração de Carnaval
Nunca deixou de insistir
Que a sonzera é fundamental
E por isso o Capela tem o caneco
Mesmo sem som cotidiano
De ser o grande buteco
Com o melhor som aqui do Plano...
Bar de minha adoração
Que fundou-se bravia tradição
Fazer dali palco da música
Pra todo tipo de celebração
Para temperar as ebriedades
E também nossas seqüelas
Abriu as portas esse Capela
Templo das festividades
Há diversas formas de musicalidade
Nem que fosse na palma da mão
Fosse um samba de primeira
Em plena terça-feira
Com gente pelo ladrão
Ou ainda um arrasta pé danado
De deixar vizinho indignado
Enquanto ferve o Gonzagão
Sempre tinha Raulzito
Rock de todo tipo
Inclusive som esquisito
Que só ali pra se ouvir
Coisas difíceis de definir
Mas boa de puxar um pito
Mas vieram as leis e a burocracia
Dizer que ali não se permitiria
Esse tipo de anarquia
Que alvará e outras primazias
Iam acabar com a cantoria
E, vejam só, não haveria
Anarquia capaz de resistir
Mas com tanta loucura bela
Na parede do Capela
Imagina se a Jujuba ia desistir
Fez roda de samba, lançamento e festival
Aniversário, campeonato e concentração de Carnaval
Nunca deixou de insistir
Que a sonzera é fundamental
E por isso o Capela tem o caneco
Mesmo sem som cotidiano
De ser o grande buteco
Com o melhor som aqui do Plano...
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
Pasárgada ou Meu reino encantado...
Abri as portas de Pasárgada. Abri-as aos loucas e loucas que haviam sido devidamente convidados, como manda o figurino. O dia vinha nublado e a meterologia um dia antes anunciara "haverá chuvas e trovoadas por todo o Centro-Oeste", mal sabiam eles que não chove quando abro as portas de Pasárgada..
Foram iniciados os preparativos. Movidos os móveis, tirada a poeira, posicionado o som.. mas creio que cabem aqui enumerar as forças que se mobilizaram contra a concretização desse evento.
Primeiramente, já no dia, descobri no local onde havia reservado o som,q ue este por lá não se encontrava. Isso acabou sendo resolvido, graças ao surgimento do Júnior, que disponibilizou uma excelente caixa de som e um amplificador de 1a qualidade..
Seguiu-se uma correria frenética e uma falta de tempo intensa, já que chegar até os portais de Pasárgada era impreender jornada pelo espaço..
Mas quando tudo estava tão pronto, que mais não podia estar, ao mecher o mouse pra dar início À sonoridade, por dois meses preparada e mixada, que ressoaria por mais de 10 horas.. eis que o computador fez PUFT.. queimou a fonte..
Junto do Gordo, meu grande amigo e dono da chácara por onde se adentra Pasárgada, voltamos pra Brasília e com outra fonte em mãos, retornamos, já muito atrasado e com todos os meus convidados me esperando, para Pasárgada. Ao ligar a fonte, o computador funcionou malandramente por 2 minutos e PUFT.. deu pau de vez..
Sorte das sortes que eu estava munido do meu mp3, onde tinha todas as músicas da festa, mesmo que não na exata ordem.. mas fazer o que.. ligeui-o nas caixas e.. bem, esqueçamos os problemas e começos a falar da festa propriamente dita..
Quando tornei à Pasárgada, para minha comoção, fui recebido pelo espectantes convidados com palmas e parabens de fazerem retumbar o peito.. dei o jeito nas caixas da sonoridade e ponto os doidos pra saltar, passei à distribuição dos temperos de felicidade.. ainda que não tenham sido suficietnes para todos, temperaram e potencializaram os ânimos de pelo menos 40 insanos.. eu acredito que tenham passado por lá umas 60 cabeças desvirtuantes de realidades dadas..
A euforia foi intensa.. os movimentos eram frenéticos.. a satisfação era plena e catarse apoteótica de prazer enlouquecido era inconteste..
Enquanto a trilha sonora da insanidade seguia numa saraivada de Fatboy Slim, Maddona, Paul Oakenfold, Infected Mushroom, GMS, Rinkadink, Protoculture, Astrix, Pink Floyd, Joe Cocker, Jorge Ben (esse foi o meu auge ao som de Jorge de Capadócia.. risos, afinal sou libriano com gosto né..), Bob Dylan, Creedence, The Doors, Led Zeppelin, Beatles, Raul Seixas, Mutantes, Secos e Molhados, Hair, Jimmy Hendrix, Black Sabbath, Kiss, Dire Straits, Michael Jackson, Cazuza, Legião, Ultraje, Planet Hemp, Chico Science, Cordel do Fogo Encantado, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes.. e por aí foi.. até o sol nascente nos abençoar com suas boas energias..
Foram tant@s os bons loucos por lá, que nem ousarei listá-los todos, listarei apenas os librianos que me deram a honra de por lá celebrarem seu ano iniciado, lá em meu espaço: Kauara, Estevam e Madeirite.. que foram tão louvados por lá quanto eu.. e não mereciam menos afinal de contas..
Enfim, houve tanta ebriedade, inigualável insanidade, para aumentar minhas felicidade, advinda de toda a assiduidade, de todos os companheiros, dos novos aos primeiros, que satisfez minha vaidade, vendo tamanha grandiosidade, espalhada em meu terreiro..
Agradeço a todos, por ali estarem.. por me darem o sabor da companhia.. não só lá no dia, mas por toda essa caminhada.. essa sinuosa estrada.. que se tem tropeço, tem uma vista mais que bela.. e é nessa tela, que vou dando a ler minha história.. que longe de ser simplória, é a vitória cotidiana do meu sorriso..
Obrigado a tod@s que por Pasárgada extiveram, e aos que não estiveram.. só digo que venham, porque ano que vem será melhor ainda...
"Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia (Salve Jorge)
Jorge...
Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenha mão
E não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés
E não me alçancem
Para que meus inimigos tenham olhos
E nao me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter
Para me fazerem mal
Armas de fogo, meu corpo não alcançará
Facas, lanças se quebrem
Sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes se arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Jorge é de Capadocia
Viva Jorge
Jorge é de Capadocia
Salve Jorge
Perseveranca, ganhou do sordido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Perseveranca,ganhou do sordido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Ogam, Ogam toca pra Ogum
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia..."
Foram iniciados os preparativos. Movidos os móveis, tirada a poeira, posicionado o som.. mas creio que cabem aqui enumerar as forças que se mobilizaram contra a concretização desse evento.
Primeiramente, já no dia, descobri no local onde havia reservado o som,q ue este por lá não se encontrava. Isso acabou sendo resolvido, graças ao surgimento do Júnior, que disponibilizou uma excelente caixa de som e um amplificador de 1a qualidade..
Seguiu-se uma correria frenética e uma falta de tempo intensa, já que chegar até os portais de Pasárgada era impreender jornada pelo espaço..
Mas quando tudo estava tão pronto, que mais não podia estar, ao mecher o mouse pra dar início À sonoridade, por dois meses preparada e mixada, que ressoaria por mais de 10 horas.. eis que o computador fez PUFT.. queimou a fonte..
Junto do Gordo, meu grande amigo e dono da chácara por onde se adentra Pasárgada, voltamos pra Brasília e com outra fonte em mãos, retornamos, já muito atrasado e com todos os meus convidados me esperando, para Pasárgada. Ao ligar a fonte, o computador funcionou malandramente por 2 minutos e PUFT.. deu pau de vez..
Sorte das sortes que eu estava munido do meu mp3, onde tinha todas as músicas da festa, mesmo que não na exata ordem.. mas fazer o que.. ligeui-o nas caixas e.. bem, esqueçamos os problemas e começos a falar da festa propriamente dita..
Quando tornei à Pasárgada, para minha comoção, fui recebido pelo espectantes convidados com palmas e parabens de fazerem retumbar o peito.. dei o jeito nas caixas da sonoridade e ponto os doidos pra saltar, passei à distribuição dos temperos de felicidade.. ainda que não tenham sido suficietnes para todos, temperaram e potencializaram os ânimos de pelo menos 40 insanos.. eu acredito que tenham passado por lá umas 60 cabeças desvirtuantes de realidades dadas..
A euforia foi intensa.. os movimentos eram frenéticos.. a satisfação era plena e catarse apoteótica de prazer enlouquecido era inconteste..
Enquanto a trilha sonora da insanidade seguia numa saraivada de Fatboy Slim, Maddona, Paul Oakenfold, Infected Mushroom, GMS, Rinkadink, Protoculture, Astrix, Pink Floyd, Joe Cocker, Jorge Ben (esse foi o meu auge ao som de Jorge de Capadócia.. risos, afinal sou libriano com gosto né..), Bob Dylan, Creedence, The Doors, Led Zeppelin, Beatles, Raul Seixas, Mutantes, Secos e Molhados, Hair, Jimmy Hendrix, Black Sabbath, Kiss, Dire Straits, Michael Jackson, Cazuza, Legião, Ultraje, Planet Hemp, Chico Science, Cordel do Fogo Encantado, Chico Buarque, Paulinho da Viola, Vinícius de Moraes.. e por aí foi.. até o sol nascente nos abençoar com suas boas energias..
Foram tant@s os bons loucos por lá, que nem ousarei listá-los todos, listarei apenas os librianos que me deram a honra de por lá celebrarem seu ano iniciado, lá em meu espaço: Kauara, Estevam e Madeirite.. que foram tão louvados por lá quanto eu.. e não mereciam menos afinal de contas..
Enfim, houve tanta ebriedade, inigualável insanidade, para aumentar minhas felicidade, advinda de toda a assiduidade, de todos os companheiros, dos novos aos primeiros, que satisfez minha vaidade, vendo tamanha grandiosidade, espalhada em meu terreiro..
Agradeço a todos, por ali estarem.. por me darem o sabor da companhia.. não só lá no dia, mas por toda essa caminhada.. essa sinuosa estrada.. que se tem tropeço, tem uma vista mais que bela.. e é nessa tela, que vou dando a ler minha história.. que longe de ser simplória, é a vitória cotidiana do meu sorriso..
Obrigado a tod@s que por Pasárgada extiveram, e aos que não estiveram.. só digo que venham, porque ano que vem será melhor ainda...
"Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia
Jorge de Capadocia (Salve Jorge)
Jorge...
Jorge sentou praça na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenha mão
E não me toquem
Para que meus inimigos tenham pés
E não me alçancem
Para que meus inimigos tenham olhos
E nao me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter
Para me fazerem mal
Armas de fogo, meu corpo não alcançará
Facas, lanças se quebrem
Sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes se arrebentem
Sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas
E as armas de Jorge
Jorge é de Capadocia
Viva Jorge
Jorge é de Capadocia
Salve Jorge
Perseveranca, ganhou do sordido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Perseveranca,ganhou do sordido fingimento
E disso tudo nasceu o amor
Ogam toca pra Ogum
Ogam toca pra Ogum
Ogam, Ogam toca pra Ogum
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia
Jorge é de Capadocia..."
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sábado, 20 de outubro de 2007
Quem não vem, que venha ou Agora só falta você...
Falta muito pouco
Para eu ficar louco
Insanidade compartilhada
Com toda a companheirada
Quero todos roucos
Numa alegria rasgada
Tão logo adentrem Pasárgada
E ponham seus imaginários pra fora
Se és dos sábios doidos
Vambora
E amanhã estaremos moídos
Narrando desconexos vislumbres vividos
E lissérgicamente percebidos
Tudo será mais uma coletânea de histórias
Mais açúcar para as nossas memórias
Uma apoteose de glórias
Afinal é bom saborear as vitórias
Afinal "é preciso viver
E viver não é brincadeira não"
Já diria o Paulinho da Viola
Então passa logo a bola
Que a meta aqui é a alucinação
Pela plenitude da festividade
Só faltará a vossa magnificidade
Para acariciar minha vaidade
Nesse dia de louvação
E sendo assim o caso
Faça favor de aceitar ser convidado
Na próxima celebração
Que contigo será um arraso
Comemorar mais um ano passado
Ano de imensurável satisfação...
Para eu ficar louco
Insanidade compartilhada
Com toda a companheirada
Quero todos roucos
Numa alegria rasgada
Tão logo adentrem Pasárgada
E ponham seus imaginários pra fora
Se és dos sábios doidos
Vambora
E amanhã estaremos moídos
Narrando desconexos vislumbres vividos
E lissérgicamente percebidos
Tudo será mais uma coletânea de histórias
Mais açúcar para as nossas memórias
Uma apoteose de glórias
Afinal é bom saborear as vitórias
Afinal "é preciso viver
E viver não é brincadeira não"
Já diria o Paulinho da Viola
Então passa logo a bola
Que a meta aqui é a alucinação
Pela plenitude da festividade
Só faltará a vossa magnificidade
Para acariciar minha vaidade
Nesse dia de louvação
E sendo assim o caso
Faça favor de aceitar ser convidado
Na próxima celebração
Que contigo será um arraso
Comemorar mais um ano passado
Ano de imensurável satisfação...
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Ao 12 de outubro ou Mais um ano que começa...
Mais um ano que começa
E lá vou eu sem muita pressa
Que esses vinte e sete anos
Parecem deveras promissores
Se já sem tantos infalíveis planos
Muito mais assenhorado das dores
Aplainados os maiores danos
E executados os árduos labores
Vou festejando meu janeiro em outubro
E sempre convidando senhoras e senhores
Pra saborear de meu sangue rubro
Temperado pelas vicissitudes de meus amores
De honras vos cubro
Que é momento de festividades
E conto com a vossa assiduidade
Para nessa nova idade
Seguir um fauno insône
Destroçador de amenidades
E entoador do que me consome
À parte a realidade
É loucura que temos imbrincada no nome
O sempre esperado dia doze
Foi cheio de ébrias doses
De entortar as mais firmes poses
E elevar mais altos as vozes
Eram circundantes os queridos e queridas
Meu tipo de gente preferida
Que me agracia com vosso encanto
E quase trás aos olhos um satisfeito pranto
Toda essa gente referida
Que eu bordo no meu manto
Já que o carinho é tanto
Que os arrasto pra tudo quanto é lado
São expressos em cada sutileza do meu fado
Em cada nota retumbante do meu brado
Quase um espanto
Este seguir num incrível crescente
Mas é meu jeito insistente
De marcar o meu canto
Com a grandeza de toda essa gente
Que diáloga comigo
Que se veste de abrigo
E leva um tanto de mim no umbigo
Depois de muito beber
Foi então a vez de dançar
Que noitada pra valer
Tem que ter uma música pra se acabar
E eu sempre hei de gostar
De sonoridade verter
Deixar o corpo com o ar reverberar
Dispersar todo o meu ser
Enquanto deixo minha mente voar
E para tanto nada como uma bala
Uma doçura extasiante
A mais capaz de fazer ressoar
A pala mais inebriante
Capaz de meus sentidos multiplicar
E assim fui avante
Até toda a madrugada desbravar
De alma devidamente lavada
Pude tornar à minha morada
Com altivo semblante
E satisfeito com essa minha estrada
Já que sou sempre um infante
Cuidando de fazer estilosa sua caminhada...
E lá vou eu sem muita pressa
Que esses vinte e sete anos
Parecem deveras promissores
Se já sem tantos infalíveis planos
Muito mais assenhorado das dores
Aplainados os maiores danos
E executados os árduos labores
Vou festejando meu janeiro em outubro
E sempre convidando senhoras e senhores
Pra saborear de meu sangue rubro
Temperado pelas vicissitudes de meus amores
De honras vos cubro
Que é momento de festividades
E conto com a vossa assiduidade
Para nessa nova idade
Seguir um fauno insône
Destroçador de amenidades
E entoador do que me consome
À parte a realidade
É loucura que temos imbrincada no nome
O sempre esperado dia doze
Foi cheio de ébrias doses
De entortar as mais firmes poses
E elevar mais altos as vozes
Eram circundantes os queridos e queridas
Meu tipo de gente preferida
Que me agracia com vosso encanto
E quase trás aos olhos um satisfeito pranto
Toda essa gente referida
Que eu bordo no meu manto
Já que o carinho é tanto
Que os arrasto pra tudo quanto é lado
São expressos em cada sutileza do meu fado
Em cada nota retumbante do meu brado
Quase um espanto
Este seguir num incrível crescente
Mas é meu jeito insistente
De marcar o meu canto
Com a grandeza de toda essa gente
Que diáloga comigo
Que se veste de abrigo
E leva um tanto de mim no umbigo
Depois de muito beber
Foi então a vez de dançar
Que noitada pra valer
Tem que ter uma música pra se acabar
E eu sempre hei de gostar
De sonoridade verter
Deixar o corpo com o ar reverberar
Dispersar todo o meu ser
Enquanto deixo minha mente voar
E para tanto nada como uma bala
Uma doçura extasiante
A mais capaz de fazer ressoar
A pala mais inebriante
Capaz de meus sentidos multiplicar
E assim fui avante
Até toda a madrugada desbravar
De alma devidamente lavada
Pude tornar à minha morada
Com altivo semblante
E satisfeito com essa minha estrada
Já que sou sempre um infante
Cuidando de fazer estilosa sua caminhada...
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Meus prolegômeros acadêmicos ou Conceitos de história nos livros didáticos de 5a série..
Ando tão envolvido com o meu mestrado, que vou até postar aqui um pedaço...
O ensino de história é um campo imensamente fértil para dialogar com os processos de identificação dos sujeitos - o que inclui o reconhecimento da diferença - e com os conhecimentos históricos – o que inclui o reconhecimento de sua dimensão discursiva. Isso desde que dialogue permanentemente sobre os valores e teorias que o informam, desde que os professores procurem "sair de si" e dialoguem com seus alunos. Indo, portanto, além do que apregoam os PCN:
"A intencionalidade de fornecer aos alunos a formação de repertório intelectual e cultural, para que possam estabelecer identidades e diferenças com outros indivíduos e com grupos sociais presentes na realidade vivida – no âmbito familiar, no convívio da escola, nas atividades de lazer, nas relações econômicas, políticas, artísticas, religiosas, sociais e culturais. E, simultaneamente, permitir a introdução dos alunos na compreensão das diversas formas de relações sociais e a perspectiva de que as histórias individuais se integram e fazem parte do que se denomina História nacional e de outros lugares."
E, sendo assim, corroborando com Foucault que:
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade."
Questionando discursos que representam interesses particulares como sendo universais, há que se buscar esse espaço, essa pluralidade do conceito de história em que "esta experiencia del outro, esta experiencia de su vivencia a través de la mía, fundamenta la comprehensión de los diferentes ‘mundos’ constitutivos de determinado período" e onde "o caminho para o outro passa pelo caminho para si" e vice-versa.
Conferir visibilidade, denunciar silêncios, preconceitos, exclusões e generalizações, no visível descaso da sociedade civil e do Estado para com a educação, são fatores motivadores dessa pesquisa, onde "nunca se descubren mundos nuevos, aunque es menester saber que un trabajo específico puede y debe hacer surgir nuevos aspectos que se han dejado de lado". Entendo o rompimento com os horizontes historiográficos valorativos da política homogeneizante de identidades, como essencial na desestabilização dessas construções e atento para a necessidade de perceber como, segundo Enriquez:
"O caminho para o outro, para a aceitação de outras culturas com as quais podemos dialogar, é muito longo. É um processo interminável. Não acreditamos, em todo caso, que basta mudar as estruturas econômicas e políticas. As culturas, quaisquer que sejam elas, tendem sempre a viver mais fechadas do que abertas (para provar sua identidade). O mesmo ocorre com indivíduos. O trabalho de transformação é, por isso, um trabalho sem fim, que exige igualmente mudanças radicais no psiquismo humano e no psiquismo social, mesmo considerando os limites inerentes a uma tal transformação."
O ensino de história é um campo imensamente fértil para dialogar com os processos de identificação dos sujeitos - o que inclui o reconhecimento da diferença - e com os conhecimentos históricos – o que inclui o reconhecimento de sua dimensão discursiva. Isso desde que dialogue permanentemente sobre os valores e teorias que o informam, desde que os professores procurem "sair de si" e dialoguem com seus alunos. Indo, portanto, além do que apregoam os PCN:
"A intencionalidade de fornecer aos alunos a formação de repertório intelectual e cultural, para que possam estabelecer identidades e diferenças com outros indivíduos e com grupos sociais presentes na realidade vivida – no âmbito familiar, no convívio da escola, nas atividades de lazer, nas relações econômicas, políticas, artísticas, religiosas, sociais e culturais. E, simultaneamente, permitir a introdução dos alunos na compreensão das diversas formas de relações sociais e a perspectiva de que as histórias individuais se integram e fazem parte do que se denomina História nacional e de outros lugares."
E, sendo assim, corroborando com Foucault que:
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade."
Questionando discursos que representam interesses particulares como sendo universais, há que se buscar esse espaço, essa pluralidade do conceito de história em que "esta experiencia del outro, esta experiencia de su vivencia a través de la mía, fundamenta la comprehensión de los diferentes ‘mundos’ constitutivos de determinado período" e onde "o caminho para o outro passa pelo caminho para si" e vice-versa.
Conferir visibilidade, denunciar silêncios, preconceitos, exclusões e generalizações, no visível descaso da sociedade civil e do Estado para com a educação, são fatores motivadores dessa pesquisa, onde "nunca se descubren mundos nuevos, aunque es menester saber que un trabajo específico puede y debe hacer surgir nuevos aspectos que se han dejado de lado". Entendo o rompimento com os horizontes historiográficos valorativos da política homogeneizante de identidades, como essencial na desestabilização dessas construções e atento para a necessidade de perceber como, segundo Enriquez:
"O caminho para o outro, para a aceitação de outras culturas com as quais podemos dialogar, é muito longo. É um processo interminável. Não acreditamos, em todo caso, que basta mudar as estruturas econômicas e políticas. As culturas, quaisquer que sejam elas, tendem sempre a viver mais fechadas do que abertas (para provar sua identidade). O mesmo ocorre com indivíduos. O trabalho de transformação é, por isso, um trabalho sem fim, que exige igualmente mudanças radicais no psiquismo humano e no psiquismo social, mesmo considerando os limites inerentes a uma tal transformação."
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Um dia para o resto de minha vida ou Vinho, vinil e verso
Prometi que seria o próximo post, dois posts atrás, mas agora lá vai a história prometida..
Eu não lembro ao certo o dia.. mas foi em setembro de 2002 que deu-se o acontecido..
Eu não andava lá muito feliz por essa época. Me desgastava por um amor perdido e já não me agradava com o amor que tinha. Havia escolhido o segundo em detrimento do primeiro e como é costumeiro das criaturas humanas, me arrependera..
Minha então namorada viajou para um congresso em Porto Alegre onde ia apresentar um trabalho da faculdade. Não pude ir, porque nessa época trabalhava na Caixa Econômica Federal.. mas foram todos do nosso grupo de pesquisa em História Antiga (meu trabalho era sobre Apocalíptica hindu no noroeste da Índia em 1200 a.C). Inclusive duas de nossas amigas viram-se solteiras à contra-gosto às vésperas do encontro. Eu e a Amanda andavamos trôpegos já.. terminávamos quase toda semana.. brigávamos bastante e já sem pudores quaisquer na frente de todos.. eram gritos e xingamentos colossais quase todo o tempo.. e ainda assim insistíamos. Ela me amava deveras e eu já não a amava tanto... mas ainda assim tinha a certeza de que abandoná-la implicaria na ruína para ela.. e bem, eu admiro até hoje a pessoa dela, além do amor havíamos nos tornado grandes amigos, que sabiam se divertir bastante...
Com a experiência das amigas, a Amanda já viajou deveras reticente.. creio até que não teria ido se pudesse..
Enquanto ela foi, para passar uma semana (9 dias na verdade), eu fiquei e ficando logo fui chamando por dois bons e velhos camaradas (Artur e Humberto) para beber no Desfruti numa 5a feira após o trabalho.. o Desfruti é um buteco pé de chinelo bem afamado aqui no Planalto Central.. tomamos muitas Santas Cervas lá e fomos para o findado Estação 109 onde poderíamos beber e conseguir unzito para fumar.. (nessa época eu ainda era maconheiro amador..)
Encontramos lá uma então caloura da história, que nesse dia viria eu a descobrir, era minha irmã.. (coisas espirituais e não de dna.. risos) junto com ela, Jack, e a Carol, amiga dela, bebemos e fumamos um.. foi uma noite deveras incrível.. talvez eu ainda a descreva em mais detalhes qualquer dia..
Mas o ponto é que nesse dia revi a Thaís.. a dita cuja perdida.. e bem, o peito mudou de ritmo sabe.. eu mal conseguia falar.. não a via a 6 meses, desde que ela me pedira licença da vida dela..
Essa digreção foi para dizer que duas coisas importantes decorreram desse dia (que ainda não é o dia que quero contar..): eu soube que realmente não amava a Amanda, mas sim a Thaís.. e eu soube que minha vida podia ser bastante divertida e não estava sendo..
Dois dias depois, fomos para a casa da Cris, em Taguatinga. A Cris é uma pessoa genial que conheci através da Juzão, minha melhor amiga. O pessoal se mobilizou para que realizássemos lá um sarau que ficou conhecido como Vinho, Vinil e Verso (aconteceram 3 deles..). Todos deviam ler poesias, próprias ou de outrém, escutaríamos apenas vinis e beberíamos muuuito vinho. Foi uma catárse criativa como nunca dantes nem depois experimentei. Esse dia realmente mudou minha vida.
Estavam lá meus mais íntimos e chegados amigos.
Lembro bem de quando o Artur recitou "Eu sou egoísta" do Raul. Primeiro tapa na cara que levei na noite.
Depois fizemos exercícios de tecer poesias ali na hora mesmo. E o Humberto sobressaiu com o "Poema da Pulga".. Humberto é meu amigo mais próximo do abismo da genialidade.. e pôs-se a falar do percauço da pulga que escalava a estátua de mármore e ao fim, quase possuído, saltava metros do chão e urrava.. "Eu só quero que você.. SE COCE!!!". Segundo tapa.
Quando já cria eu na magnificência tranquila da noite. Eis que meus amigos obrigam-me a sentar no centro de um círculo e dizem (A Ju foi a porta-voz..):
- Jorge, você tá feliz?
- Hã?
- Feliz Jorge.. você tá feliz?
- Assim.. eu tô bem.. tipo..
- J-O-R-G-E.. você está FELIZ?!? (e eu via todos aqueles olhos sobre mim..)
- ... Não.. não tô...
- Bom, isso a gente sabia.. percebeu.. e resolvemos conversar com você. Cadê aquele cara feliz e doidão de antes? A gente só te vê cabisbaixo.. triste.. desanimado..
- A vida tá difícil.. o banco.. a UnB.. a Amanda..
- Você ama a Amanda?
- Eu gosto muito dela...
- Jorge, você AMA a Amanda?
- ... Não.. não amo..
- E acha justo ficar empacando a vida dela com a sua pena?
- ... Não.. não acho... (terceiro tapa)
- A Amanda é minha amiga e ela merece mais que piedade. Você é meu amigo e merece ser feliz.
- Sim.. vocês tem razão.. eu sei o que tenho que fazer.. assim.. eu sei.. mas é que.. sei lá.. é tão difícil..
- É. É difícil..
Nessa noite, eu me decidi a terminar com a Amanda. Decidi largar o banco. Decidi voltar a fazer as coisas por querer e não por dever. Decidi voltar a escrever poesias. Decidi que não mais negligenciaria meus amigos. Decidi que iria me assenhorar de meus passos. Decidi que não mais colocaria a culpa nos outros. Decidi que iria atrás da Thaís. Decidi recomeçar, mais uma vez.. e saber que sempre estaria recomeçando.. esse dia ainda ilumina muito minhas sinapses.
Até sinto o gosto do vinho, lembro de cada música, tenho guardada cada poesia. E desde então me acostumei a recomeçar...
Eu não lembro ao certo o dia.. mas foi em setembro de 2002 que deu-se o acontecido..
Eu não andava lá muito feliz por essa época. Me desgastava por um amor perdido e já não me agradava com o amor que tinha. Havia escolhido o segundo em detrimento do primeiro e como é costumeiro das criaturas humanas, me arrependera..
Minha então namorada viajou para um congresso em Porto Alegre onde ia apresentar um trabalho da faculdade. Não pude ir, porque nessa época trabalhava na Caixa Econômica Federal.. mas foram todos do nosso grupo de pesquisa em História Antiga (meu trabalho era sobre Apocalíptica hindu no noroeste da Índia em 1200 a.C). Inclusive duas de nossas amigas viram-se solteiras à contra-gosto às vésperas do encontro. Eu e a Amanda andavamos trôpegos já.. terminávamos quase toda semana.. brigávamos bastante e já sem pudores quaisquer na frente de todos.. eram gritos e xingamentos colossais quase todo o tempo.. e ainda assim insistíamos. Ela me amava deveras e eu já não a amava tanto... mas ainda assim tinha a certeza de que abandoná-la implicaria na ruína para ela.. e bem, eu admiro até hoje a pessoa dela, além do amor havíamos nos tornado grandes amigos, que sabiam se divertir bastante...
Com a experiência das amigas, a Amanda já viajou deveras reticente.. creio até que não teria ido se pudesse..
Enquanto ela foi, para passar uma semana (9 dias na verdade), eu fiquei e ficando logo fui chamando por dois bons e velhos camaradas (Artur e Humberto) para beber no Desfruti numa 5a feira após o trabalho.. o Desfruti é um buteco pé de chinelo bem afamado aqui no Planalto Central.. tomamos muitas Santas Cervas lá e fomos para o findado Estação 109 onde poderíamos beber e conseguir unzito para fumar.. (nessa época eu ainda era maconheiro amador..)
Encontramos lá uma então caloura da história, que nesse dia viria eu a descobrir, era minha irmã.. (coisas espirituais e não de dna.. risos) junto com ela, Jack, e a Carol, amiga dela, bebemos e fumamos um.. foi uma noite deveras incrível.. talvez eu ainda a descreva em mais detalhes qualquer dia..
Mas o ponto é que nesse dia revi a Thaís.. a dita cuja perdida.. e bem, o peito mudou de ritmo sabe.. eu mal conseguia falar.. não a via a 6 meses, desde que ela me pedira licença da vida dela..
Essa digreção foi para dizer que duas coisas importantes decorreram desse dia (que ainda não é o dia que quero contar..): eu soube que realmente não amava a Amanda, mas sim a Thaís.. e eu soube que minha vida podia ser bastante divertida e não estava sendo..
Dois dias depois, fomos para a casa da Cris, em Taguatinga. A Cris é uma pessoa genial que conheci através da Juzão, minha melhor amiga. O pessoal se mobilizou para que realizássemos lá um sarau que ficou conhecido como Vinho, Vinil e Verso (aconteceram 3 deles..). Todos deviam ler poesias, próprias ou de outrém, escutaríamos apenas vinis e beberíamos muuuito vinho. Foi uma catárse criativa como nunca dantes nem depois experimentei. Esse dia realmente mudou minha vida.
Estavam lá meus mais íntimos e chegados amigos.
Lembro bem de quando o Artur recitou "Eu sou egoísta" do Raul. Primeiro tapa na cara que levei na noite.
Depois fizemos exercícios de tecer poesias ali na hora mesmo. E o Humberto sobressaiu com o "Poema da Pulga".. Humberto é meu amigo mais próximo do abismo da genialidade.. e pôs-se a falar do percauço da pulga que escalava a estátua de mármore e ao fim, quase possuído, saltava metros do chão e urrava.. "Eu só quero que você.. SE COCE!!!". Segundo tapa.
Quando já cria eu na magnificência tranquila da noite. Eis que meus amigos obrigam-me a sentar no centro de um círculo e dizem (A Ju foi a porta-voz..):
- Jorge, você tá feliz?
- Hã?
- Feliz Jorge.. você tá feliz?
- Assim.. eu tô bem.. tipo..
- J-O-R-G-E.. você está FELIZ?!? (e eu via todos aqueles olhos sobre mim..)
- ... Não.. não tô...
- Bom, isso a gente sabia.. percebeu.. e resolvemos conversar com você. Cadê aquele cara feliz e doidão de antes? A gente só te vê cabisbaixo.. triste.. desanimado..
- A vida tá difícil.. o banco.. a UnB.. a Amanda..
- Você ama a Amanda?
- Eu gosto muito dela...
- Jorge, você AMA a Amanda?
- ... Não.. não amo..
- E acha justo ficar empacando a vida dela com a sua pena?
- ... Não.. não acho... (terceiro tapa)
- A Amanda é minha amiga e ela merece mais que piedade. Você é meu amigo e merece ser feliz.
- Sim.. vocês tem razão.. eu sei o que tenho que fazer.. assim.. eu sei.. mas é que.. sei lá.. é tão difícil..
- É. É difícil..
Nessa noite, eu me decidi a terminar com a Amanda. Decidi largar o banco. Decidi voltar a fazer as coisas por querer e não por dever. Decidi voltar a escrever poesias. Decidi que não mais negligenciaria meus amigos. Decidi que iria me assenhorar de meus passos. Decidi que não mais colocaria a culpa nos outros. Decidi que iria atrás da Thaís. Decidi recomeçar, mais uma vez.. e saber que sempre estaria recomeçando.. esse dia ainda ilumina muito minhas sinapses.
Até sinto o gosto do vinho, lembro de cada música, tenho guardada cada poesia. E desde então me acostumei a recomeçar...
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Daqui em diante ou À chegada de outubro...
Daqui em diante
Serei no mínimo, inebriante
No máximo, intoxicante
Se não sorveres com moderação
Pois passado mais um turbilhão
Avizinham-se novamente
Ali logo em frente
As portas da percepção
Sem esperar nada dessa gente
Sigo contente
Reunindo os bons
Multiplicando os sons
E sorvendo a loucura
De quem desarmoniza os velhos tons
E transcende a negrura
A paisagem cinzenta
Dessa ordenação nojenta
Que faz da vida uma secura
Escura.. um vazio tormento
Onde só há cobiça e usura
Prefiro mudar a postura
Vestir novo ornamento
"Vê se me entende
Olha o meu sapato novo
Minha calça colorida
O meu novo way of life
Eu tô tão lindo
Porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto
E começar tudo de novo.."
A cada ciclo
Um novo começo
A cada versículo
Refaço o soneto
Se é um delírio
Eu o cometo
Se é um arbítrio
Trago-o de berço
Não faço martírio
Com o que não conheço
Prefiro sorvê-lo
Despir-me do medo
E seguir com a jornada
Mudar os ladrilhos da estrada
Para quem sejam cores variadas
Na trilha dos meus passos
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho
Enquanto você me critica
Eu tô no meu caminho
Desde aqueles tempos quando o resto da turma
Se juntava pra jogar bola
Eu pulava o muro com Zezinho no fundo
Do quintal da escola.."
Que venham os novos tempos
Com suas mudanças ininterruptas
Com sua rupturas abruptas
Aptas de vencer os comodismos intactos
Potencializar os impactos
Dos desafios que ostento
Que busco como incremento
De meus olhares plurais
Ver além das coisas banais
E saborear cada fugaz alimento
Que seja capaz de expandir o pensamento
Permita ver a cor do vento
Abarcar sempre mais
Molhar os dedos no mar
Sentado na beira do cais
Delirar por amar reinventar meu estar
E começar uma vez mais a nadar
"Vai, vai, vai..
E grita ao mundo que você está certo
Você aprendeu tudo enquanto estava mudo
Agora é necessário gritar e cantar rock
E demonstrar o teorema da vida
E os macetes do xadrez..
Você tem a resposta das perguntas
Resolveu a equações que não sabia
E já não tem mais nada o que fazer a não ser
Verdades e verdades
Mais verdades e verdades para me dizer
A declarar..."
Serei no mínimo, inebriante
No máximo, intoxicante
Se não sorveres com moderação
Pois passado mais um turbilhão
Avizinham-se novamente
Ali logo em frente
As portas da percepção
Sem esperar nada dessa gente
Sigo contente
Reunindo os bons
Multiplicando os sons
E sorvendo a loucura
De quem desarmoniza os velhos tons
E transcende a negrura
A paisagem cinzenta
Dessa ordenação nojenta
Que faz da vida uma secura
Escura.. um vazio tormento
Onde só há cobiça e usura
Prefiro mudar a postura
Vestir novo ornamento
"Vê se me entende
Olha o meu sapato novo
Minha calça colorida
O meu novo way of life
Eu tô tão lindo
Porém bem mais perigoso
Aprendi a ficar quieto
E começar tudo de novo.."
A cada ciclo
Um novo começo
A cada versículo
Refaço o soneto
Se é um delírio
Eu o cometo
Se é um arbítrio
Trago-o de berço
Não faço martírio
Com o que não conheço
Prefiro sorvê-lo
Despir-me do medo
E seguir com a jornada
Mudar os ladrilhos da estrada
Para quem sejam cores variadas
Na trilha dos meus passos
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho
Enquanto você me critica
Eu tô no meu caminho
Desde aqueles tempos quando o resto da turma
Se juntava pra jogar bola
Eu pulava o muro com Zezinho no fundo
Do quintal da escola.."
Que venham os novos tempos
Com suas mudanças ininterruptas
Com sua rupturas abruptas
Aptas de vencer os comodismos intactos
Potencializar os impactos
Dos desafios que ostento
Que busco como incremento
De meus olhares plurais
Ver além das coisas banais
E saborear cada fugaz alimento
Que seja capaz de expandir o pensamento
Permita ver a cor do vento
Abarcar sempre mais
Molhar os dedos no mar
Sentado na beira do cais
Delirar por amar reinventar meu estar
E começar uma vez mais a nadar
"Vai, vai, vai..
E grita ao mundo que você está certo
Você aprendeu tudo enquanto estava mudo
Agora é necessário gritar e cantar rock
E demonstrar o teorema da vida
E os macetes do xadrez..
Você tem a resposta das perguntas
Resolveu a equações que não sabia
E já não tem mais nada o que fazer a não ser
Verdades e verdades
Mais verdades e verdades para me dizer
A declarar..."
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