"É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é um laço, é o anzol..."
Lá se foi meu embaraço
E mais um maço
Estou sempre a um passo
Em tudo aquilo que faço
Rebusco uma vertigem
Apenas pra sorver a viagem
Ir curtindo a paisagem
Enquanto alguns fingem
Outros fogem
Eu navego
Não nego
Que tanta coisa relego
Que mesmo cego
De tanta luz
O que me conduz
Não é ter
Nem o pode ser
É só um viver
Que articulo com você
Nessa prosa
Como se lhe desse uma rosa
E você me desse um cravo
É nesse campo que travo
As linhas do meu discuro
É nessas águas
Que sigo meu curso
E verto meu sangue
Até o mar
Que mar só há
Ah, mar só
Tanto oceano
Quanto nó
De nós
Que mesmo sós
Somos dois
Somam pois
Os sóis que sois
Num céu de águas plácidas
Mesmo se depois
Não há
Resta sempre um mar
A nos desafiar
Mar só há
"É o projeto da casa, é o corpo na cama
É o carro enguiçado, é a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz da manhã..."
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
segunda-feira, 31 de março de 2008
sexta-feira, 28 de março de 2008
Uma homenagem a quem [P]arte ou Me [P]arte...
"Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor.."
- Elegante (Ele pensou.. ela sempre soubera ser indevidamente elegante, justamente quando menos se esperava. Travestida de sabedoria sarcástica ia desarmando o peso do escombros, dando de ombros e causando muito assombro entre a carióceia desvairada..) Muito elegante (O pensamento reverberava com o impacto de um mosquito numa noite quente e cansada de verão. Ele queria dar um tapa, mas isso nunca afastava o mosquito, assim como os dedos a tilintar sobre as teclas..) É uma pena.. tão elegante.. (conjecturava quantos meses seriam.. eram menos que doze, o que não fazia a menor diferença.. afinal ela era mais que educada e que educadora, as intenções terceiras eram besteira perto dos ranços pré-históricos, mais que um piscar de olhos lento, mais que uma prenda rara ou um muito obrigada, que uma dança, que um medo, que uma femme fatale.. ela era muito mais que doze meses..) Talvez em algum buraco negro.. (e desligou o mundo buscando no espaço alguma estrela menos fulgaz, já que saudade alguma significaria resposta a um nunca...)
"Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor"
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor.."
- Elegante (Ele pensou.. ela sempre soubera ser indevidamente elegante, justamente quando menos se esperava. Travestida de sabedoria sarcástica ia desarmando o peso do escombros, dando de ombros e causando muito assombro entre a carióceia desvairada..) Muito elegante (O pensamento reverberava com o impacto de um mosquito numa noite quente e cansada de verão. Ele queria dar um tapa, mas isso nunca afastava o mosquito, assim como os dedos a tilintar sobre as teclas..) É uma pena.. tão elegante.. (conjecturava quantos meses seriam.. eram menos que doze, o que não fazia a menor diferença.. afinal ela era mais que educada e que educadora, as intenções terceiras eram besteira perto dos ranços pré-históricos, mais que um piscar de olhos lento, mais que uma prenda rara ou um muito obrigada, que uma dança, que um medo, que uma femme fatale.. ela era muito mais que doze meses..) Talvez em algum buraco negro.. (e desligou o mundo buscando no espaço alguma estrela menos fulgaz, já que saudade alguma significaria resposta a um nunca...)
"Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador
Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor"
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Tenho uma amiga chamada...
quarta-feira, 26 de março de 2008
Poesia de um descompasso ou Ecos das diferenças...
(Meio embolado, nada preciso de tanto preciosismo... tudo meio assim caótico e melancólico. Ontem passaram a noite juntos, mas ela estava tão distante, tão longínqua... não menos amável, mas menos envolvida... foi isso, assim que a relação ia desmoronando e ambos assistindo sem qualquer assistência... faziam escoras, reforçavam a estrutura, mas cada vez caía uma lage, um pedaço, abria-se uma fissura... logo desmoronaria por completo e cada um seria vítima desse amor que acabara, pois não podiam correr ou refugiar-se dele.. esse amor que os prendia.. no abismo do qual cada um pendia, para permanecer pousados nalguma companhia.)
- Estou sentindo que nosso amor está se fragmentando. (escaparam as palavras pelos lábios ressecados dele..) Parece estar se desfazendo nas minhas mãos... eu não imaginava isso.. não queria que fosse assim.. se você não confia em mim.. (olhos buscavam olhos que buscavam portais..) se acha que eu não te amo mais, tudo deve terminar..
(Ela concordou) - É o que parece.. e você não sabe como eu queria confiar, simplesmente porque confiar foi tudo que eu sempre fiz. (pontuaram lágrimas fazendo intertícios..) Mesmo quando você desfazia minha confiança em versos.. (iam continuando a conversar sobre eles dois, sobre a dor dessa separação.. cada qual narrando a dor de se dar a ler..)
- Eu te dou tudo. Meus dias, meu tempo, meu amor. Meu cotidiano, meus amigos, minha família, minha casa, meu louvor. Eu sou teu.. todo dia, toda hora, mas você não se sacia.. é como se você tivesse um milhão de moedas e se queixasse porque eu dei uma só a alguém num sinal...
(A cabeça dela expressava a negação, onde cabelos ganhavam ares de escudo e a estática moveria turbinas..) - O que importa é que me magoa e se você me ama não deveria querer me magoar.. dói ver você derramando águas por quem não chove pro seu mar... sua lírica é como uma prostituta de baixa auto-estima, engraçando-se a cada promessa de amor de 30 reais...
- Minha poesia é a minha narrativa de meus embates, meus contrastes, meus mergulhos e minha assepsia.. eu diria as mesmas coisas em verso ou prosa.. não há perniciosidade intrínsica à poesia... enfim... no fim parece ser assim que termina... já que não prometo uma vez mais findar a verborragia. Se te parece que é isso que nos separa.. não é... não ao menos o que me distancia do seu horizonte. O que está nos separando, aos poucos, um pouco mais a cada dia, é essa enorme diferença de pensamentos.. essa minha necessidade vadia, louca de viver todo dia... e a sua de ter família, casar e constituir uma vidinha tranquila... e a gente se ama tanto, tanto... tanto... (o último tanto fora fraco como um pedido de socorro..) Mas nem sei se é possível mais, porque não aguentamos mais os sacrifícios que fazemos um pelo outro... tantos.. embora o outro sempre os valorize ao desvalorizá-los na poeira dos próprios passos...
- Isso não me importa mais.. (ela disse expressando o quanto importava.. o quanto doía..) Você faz o que quiser com a sua vida... eu não quero mais ela... dá trabalho demais limpar a lama que você faz pra voar... (e fechou os olhos em busca do esquecimento sadio que haviam ensinado num almoço de família..)
- Estou sentindo que nosso amor está se fragmentando. (escaparam as palavras pelos lábios ressecados dele..) Parece estar se desfazendo nas minhas mãos... eu não imaginava isso.. não queria que fosse assim.. se você não confia em mim.. (olhos buscavam olhos que buscavam portais..) se acha que eu não te amo mais, tudo deve terminar..
(Ela concordou) - É o que parece.. e você não sabe como eu queria confiar, simplesmente porque confiar foi tudo que eu sempre fiz. (pontuaram lágrimas fazendo intertícios..) Mesmo quando você desfazia minha confiança em versos.. (iam continuando a conversar sobre eles dois, sobre a dor dessa separação.. cada qual narrando a dor de se dar a ler..)
- Eu te dou tudo. Meus dias, meu tempo, meu amor. Meu cotidiano, meus amigos, minha família, minha casa, meu louvor. Eu sou teu.. todo dia, toda hora, mas você não se sacia.. é como se você tivesse um milhão de moedas e se queixasse porque eu dei uma só a alguém num sinal...
(A cabeça dela expressava a negação, onde cabelos ganhavam ares de escudo e a estática moveria turbinas..) - O que importa é que me magoa e se você me ama não deveria querer me magoar.. dói ver você derramando águas por quem não chove pro seu mar... sua lírica é como uma prostituta de baixa auto-estima, engraçando-se a cada promessa de amor de 30 reais...
- Minha poesia é a minha narrativa de meus embates, meus contrastes, meus mergulhos e minha assepsia.. eu diria as mesmas coisas em verso ou prosa.. não há perniciosidade intrínsica à poesia... enfim... no fim parece ser assim que termina... já que não prometo uma vez mais findar a verborragia. Se te parece que é isso que nos separa.. não é... não ao menos o que me distancia do seu horizonte. O que está nos separando, aos poucos, um pouco mais a cada dia, é essa enorme diferença de pensamentos.. essa minha necessidade vadia, louca de viver todo dia... e a sua de ter família, casar e constituir uma vidinha tranquila... e a gente se ama tanto, tanto... tanto... (o último tanto fora fraco como um pedido de socorro..) Mas nem sei se é possível mais, porque não aguentamos mais os sacrifícios que fazemos um pelo outro... tantos.. embora o outro sempre os valorize ao desvalorizá-los na poeira dos próprios passos...
- Isso não me importa mais.. (ela disse expressando o quanto importava.. o quanto doía..) Você faz o que quiser com a sua vida... eu não quero mais ela... dá trabalho demais limpar a lama que você faz pra voar... (e fechou os olhos em busca do esquecimento sadio que haviam ensinado num almoço de família..)
terça-feira, 18 de março de 2008
Fantasia de um delírio inexato ou Mais hidromel...
(Era uma padaria. Dessas de tinta descascada na parede, muitos cartazes de mulheres graficamente tratadas pelo computador anunciando cervejas em posições apelativas, banheiros desagradáveis, alguns ovos esverdeados atrás de um vidro de higiênie duvidosa.. ou seja uma padaria, que podia ser um bar, podia ser um mercadinho.. mas se denominava padaria. Enfim, lá deu-se o encontro.. eles se viram, sorriram simpaticamente e sentaram.. os olhares tentavam falar, mas ainda não tinham achado o idioma certo...)
- Salve salve.. (ele disse como se fosse naturalmente a primeira coisa a ser dita..)
- Olá.. (ela disse meio sem jeito..)
- O que vai ser? (disse o homem da padaria)
- Uma cerveja.. dois copos..
- Mais alguma coisa?
- Por enquanto só isso.. (e ele voltou a olhar para ela, sorrindo da felicidade genuína que o encontro produzia. Se conheciam a tanto tempo que o próprio tempo não fazia qualquer sentido. E eles sempre tinham habitado as periferias dos próprios sentidos, escorregando em beiras de abismos, suspirando na intermitência de certas janelas.. debruçados sobre o beiral, um contato imbricado na poética do delírio puro... e assim se viam de novo pela primeira vez...) Pra mim é como se todo o mar explodisse numa míriade de gotículas flutuantes desdenhosas da gravidade, satisfeitas em refratar a realidade num turbilhão de possibilidades...
- Ai.. eu não sei como você consegue.. assim.. aqui.. entre o saleiro e o copo de cerveja... desculpa, eu sei que.. mas é tudo tão estranho... eu não consigo com a Juliana Paes rindo pra mim..
- Sempre teve esse sabor profano o nosso verbo, daí que não consigo navegar num céu sem as penas dos descaídos... é como se eu cuspice lírios porque plantaste tantas tulipas no meu estômago..
(Ela sorriu e baixou os olhos..) - Ah, eu queria tanto cantar com você até os muros arrebentarem, as asas sangrarem e nossos desejos alçarem vôo até o mar, nosso mar.. mas é que agora parece tão.. inapropriado.. você aí.. eu aqui.. assim, não era.. na boa..
- É que eu não me vesti.. (e os olhos dela se levantaram passando para a camiseta mundana toda azul da hering, um tanto desbotada das lavagens..) Meu pudor me impediu de vestir qualquer coisa.. achei que nada ficaria bem diante dos seus recortes.. as asas presas não permitiriam um conforto significativo.. e você teve o pudor de não se despir, aqui na padaria sua nudez seria explícita demais.. (ele bebeu todo o copo de café com cerveja em um só gole..) Mas descascá-la sempre foi uma massagem pro torpor de existir..
- Já são camadas demais desde que a primeira erodiu sobre as terras gregas..
- Eu sei, a poeira da estátua cuspiu mármore demais pelo jardim.. e medusa preferiu convidar medéia para um chá do que a nós se juntar..
- Só você sabe pintar o vermelho com esse tom de delírio que eu tanto gosto (ela disse esquecendo a parede de tinta descascada ao lado..)
- E só você rasgou as prosopopéias ínfimas dos transeuntes permitindo o vôo mais impactante..
- Eu vim porque aqui foi sempre o estar cujo escapar era mais doce...
- Eu estive aqui sempre sabendo que esse mundo dimensionado entre nós dois produzia os relâmpagos mais cortantes, os trovões mais retumbantes e os desvios mais excitantes...
- Você e suas rimas.. fazendo do diálogo uma esgrima...
- É que sempre pontuamos nossos movimentos com esses saborosos ferimentos, que adocicam os lábios.. chocam os sábios.. eu virei vampiro das suas asas, que só a tua franja varre minhas vitrines.. atiça minhas brasas com quaisquer sintaxes que destines...
(Ela ergueu a taça até os lábios como as ninfas faziam antes dos homens estuprarem o lirismo dos gestos.. sorveu o hidromel sabor de fantasias indianas oníricas.) - Foi um privilégio profanar esse seu campo florido.. gosto muito da paisagem daqui das ruínas..
- Pasárgada sempre é mutante.. e para receber tão nobre visitante, que é residente com direitos de presidente, mandei tudo colorir, as arestas retocar e uns desvarios alimentar, tudo para que não pares de vir.. veja, pintei fogos de artifício com as oito constelações mais importantes para te lembrar que as galáxias são seus olhos e o buraco negro do teu umbigo é o princípio...
- Nunca parei.. (ela disse sentindo a brisa cheiro de sândalo..) Apenas ondulo na tua língua...
- Perdoe-me as lágrimas, mas se todas as fabulas tivessem morais tão significativas, uma sinfonia de silêncio nos acompanharia até o precipício do nosso abraço..
- Ainda podemos cantar a tangente de nosso mergulho..
- Mais hidromel? (disse o formoso homem formado por ângulos obtusos, cacos de ônibus espaciais e areia de ampulhetas do Egito Antigo...)
- Salve salve.. (ele disse como se fosse naturalmente a primeira coisa a ser dita..)
- Olá.. (ela disse meio sem jeito..)
- O que vai ser? (disse o homem da padaria)
- Uma cerveja.. dois copos..
- Mais alguma coisa?
- Por enquanto só isso.. (e ele voltou a olhar para ela, sorrindo da felicidade genuína que o encontro produzia. Se conheciam a tanto tempo que o próprio tempo não fazia qualquer sentido. E eles sempre tinham habitado as periferias dos próprios sentidos, escorregando em beiras de abismos, suspirando na intermitência de certas janelas.. debruçados sobre o beiral, um contato imbricado na poética do delírio puro... e assim se viam de novo pela primeira vez...) Pra mim é como se todo o mar explodisse numa míriade de gotículas flutuantes desdenhosas da gravidade, satisfeitas em refratar a realidade num turbilhão de possibilidades...
- Ai.. eu não sei como você consegue.. assim.. aqui.. entre o saleiro e o copo de cerveja... desculpa, eu sei que.. mas é tudo tão estranho... eu não consigo com a Juliana Paes rindo pra mim..
- Sempre teve esse sabor profano o nosso verbo, daí que não consigo navegar num céu sem as penas dos descaídos... é como se eu cuspice lírios porque plantaste tantas tulipas no meu estômago..
(Ela sorriu e baixou os olhos..) - Ah, eu queria tanto cantar com você até os muros arrebentarem, as asas sangrarem e nossos desejos alçarem vôo até o mar, nosso mar.. mas é que agora parece tão.. inapropriado.. você aí.. eu aqui.. assim, não era.. na boa..
- É que eu não me vesti.. (e os olhos dela se levantaram passando para a camiseta mundana toda azul da hering, um tanto desbotada das lavagens..) Meu pudor me impediu de vestir qualquer coisa.. achei que nada ficaria bem diante dos seus recortes.. as asas presas não permitiriam um conforto significativo.. e você teve o pudor de não se despir, aqui na padaria sua nudez seria explícita demais.. (ele bebeu todo o copo de café com cerveja em um só gole..) Mas descascá-la sempre foi uma massagem pro torpor de existir..
- Já são camadas demais desde que a primeira erodiu sobre as terras gregas..
- Eu sei, a poeira da estátua cuspiu mármore demais pelo jardim.. e medusa preferiu convidar medéia para um chá do que a nós se juntar..
- Só você sabe pintar o vermelho com esse tom de delírio que eu tanto gosto (ela disse esquecendo a parede de tinta descascada ao lado..)
- E só você rasgou as prosopopéias ínfimas dos transeuntes permitindo o vôo mais impactante..
- Eu vim porque aqui foi sempre o estar cujo escapar era mais doce...
- Eu estive aqui sempre sabendo que esse mundo dimensionado entre nós dois produzia os relâmpagos mais cortantes, os trovões mais retumbantes e os desvios mais excitantes...
- Você e suas rimas.. fazendo do diálogo uma esgrima...
- É que sempre pontuamos nossos movimentos com esses saborosos ferimentos, que adocicam os lábios.. chocam os sábios.. eu virei vampiro das suas asas, que só a tua franja varre minhas vitrines.. atiça minhas brasas com quaisquer sintaxes que destines...
(Ela ergueu a taça até os lábios como as ninfas faziam antes dos homens estuprarem o lirismo dos gestos.. sorveu o hidromel sabor de fantasias indianas oníricas.) - Foi um privilégio profanar esse seu campo florido.. gosto muito da paisagem daqui das ruínas..
- Pasárgada sempre é mutante.. e para receber tão nobre visitante, que é residente com direitos de presidente, mandei tudo colorir, as arestas retocar e uns desvarios alimentar, tudo para que não pares de vir.. veja, pintei fogos de artifício com as oito constelações mais importantes para te lembrar que as galáxias são seus olhos e o buraco negro do teu umbigo é o princípio...
- Nunca parei.. (ela disse sentindo a brisa cheiro de sândalo..) Apenas ondulo na tua língua...
- Perdoe-me as lágrimas, mas se todas as fabulas tivessem morais tão significativas, uma sinfonia de silêncio nos acompanharia até o precipício do nosso abraço..
- Ainda podemos cantar a tangente de nosso mergulho..
- Mais hidromel? (disse o formoso homem formado por ângulos obtusos, cacos de ônibus espaciais e areia de ampulhetas do Egito Antigo...)
quinta-feira, 13 de março de 2008
Decifra-me ou Te devoro...
Eu queria tanto te devorar
Esgotar todo o seu mar
Entranha-lo no meu suspiro
Porque tudo que aspiro
É esse delírio de você
Estando sempre à sua mercê
Percorro o abismo dos teus lemas
Assim como desvirtuo suas vontades
Refazendo incertos esquemas
Pra decantar minha assiduidade
E você verter
A cada traço da minha sinuosidade
Não por merecer o teu tema
Ou ser "u" pro seu trema
Mas por ser receptáculo convicto
Do impacto da sua magnificidade
É que essa minha fome
Que começa pelo teu nome
E sobe pelas suas coxas
Deixaria as carolas roxas
Assim como deixa esse fauno insone
Porque esse desejo tanto me consome
Que sinto-me como os trouxas
Com suas vontades frouxas
Hipnotizados pelo alheio
Sem saber de onde veio
O que os atingiu
E ao me atingir
Fizeste emergir
Toda essa entropia
Que igual nunca se viu
E me cativa
Cativo
Oferenda viva
À Deusa que venero em você
Me sirvo
Numa bandeja
Para lhe devorar...
Esgotar todo o seu mar
Entranha-lo no meu suspiro
Porque tudo que aspiro
É esse delírio de você
Estando sempre à sua mercê
Percorro o abismo dos teus lemas
Assim como desvirtuo suas vontades
Refazendo incertos esquemas
Pra decantar minha assiduidade
E você verter
A cada traço da minha sinuosidade
Não por merecer o teu tema
Ou ser "u" pro seu trema
Mas por ser receptáculo convicto
Do impacto da sua magnificidade
É que essa minha fome
Que começa pelo teu nome
E sobe pelas suas coxas
Deixaria as carolas roxas
Assim como deixa esse fauno insone
Porque esse desejo tanto me consome
Que sinto-me como os trouxas
Com suas vontades frouxas
Hipnotizados pelo alheio
Sem saber de onde veio
O que os atingiu
E ao me atingir
Fizeste emergir
Toda essa entropia
Que igual nunca se viu
E me cativa
Cativo
Oferenda viva
À Deusa que venero em você
Me sirvo
Numa bandeja
Para lhe devorar...
terça-feira, 11 de março de 2008
Diálogos com poesias alheias ou Sinônimas...
O pequeno pardal pousou na cristaleira
Teve o cuidado de recolher as asas
Enquanto aproximava-se da beira
Viu toda a poeira
E aquele morte pretensamente escondida
Com os olhos em brasa
Invejosa da vida
Bom dia disse o pardal
Bom dia por que? - retrucou a morte
Que julgando ter pouca sorte
Ainda tinha de aguentar o gralhar da ave
Ora,bom dia porque és a morte
E isso é fenomenal
Acrescentou o pardal
Parecendo ter a chave
Para os problemas dela
Fenomenal nada - insistiu ela
Eu sou apenas a sequela
Ela é a artista principal
Não seja boba
Insistiu o pássaro
Que parecia atiçá-la por esporte
Há os que preferem dançar com a morte
Não os que fazem no pulso um corte
Mas uns que esquecidos do norte
Preferem vestir pele de loba
E buscar caminho mais raro
Há? - interessou-se a morte
Saindo do esconderijo
Já não mais tão invejosa da vida
Vislumbrando a possibilidade de uma saída
Pensando num beijo
Sentindo-se mais forte
Afinal ela era a morte
E ser ela tinha algo de muito bonito...
Teve o cuidado de recolher as asas
Enquanto aproximava-se da beira
Viu toda a poeira
E aquele morte pretensamente escondida
Com os olhos em brasa
Invejosa da vida
Bom dia disse o pardal
Bom dia por que? - retrucou a morte
Que julgando ter pouca sorte
Ainda tinha de aguentar o gralhar da ave
Ora,bom dia porque és a morte
E isso é fenomenal
Acrescentou o pardal
Parecendo ter a chave
Para os problemas dela
Fenomenal nada - insistiu ela
Eu sou apenas a sequela
Ela é a artista principal
Não seja boba
Insistiu o pássaro
Que parecia atiçá-la por esporte
Há os que preferem dançar com a morte
Não os que fazem no pulso um corte
Mas uns que esquecidos do norte
Preferem vestir pele de loba
E buscar caminho mais raro
Há? - interessou-se a morte
Saindo do esconderijo
Já não mais tão invejosa da vida
Vislumbrando a possibilidade de uma saída
Pensando num beijo
Sentindo-se mais forte
Afinal ela era a morte
E ser ela tinha algo de muito bonito...
segunda-feira, 10 de março de 2008
Sobre música ou intinerário musicais...
Salve salve pessoas.. isso aqui, resolvi copiar de uma visitante vinda de outro ponto da galáxia, singrando o universo... aproveitando, vá ver uma legal: http://www.youtube.com/watch?v=nBDbUVXXp-U
Me faz surtar na hora: Brain Damage (Pink Floyd)
Me deixa pra cima: Trenchtown Rock (Bob Marley)
Me faz lembrar de um amigo(a): Quase sem querer (Legião Urbana)
Me faz lembrar de um amor: Praise You (Fatboy Slim)
Me entristece: Black (Pearl Jam)
Me irrita: Atualmente o créu, mas qualquer coisa do Latino, Bonde do Tigrão, Armandinho... e por aí vai...
É muito sexy: Light my Fire (The Doors) ou Foxy Lady (Jimmy Hendrix)
Me faz pensar como o amor é: Regra Três (Vinícius de Moraes)
Me faz ter vontade de pular de pára-quedas ou dirigir em alta velocidade: Black Dog (Led Zeppelin)
Diz muito sobre mim: Rockixe (Raul Seixas)
Pra cantar numa roda de violão: Qualquer uma do Raul, do Legião.. mas Deslizes do Fagner fica perfeito...
Me faz acreditar nas voltas que o mundo dá: The Man who sold the world (David Bowie - versão Nirvana no Acústico)
Pra malhar: No meu caso pra nadar.. The great gig in the sky (Pink Floyd)
Pra dormir junto: Toes (Norah Jones)
Escreveria: Aquarela (Toquinho)
Pra cantar no karaokê: Bichos Escrotos (Titãs) ou Contexto (Planet Hemp)
Para dançar sem pensar no mundo: Qualquer trance.. mas se eu puder escolher mesmo, qualquer do GMS (Red Light) ou Protoculture... mas na ausência Jorge Ben Jor com certeza..
Tocaria no meu casamento: Starway to Heaven (Led Zeppelin)
Tema certo no programa errado: Tim Maia Racional
Gostava, mas agora nem tanto: Epitáfio (Titãs.. de um modo geral.. do Domingo pra frente eles perderam o crédito comigo)
Ninguém acredita que gosto: Time Stand Still (Blind Guardian)
Não admito que gosto: Vez ou outra pinta um desses pops grudentos que eu acabo gostando sem admitir... mas o exemplo ideal November Rain (Guns)
Me faz lembrar minha infância: Arca de Noé (Vinícius de Moraes)
Parece com a minha adolescência: Qualquer uma do Legião.. Andrea Doria, pra exemplificar...
Muitas pessoas gostam, mas eu não: Pop em geral.. mas como exemplo.. Rihanna, Britney Spears, Beyonce e por aí vai..
É melhor quando tocada no carro: Born to be Wild (Steppenwolf)
Gosto, e meus pais também: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil... mpb em geral...
Tocou em um dos meus filmes favoritos: Break on Through (Doors.. tocou no Forrest Gump e no filme biografia deles)
É A música: Eu sou Egoísta (Raul Seixas) e Are you Experienced? (Jimmy Hendrix)
Foi feita pra mim: Jorge de Capadócia (Jorge Ben)
Me faz pensar na noite: Twist and Shout (Beatles)
Me faz querer estar sozinho: If you´re feeling sinister (Belle & Sebastian) ou She´s leaving Home (Beatles)
Me faz sorrir: Judy and the dream of horses (Belle & Sebastian)
Me faz ter vontade de chorar: Gota d'água (Chico Buarque)
Não é do meu “estilo” mas eu gosto: Madonna das antigas... tipo Like a Virgin...
Posso cantar bem: Qualquer uma do Raul...
Um dia aprendo a cantar: Carmina Burana (Carl Orff)
Faz parte da trilha sonora da minha vida: Tudo isso e muito mais...
Me faz surtar na hora: Brain Damage (Pink Floyd)
Me deixa pra cima: Trenchtown Rock (Bob Marley)
Me faz lembrar de um amigo(a): Quase sem querer (Legião Urbana)
Me faz lembrar de um amor: Praise You (Fatboy Slim)
Me entristece: Black (Pearl Jam)
Me irrita: Atualmente o créu, mas qualquer coisa do Latino, Bonde do Tigrão, Armandinho... e por aí vai...
É muito sexy: Light my Fire (The Doors) ou Foxy Lady (Jimmy Hendrix)
Me faz pensar como o amor é: Regra Três (Vinícius de Moraes)
Me faz ter vontade de pular de pára-quedas ou dirigir em alta velocidade: Black Dog (Led Zeppelin)
Diz muito sobre mim: Rockixe (Raul Seixas)
Pra cantar numa roda de violão: Qualquer uma do Raul, do Legião.. mas Deslizes do Fagner fica perfeito...
Me faz acreditar nas voltas que o mundo dá: The Man who sold the world (David Bowie - versão Nirvana no Acústico)
Pra malhar: No meu caso pra nadar.. The great gig in the sky (Pink Floyd)
Pra dormir junto: Toes (Norah Jones)
Escreveria: Aquarela (Toquinho)
Pra cantar no karaokê: Bichos Escrotos (Titãs) ou Contexto (Planet Hemp)
Para dançar sem pensar no mundo: Qualquer trance.. mas se eu puder escolher mesmo, qualquer do GMS (Red Light) ou Protoculture... mas na ausência Jorge Ben Jor com certeza..
Tocaria no meu casamento: Starway to Heaven (Led Zeppelin)
Tema certo no programa errado: Tim Maia Racional
Gostava, mas agora nem tanto: Epitáfio (Titãs.. de um modo geral.. do Domingo pra frente eles perderam o crédito comigo)
Ninguém acredita que gosto: Time Stand Still (Blind Guardian)
Não admito que gosto: Vez ou outra pinta um desses pops grudentos que eu acabo gostando sem admitir... mas o exemplo ideal November Rain (Guns)
Me faz lembrar minha infância: Arca de Noé (Vinícius de Moraes)
Parece com a minha adolescência: Qualquer uma do Legião.. Andrea Doria, pra exemplificar...
Muitas pessoas gostam, mas eu não: Pop em geral.. mas como exemplo.. Rihanna, Britney Spears, Beyonce e por aí vai..
É melhor quando tocada no carro: Born to be Wild (Steppenwolf)
Gosto, e meus pais também: Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil... mpb em geral...
Tocou em um dos meus filmes favoritos: Break on Through (Doors.. tocou no Forrest Gump e no filme biografia deles)
É A música: Eu sou Egoísta (Raul Seixas) e Are you Experienced? (Jimmy Hendrix)
Foi feita pra mim: Jorge de Capadócia (Jorge Ben)
Me faz pensar na noite: Twist and Shout (Beatles)
Me faz querer estar sozinho: If you´re feeling sinister (Belle & Sebastian) ou She´s leaving Home (Beatles)
Me faz sorrir: Judy and the dream of horses (Belle & Sebastian)
Me faz ter vontade de chorar: Gota d'água (Chico Buarque)
Não é do meu “estilo” mas eu gosto: Madonna das antigas... tipo Like a Virgin...
Posso cantar bem: Qualquer uma do Raul...
Um dia aprendo a cantar: Carmina Burana (Carl Orff)
Faz parte da trilha sonora da minha vida: Tudo isso e muito mais...
quarta-feira, 5 de março de 2008
Abismos ou Ser aedo...
É um risco. Só um risco. Mas eu arrisco. Pois já é março. Mar, só. Só mar.. Somar. Sumir. E algumas dimensões eu esgarço. Pra desfazer o mormaço. E requerer mais um maço. Tirar todos os filtros. Um a um.. e fumar até queimar os lábios. Fazê-los doer de tão existenciais. Trêmulos de tão vivos. Enquanto a fumaça disseca entranhas. Mapeia as vivências internas. E estupora o que conservo. Apenas pelo luxo de me livrar de.. Disso. E deixar a consciência ter seu tempo para a preguiça, enquanto os instintos dissolvem possibilidades.Perambular pela cidade. Ser de novo discrepante. Alugar meu juízo para coxas confortáveis. Experienciar o gosto lodoso das margens. Mar só de expectativas, na ilha da mesmice, cujos cocos estão secos e ainda assim azedos. Mas às vezes vem chuva para refrescar, e eu até gosto das ressacas. E ergue-se o medo de ter que dormir mais cedo numa cama que eu não gosto só porque você mandou.. mas até nisso tem seu dedo. Sempre soubes que o pé eu não arredo, pelas linhas sinuosas é que me enveredo.. sempre quis ser aedo, mesmo com minha voz xinfrim. Assim, portanto, entretanto, logo sendo, todavia.. dê mais dois dedos desse trem, só mais um passo e chegamos além... e por quê não ir até a beira do precipício?.. Tenho medo de altura, mas esse é meu vício.. mais elaborado.. desde o início, exatamente porque eu sei que não caio...
terça-feira, 4 de março de 2008
Feeling like Alice ou No fio da navalha...
Morpheus: I imagine that right now you're feeling a bit like Alice. Tumbling down the rabbit hole?
Neo: You could say that.
Morpheus: I can see it in your eyes. You have the look of a man who accepts what he sees because he's expecting to wake up. Ironically, this is not far from the truth. Do you believe in fate, Neo?
Neo: No.
Morpheus: Why not?
Neo: 'Cause I don't like the idea that I'm not in control of my life.
Morpheus: I know exactly what you mean. Let me tell you why you're here. You're here because you know something. What you know, you can't explain. But you feel it. You felt it your entire life. That there's something wrong with the world. You don't know what it is, but it's there. Like a splinter in your mind -- driving you mad. It is this feeling that has brought you to me. Do you know what I'm talking about?
Neo: The Matrix?
Morpheus: Do you want to know what it is?(Neo nods his head.)
Morpheus: The Matrix is everywhere, it is all around us. Even now, in this very room. You can see it when you look out your window, or when you turn on your television. You can feel it when you go to work, or when go to church or when you pay your taxes. It is the world that has been pulled over your eyes to blind you from the truth.
Neo: What truth?
Morpheus: That you are a slave, Neo. Like everyone else, you were born into bondage, born inside a prison that you cannot smell, taste, or touch. A prison for your mind. Unfortunately, no one can be told what the Matrix is. You have to see it for yourself. This is your last chance. After this, there is no turning back.
You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland and I show you how deep the rabbit-hole goes. Remember - all I am offering is the truth, nothing more...
Eu tomei algumas pílulas
Umas eram azuis
Outras eram vermelhas
Algumas até multicoloridas
Me revelaram algumas verdades
Algumas mentiras
Alguns discursos maiores que essa vã dicotomia
A profundidade do buraco
Só recongnossível em perspectiva
Eu medi
E abandonei as convenções de medida
Sempre quis permanecer na Terra das Maravilhas
Suplantar essas amarras
Deixar de ser títere
Expandir a percepção
Mas vitimei meu discurso
Desgastei minha visão
Moí minha lingua
E assassinei Alice
Desejoso de voar nas costas do dragão
Cortei um pulso
Dancei com a morte
Me fiz de forte
Pra ter asas amplas
Cabelos compridos
Versos sábios
E um canto confortável
Encontrei foi o mato crescido
As árvores desfolhadas
Uma romaria de profanos ídolos
Um reino de banguelas
Clamando por um Deus que fosse surdo
Carregando a carcaça já podre de Alice...
Neo: You could say that.
Morpheus: I can see it in your eyes. You have the look of a man who accepts what he sees because he's expecting to wake up. Ironically, this is not far from the truth. Do you believe in fate, Neo?
Neo: No.
Morpheus: Why not?
Neo: 'Cause I don't like the idea that I'm not in control of my life.
Morpheus: I know exactly what you mean. Let me tell you why you're here. You're here because you know something. What you know, you can't explain. But you feel it. You felt it your entire life. That there's something wrong with the world. You don't know what it is, but it's there. Like a splinter in your mind -- driving you mad. It is this feeling that has brought you to me. Do you know what I'm talking about?
Neo: The Matrix?
Morpheus: Do you want to know what it is?(Neo nods his head.)
Morpheus: The Matrix is everywhere, it is all around us. Even now, in this very room. You can see it when you look out your window, or when you turn on your television. You can feel it when you go to work, or when go to church or when you pay your taxes. It is the world that has been pulled over your eyes to blind you from the truth.
Neo: What truth?
Morpheus: That you are a slave, Neo. Like everyone else, you were born into bondage, born inside a prison that you cannot smell, taste, or touch. A prison for your mind. Unfortunately, no one can be told what the Matrix is. You have to see it for yourself. This is your last chance. After this, there is no turning back.
You take the blue pill and the story ends. You wake in your bed and believe whatever you want to believe. You take the red pill and you stay in Wonderland and I show you how deep the rabbit-hole goes. Remember - all I am offering is the truth, nothing more...
Eu tomei algumas pílulas
Umas eram azuis
Outras eram vermelhas
Algumas até multicoloridas
Me revelaram algumas verdades
Algumas mentiras
Alguns discursos maiores que essa vã dicotomia
A profundidade do buraco
Só recongnossível em perspectiva
Eu medi
E abandonei as convenções de medida
Sempre quis permanecer na Terra das Maravilhas
Suplantar essas amarras
Deixar de ser títere
Expandir a percepção
Mas vitimei meu discurso
Desgastei minha visão
Moí minha lingua
E assassinei Alice
Desejoso de voar nas costas do dragão
Cortei um pulso
Dancei com a morte
Me fiz de forte
Pra ter asas amplas
Cabelos compridos
Versos sábios
E um canto confortável
Encontrei foi o mato crescido
As árvores desfolhadas
Uma romaria de profanos ídolos
Um reino de banguelas
Clamando por um Deus que fosse surdo
Carregando a carcaça já podre de Alice...
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