Era daquelas noites quentes. Queeentes. O ar parecia estagnado. Nenhuma brisa. Nenhum sopro. O vento parecia uma ilusão tola de crianças. Abriu a janela esperançoso, apenas para se decepcionar. Desejou ouvir o mar quebrando na praia, mas não havia corpo d'água qualquer próximo dali. Apenas concreto e asfalto. Concreto e asfalto cinzentos, secos, empoeirados. O ar tinha o peso da fuligem que carregava.
Deixou a janela e urgiu para a cozinha. Acendeu a luz branca que resplandeceu nos azulejos brancos, na geladeira branca, no mármore branco da pia. Quando parou ali sentiu as costas molhadas. Se libertou da camisa já aberta como quem luta com uma camisa de força. Deixou-a cair no chão. Abriu a geladeira.. o bafo frio chocou-se contra ele como a lambida de uma ninfa. Segurou a garrafa, outrora de uísque, cheia de água gelada e levou-a aos lábios, sentindo o prazer quase doloroso de tê-la nas mãos. Deixou cair um pouco, que descendo pelo queixo, pingou pelo peito, traçando linhas sinuosas de um alívio fulgaz. A água desceu-lhe pela garganta como vida em estado líquido, revigorando cada pormenor de suas entranhas. Passou o antebraço na testa suada como quem poderia, agora, enfrentar um exército de Titãs. Devolveu a garrafa e fechou a geladeira. Foi só então que tudo escureceu...
Alguém apagara a luz e quando ele se virou, sem nada ver com as pupilas por demais contraidas, sentiu uma tênue brisa de um corpo que moveu-se mais rápido que ele, já esperando sua ação. Vindo de trás, um lenço ganhou-lhe os olhos. Levando as mãos assustado, toucou os pulsos graciosos. Sorriu..)
- Você..
- Shhh... (ela disse simplesmente ao pé do ouvido dele, aproveitando para mordiscar a orelha, enquanto apertava o nó contra a nuca dele. Ele ainda pensou em falar, mas sorrindo entrou no jogo..
As mãos desceram da nuca para o pescoço e dali, unhas ariscas atiçaram e arrepiaram durante todo o caminho até a nádegas. Um aperto, por baixo da cueca e da calça. As mãos passaram à frente libertando-o da calça. Ele já sentia vontade de fazer algo e virou-se na esperança de surpreendê-la. Ficou no vazio sem deparar-se com ninguém e quase tropeçando na calça ainda enrolada nos pés. Levou a mão à frente apoiando-se na geladeira, quando sentiu as mãos dela retornarem e abaixarem a cueca.)
- Assim é sacanagem.. você está.. aaaaai.. (ele gritou sentindo os dentes na nádega esquerda..)
- Eu disse.. shhh!!! (e sorrindo ela subiu deslizando o corpo sobre o dele, deixando as mãos assanhá-lo e fazendo-o esquecer como, ou não conseguir, falar... cravou os dentes no pescoço dele, fazendo-o gemer e sentindo o gosto salgado e o cheiro de loção pós-barba. Virou-o de frente e irrompeu os lábios com um assalto vertiginoso. Já não havia mais como definir onde um começava e o outro terminava, sabia-se apenas que a geladeira tremia, que os corpos suavam e a escuridão era total...)
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
quarta-feira, 30 de abril de 2008
segunda-feira, 28 de abril de 2008
Sobre o sumiço, viagens e afins ou Um mar azul e revolto
Salve salve pessoas queridas que por cá fazem passagem.. andei sumido na última semana por dever de ofício (entrega do 2o capítulo do mestrado) e por conta de uma viagem às profanas terras cariocas.
Muitas peripécias transcorridas depois, venho cá pousar pra tecer meu relato, que distante dos fatos é bem mais colorido, principalmente se o ouvinte tem a iniciativa de reordenar as sintaxes.
Como de praxe, peço que faça assento, de qualquer pedra, redemoinho ou vitória régia que prefira e desfira logo um sorriso e um olhar atento. Lhe servirei bom vinho e o que mais quiser, enquanto moldo uma história maior que qualquer estratégia.
Havia um mar azul e revolto adiante
Daquelas areias e calçadas de Copacabana
Disseream-me, posto 4, pra localizar melhor minha trama
E sem esquecer minha fama
De gente insana
Persegui a maresia inebriante
Fotografando cada instante
Esquecido de ter cama
Ou da capital das terras altiplanas
Fui bater ponto no Maracanã
E ver meu Mengão
Já que sou fã
Teve até gol de goleiro
Que pode não ter sido o primeiro
Mas foi daqueles de time campeão
Estava lá com meu irmão
Festa em família
Foi tudo uma maravilha
Aquele palco imenso fervilha
E eu canto com a multidão:
"Tu és time de tradição
Raça amor e paixão
Oh meu mengo
Eu sempre te amarei
Onde estiver estarei
Oh meu mengo..."
Sei que posso parecer um f(L)anático
Mas queria ser enfático
Que além de bebedeiras e doideras
Haviam compromisso por lá a serem cumpridos
Além do jogo
Uma festança de primeira
Aniversário de um grande amigo
Daqueles que levo cá comigo
E por quem sempre rogo
Um dos preferidos
Gradioso Henrique
Que me apresentou a The Week
O lugar era sensacional
Daqueles de energia sem igual
House o tempo inteiro
De reverberar pelo terreiro
Cada vez tenho mais certeza
Que os gays que sabem fazer um carnaval
De se curtir em cima da mesa
A dj residente Ana Paula era inigualável
Saí de lá direto pro aeroporto
Satisfatoriamente recuperado
Mesmo se quase morto
Na alma reenergizado
Pra vida mais uma vez preparado
E vamos que vamos
Qu só não se pode é ficar parado....
Muitas peripécias transcorridas depois, venho cá pousar pra tecer meu relato, que distante dos fatos é bem mais colorido, principalmente se o ouvinte tem a iniciativa de reordenar as sintaxes.
Como de praxe, peço que faça assento, de qualquer pedra, redemoinho ou vitória régia que prefira e desfira logo um sorriso e um olhar atento. Lhe servirei bom vinho e o que mais quiser, enquanto moldo uma história maior que qualquer estratégia.
Havia um mar azul e revolto adiante
Daquelas areias e calçadas de Copacabana
Disseream-me, posto 4, pra localizar melhor minha trama
E sem esquecer minha fama
De gente insana
Persegui a maresia inebriante
Fotografando cada instante
Esquecido de ter cama
Ou da capital das terras altiplanas
Fui bater ponto no Maracanã
E ver meu Mengão
Já que sou fã
Teve até gol de goleiro
Que pode não ter sido o primeiro
Mas foi daqueles de time campeão
Estava lá com meu irmão
Festa em família
Foi tudo uma maravilha
Aquele palco imenso fervilha
E eu canto com a multidão:
"Tu és time de tradição
Raça amor e paixão
Oh meu mengo
Eu sempre te amarei
Onde estiver estarei
Oh meu mengo..."
Sei que posso parecer um f(L)anático
Mas queria ser enfático
Que além de bebedeiras e doideras
Haviam compromisso por lá a serem cumpridos
Além do jogo
Uma festança de primeira
Aniversário de um grande amigo
Daqueles que levo cá comigo
E por quem sempre rogo
Um dos preferidos
Gradioso Henrique
Que me apresentou a The Week
O lugar era sensacional
Daqueles de energia sem igual
House o tempo inteiro
De reverberar pelo terreiro
Cada vez tenho mais certeza
Que os gays que sabem fazer um carnaval
De se curtir em cima da mesa
A dj residente Ana Paula era inigualável
Saí de lá direto pro aeroporto
Satisfatoriamente recuperado
Mesmo se quase morto
Na alma reenergizado
Pra vida mais uma vez preparado
E vamos que vamos
Qu só não se pode é ficar parado....
domingo, 20 de abril de 2008
quinta-feira, 17 de abril de 2008
Ilhas ou Parcos porcos...
Eu vejo uma ilha
Aqui é uma ilha
Mesmo se tudo fervilha
Há sempre um caótico mar que nos cerca
Nos abarca, envolve e delimita
Começam as águas, mesmo se não finda a terra, que existe sob ela, termina a ilha
Há quem acredite nos barcos, nas garrafas com bilhetes, em socorro vindo de alguma parte
Mas não existe nada além da ilha
E do caos do mar que a cerca
O que vejo adiante são miragens de uma vontade delirante
O que vejo para trás é a vontade costumaz de ter certezas arbitrárias a cada concordância
O que vejo além é o que vejo em toda parte de lugar algum
Em cada menor parte de um nada que defini como tudo
Em cada um desses grãos de areia
Vejo castelos, estradas, festejos de nobres, contos de fadas
Penso em toda a composição dessa existência
Cada qual em seu lugar
Cada lugar em seu qual
Cal.. ou areia.. tanto faz...
A ilha é um recorte
Réles corte na imensidão de um mar salgado
Inóspito
Que vem e vai apenas para provocar
E os sentidos o percorrem
O delimitam
Definem
Impõem sentidos
Direções
Preâmbulos
Verdades sobre correntes marinhas
Que nunca foram minhas
E eu nem sei se existem
Apenas para fugir da ilha
Fugir dos olhos
Correntes pro mar
Cores rentes na mente
Reticentes
Recursos
Linhas sinuosas que viram um curso
Levam a continentes inexplorados
À uma Atlântida naufragada
À ilha de Circe
Terras bárbaras de uma mulher e seu porcos
Parcos porcos
Em sua ilha...
Aqui é uma ilha
Mesmo se tudo fervilha
Há sempre um caótico mar que nos cerca
Nos abarca, envolve e delimita
Começam as águas, mesmo se não finda a terra, que existe sob ela, termina a ilha
Há quem acredite nos barcos, nas garrafas com bilhetes, em socorro vindo de alguma parte
Mas não existe nada além da ilha
E do caos do mar que a cerca
O que vejo adiante são miragens de uma vontade delirante
O que vejo para trás é a vontade costumaz de ter certezas arbitrárias a cada concordância
O que vejo além é o que vejo em toda parte de lugar algum
Em cada menor parte de um nada que defini como tudo
Em cada um desses grãos de areia
Vejo castelos, estradas, festejos de nobres, contos de fadas
Penso em toda a composição dessa existência
Cada qual em seu lugar
Cada lugar em seu qual
Cal.. ou areia.. tanto faz...
A ilha é um recorte
Réles corte na imensidão de um mar salgado
Inóspito
Que vem e vai apenas para provocar
E os sentidos o percorrem
O delimitam
Definem
Impõem sentidos
Direções
Preâmbulos
Verdades sobre correntes marinhas
Que nunca foram minhas
E eu nem sei se existem
Apenas para fugir da ilha
Fugir dos olhos
Correntes pro mar
Cores rentes na mente
Reticentes
Recursos
Linhas sinuosas que viram um curso
Levam a continentes inexplorados
À uma Atlântida naufragada
À ilha de Circe
Terras bárbaras de uma mulher e seu porcos
Parcos porcos
Em sua ilha...
segunda-feira, 14 de abril de 2008
Diferenças ou A um show do the doors...
(Muitas vezes fora assim. Tantas. Quase como em um samba de uma nota só. A cadência de um descompasso inerente ao ritmo quase estagnado de uma longa duração. Se são as espumas do mar que marcam o cotidiano, as águas abissais seguem na constância das correntes marinhas, fazendo dos abruptos tsunamis pouco mais que irrupções precisas de um oceano caudaloso. Muitas vezes fora assim.. tantas...)
- Essa foi a última vez!
- Desculpa, não era isso que eu queria.
- Você sempre diz que não é o que queria, mas aqui estou com minha fúria e minhas lágrimas!
- Desculpa, eu sinto muito. Mas eu precisava tanto...
- É sempre assim. Sempre é o que você precisa...
- Não é sempre o que eu quero. Quem me dera fosse. É sempre o que nós conseguímos...
"C'mon, c'mon, c'mon, c'mon now
Touch me, babe
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that she made?"
- É isso que nós conseguímos? Isso não é o que eu quero. Eu quero tranquilidade. Sobriedade. Felicidade.
- Eu quero liberdade.
- E você não tem? Você não está aqui?
- Sim. Mas não da forma que poderia ter sido.
- Eu não queria estar aqui.
- E quase não esteve...
- Por que precisavam de mim em outro lugar...
- Eu sei.. e aceito isso... liberdade.. pra você e pra mim. Mas pode guardar a tranquilidade e a sobriedade... eu quero viver todos os conflitos e diálogos que tenho direito...
"Now, I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I"
- Uma hora eu não vou aguentar mais.
- Eu farei tudo para que isso não aconteça.
- Não.. você faz tudo para que aconteça. Você faz só pra me provocar!
- Não. Eu faço só pra me provocar.
- Você só pensa em você!
- Eu só penso a partir de mim... e o que mais penso é em você...
(O ar parou de vibrar com as palavras e arrefeceu ao ritmo lento das respirações pesadas. Haviam olhos que fitavam o céu e olhos que fitavam a terra.. e um mar entre eles. Havia uma névoa da fumaça do cigarro, densa e branca. Havia rio de bebidas alcoólicas e comprimidos de todas as cores do espectro luminoso tornando o piso um tabuleiro de War para dois jogadores.)
- Você precisa mudar.
- Eu mudo o tempo todo. Eu, mudo, o tempo todo.
- É só o que eu te peço... é tão difícil fazer algo que eu te peço?
- Eu sempre mudo.. sempre mudo com você.. mas não posso mudar para você, isso irá me emudecer por completo.
- Você é tão egoísta.
- Sou.. me desculpe.. mas eu não saberia me ser de outra forma, que não essa inconstante dízima periódica.
"C'mon, c'mon, c'mon, c'mon now
Now touch me, baby
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that she made?"
- O cansaço me domina. Todas as vezes. Sempre. Do mesmo jeito. E eu não preciso disso.
- Eu sei. E eu queria que nenhuma liberdade minha fosse libertinagem com a sua vontade. Mas somos tão diferentes, que todos os nossos sentidos formam ângulos oblíquos.
- Então talvez seja melhor parar de teimosia e desistirmos...
- Eu prefiro seguir tentando.
- Assim eu não terei tranquilidade..
- Nem eu terei liberdade, mas faz muito tempo que eu escolhi você a ela.
"I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I
I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I..."
- Essa foi a última vez!
- Desculpa, não era isso que eu queria.
- Você sempre diz que não é o que queria, mas aqui estou com minha fúria e minhas lágrimas!
- Desculpa, eu sinto muito. Mas eu precisava tanto...
- É sempre assim. Sempre é o que você precisa...
- Não é sempre o que eu quero. Quem me dera fosse. É sempre o que nós conseguímos...
"C'mon, c'mon, c'mon, c'mon now
Touch me, babe
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that she made?"
- É isso que nós conseguímos? Isso não é o que eu quero. Eu quero tranquilidade. Sobriedade. Felicidade.
- Eu quero liberdade.
- E você não tem? Você não está aqui?
- Sim. Mas não da forma que poderia ter sido.
- Eu não queria estar aqui.
- E quase não esteve...
- Por que precisavam de mim em outro lugar...
- Eu sei.. e aceito isso... liberdade.. pra você e pra mim. Mas pode guardar a tranquilidade e a sobriedade... eu quero viver todos os conflitos e diálogos que tenho direito...
"Now, I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I"
- Uma hora eu não vou aguentar mais.
- Eu farei tudo para que isso não aconteça.
- Não.. você faz tudo para que aconteça. Você faz só pra me provocar!
- Não. Eu faço só pra me provocar.
- Você só pensa em você!
- Eu só penso a partir de mim... e o que mais penso é em você...
(O ar parou de vibrar com as palavras e arrefeceu ao ritmo lento das respirações pesadas. Haviam olhos que fitavam o céu e olhos que fitavam a terra.. e um mar entre eles. Havia uma névoa da fumaça do cigarro, densa e branca. Havia rio de bebidas alcoólicas e comprimidos de todas as cores do espectro luminoso tornando o piso um tabuleiro de War para dois jogadores.)
- Você precisa mudar.
- Eu mudo o tempo todo. Eu, mudo, o tempo todo.
- É só o que eu te peço... é tão difícil fazer algo que eu te peço?
- Eu sempre mudo.. sempre mudo com você.. mas não posso mudar para você, isso irá me emudecer por completo.
- Você é tão egoísta.
- Sou.. me desculpe.. mas eu não saberia me ser de outra forma, que não essa inconstante dízima periódica.
"C'mon, c'mon, c'mon, c'mon now
Now touch me, baby
Can't you see that I am not afraid?
What was that promise that you made?
Why won't you tell me what she said?
What was that promise that she made?"
- O cansaço me domina. Todas as vezes. Sempre. Do mesmo jeito. E eu não preciso disso.
- Eu sei. E eu queria que nenhuma liberdade minha fosse libertinagem com a sua vontade. Mas somos tão diferentes, que todos os nossos sentidos formam ângulos oblíquos.
- Então talvez seja melhor parar de teimosia e desistirmos...
- Eu prefiro seguir tentando.
- Assim eu não terei tranquilidade..
- Nem eu terei liberdade, mas faz muito tempo que eu escolhi você a ela.
"I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I
I'm gonna love you
Till the heavens stop the rain
I'm gonna love you
Till the stars fall from the sky
For you and I..."
terça-feira, 8 de abril de 2008
Estou perdido ou A vida é a arte do encontro
"A vida é a arte do encontro
Embora haja tanto desencontro..."
- Estou perdido...
- Perdido?
- Perdido...
- Você?
- Sim.. eu!.. Perdido..
- Estranho...
- Eu sei... mas na verdade já não o é tanta assim...
- Ia dizer que voê parece bem aí pra mim.
- Mas não estou...
- Como não está? Eu posso pegar em você.. veja...
- Mas isso que você pega não me é de todo...
- Ah é? E o que te seria que não isso? Seu espírito?
- Não.. meu espírito eu penhorei a tempo demais pra fazer qualquer diferença...
- Claro, claro.. posso fazer só um parenteses rapidinho.. valeu.. hoje você tá muuuito estranho... continuando.. e onde você está então?
- Não sei.. como comecei a dizer.. estou perdido..
- Perdido de você mesmo?
- Ora se não é só de mim que poderia sê-lo...
- Precisa de ajuda para procurar?
- Seria um tanto inútil a bem da verdade...
- Faz tempo?
- O que?
- Que está perdido..
- Não.. nem tanto.. eu poderia lhe dizer que uma década, mas seria leviano.. poderia dizer que a 3680000 trilhões de gerações de bactérias A5V7 mas seria rebuscado e barroco...
- Você está realmente estranho hoje... mas e então vamos procurar?
- Já lhe disse que é uma busca sem sentido...
- Ouvi dizer que estas são as melhores.. aquelas que duram uma vida inteira..
- Ou mais...
- Pois é...
- Das que pra aguentar só com boa companhia...
- Era o que dizia aquele sambinha...
- Não.. ele dizia que sem um cigarro, uma cachaça e um carinho ninguém segura esse rojão...
- É mesmo... bom, aceita a companhia sr. Perdido?
- De muito bom grado.. é por cá o caminho da perdição... além da cúpula do trovão nas imediações de Pasárgada... mas aviso que vai ser eterna errância..
- Então nós teremos muito o que conversar....
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho..."
Embora haja tanto desencontro..."
- Estou perdido...
- Perdido?
- Perdido...
- Você?
- Sim.. eu!.. Perdido..
- Estranho...
- Eu sei... mas na verdade já não o é tanta assim...
- Ia dizer que voê parece bem aí pra mim.
- Mas não estou...
- Como não está? Eu posso pegar em você.. veja...
- Mas isso que você pega não me é de todo...
- Ah é? E o que te seria que não isso? Seu espírito?
- Não.. meu espírito eu penhorei a tempo demais pra fazer qualquer diferença...
- Claro, claro.. posso fazer só um parenteses rapidinho.. valeu.. hoje você tá muuuito estranho... continuando.. e onde você está então?
- Não sei.. como comecei a dizer.. estou perdido..
- Perdido de você mesmo?
- Ora se não é só de mim que poderia sê-lo...
- Precisa de ajuda para procurar?
- Seria um tanto inútil a bem da verdade...
- Faz tempo?
- O que?
- Que está perdido..
- Não.. nem tanto.. eu poderia lhe dizer que uma década, mas seria leviano.. poderia dizer que a 3680000 trilhões de gerações de bactérias A5V7 mas seria rebuscado e barroco...
- Você está realmente estranho hoje... mas e então vamos procurar?
- Já lhe disse que é uma busca sem sentido...
- Ouvi dizer que estas são as melhores.. aquelas que duram uma vida inteira..
- Ou mais...
- Pois é...
- Das que pra aguentar só com boa companhia...
- Era o que dizia aquele sambinha...
- Não.. ele dizia que sem um cigarro, uma cachaça e um carinho ninguém segura esse rojão...
- É mesmo... bom, aceita a companhia sr. Perdido?
- De muito bom grado.. é por cá o caminho da perdição... além da cúpula do trovão nas imediações de Pasárgada... mas aviso que vai ser eterna errância..
- Então nós teremos muito o que conversar....
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho..."
segunda-feira, 7 de abril de 2008
Agradecimentos, perguntas e preparativos ou Porquês pro meus volteios...
Salve salve meu povo e minha pova.. mais uma semana que começa eu, sem nenhuma pressa, vou indo nessa, que não há felicidade que se meça em semana que tem show do The Doors em pleno Nílson Nélson..
"Coitado, não avisaram pra ele que o Jim Morrison morreu" diria alguma alma mais apressada.. à qual eu respondo que nada... não tem o Jim, mas tem o tecladista Ray Manzarek e o guitarrista Robby Krieger, integrantes originais. Os ingressos estão aqui no bolso devidamente comprados.. frente do palco.. os ácidos tão encomendados.. ou seja.. "Para o infinito e além.." já diria o Buzz Lightyear... certamente haverá post aqui sobre isso semana que vem..
O show inclusive dar-se-á na companhia da minha Hermana mais que querida.. irmã que me ensinou a por musiquinha no blog.. podia ser mais lindamente graciosa essa irmã minha?.. Irmandade de dois historiadores descoberta às portas do hoje (supreendentemente) extinto Estação 109, nos idos de 2002, ao som de "People are Strange..", a música que singelamente é a primeira a ser posta por cá..
Hei de por muitas de agora em diante e envolvê-las em alguma explicação.. aguardem e confiem..
Recebi também um desafio que responderei abaixo e um prêmio da muy simpática Dona Toop, moça mais que top nos loops.. risos.
O desafio veio de uma nova senhorita dona de belas estampas e douradas madeixas..
1- Por que resolveu criar o blog?
Pra expressar minha verborragia...
2 - O que te dá mais prazer em blogar?
Os diálogos alados nessas encruzilhadas dos caminhos.. esses pontos nodais de potencialização das percepções...
3- Indique um blog bom e um do qual você não goste e por quê?
Um só? Vixe... bom, eu indicaria o da Patrícia, que certamente ela é a maior poeta que eu conheço sem conhecer... cada palavra dela tem três mundos entre cada letra... mas ele não é público... no da minha irmã você achará músicas de primeira e o espírito de estrela lilás dela... se quiser uma crônica impagável, tem os da Dona das Intenções e da Dona Toop.. mas se prefere adensados contornos de sabedoria, tem Dona Maíra.. mas se és de quem prefere imagens mais bem recortadas que a totalidade inabarcável, choviscadas com devaneios inebriantes.. Quintal das Cores.. se prefere sentar e assistir a fúria apaixonada do mar.. Dona Dragoa é seu horizonte pretendido.. enfim.. eu podia aqui fazer propaganda de todos os blogs que leio e dos seres que eles representam..
Mas eu não gosto do blog da Marimoon.. risos
4 – Qual tipo de música e quais suas bandas favoritas?
Favoritos? Ai ai.. lá vamos nós de novo.. Rock: Pink Floyd, The doors, Jimi Hendrix, Beatles, Stones, Led, Raul, Mutantes, Secos e Molhados, Elvis, Creedence, Pearl Jam, Black Sabbath, Janis, Jethro Tull... acho que dá uma idéia.. risos..
MPB: Jorge Ben, Tim Maia, Legião, Titãs (das antigas), Marisa Monte, Cordel, Gilberto Gil, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius, Planet Hemp, Bezerra, Ultraje...
Reggae: Bob e tudo que direta ou indiretamente tem dedo dele.. risos
Eletrônica: Fatboy, GMS, Infected Mushroom, Protoculture, Rinkadink, Paul Oakenfold, Succubus...
Devo ter esquecido algo, mas já dá um bom painel..
5– Qual o assunto que você mais gosta de postar?
Coisas estranhas que saltam das entranhas e parecem façanhas, mas não são nada tamanhas.. são só manhas minhas.. de quem arranha algumas parcas linhas...
6- Seaquinevassevocêusariaesqui?
Putz.. eu adoro neve. Acho que foi a única coisa que eu invejei na Europa foi a neve... mas eu acho que não esquiava não.. faria bolas de neve e planos como os do Calvin pra pegar a Susy... risos
7– Você é: casado, solteiro, separado, enrolado, desquitado, chutado, viúvo ou outros?
Casado e feliz... risos.. mas sou bem enrolado também..
8- Por que você deu esse nome ao seu blog?
Porque eu cumprimento as pessoas falando "Salve fulano..", "salve salve ciclano" daí ia por o nome.. "salve jorge", mas já tinha.. e "salve salve", também..
9 - Qual o último blog que você visitou?
O da Dona Lolita.. vestido estampado...
10 - Por que resolveu participar deste Meme?
Fui intimado a.. risos..
Quem quiser ter de responder, fique à vontade...
O prêmio dado-me pela Dona Toop vai pra lista ali ao lado.. mas fica meu eterno agradecimento.. mais pela preciosa atenção que pelo prêmio propriamente dito.. risos
"Coitado, não avisaram pra ele que o Jim Morrison morreu" diria alguma alma mais apressada.. à qual eu respondo que nada... não tem o Jim, mas tem o tecladista Ray Manzarek e o guitarrista Robby Krieger, integrantes originais. Os ingressos estão aqui no bolso devidamente comprados.. frente do palco.. os ácidos tão encomendados.. ou seja.. "Para o infinito e além.." já diria o Buzz Lightyear... certamente haverá post aqui sobre isso semana que vem..
O show inclusive dar-se-á na companhia da minha Hermana mais que querida.. irmã que me ensinou a por musiquinha no blog.. podia ser mais lindamente graciosa essa irmã minha?.. Irmandade de dois historiadores descoberta às portas do hoje (supreendentemente) extinto Estação 109, nos idos de 2002, ao som de "People are Strange..", a música que singelamente é a primeira a ser posta por cá..
Hei de por muitas de agora em diante e envolvê-las em alguma explicação.. aguardem e confiem..
Recebi também um desafio que responderei abaixo e um prêmio da muy simpática Dona Toop, moça mais que top nos loops.. risos.
O desafio veio de uma nova senhorita dona de belas estampas e douradas madeixas..
1- Por que resolveu criar o blog?
Pra expressar minha verborragia...
2 - O que te dá mais prazer em blogar?
Os diálogos alados nessas encruzilhadas dos caminhos.. esses pontos nodais de potencialização das percepções...
3- Indique um blog bom e um do qual você não goste e por quê?
Um só? Vixe... bom, eu indicaria o da Patrícia, que certamente ela é a maior poeta que eu conheço sem conhecer... cada palavra dela tem três mundos entre cada letra... mas ele não é público... no da minha irmã você achará músicas de primeira e o espírito de estrela lilás dela... se quiser uma crônica impagável, tem os da Dona das Intenções e da Dona Toop.. mas se prefere adensados contornos de sabedoria, tem Dona Maíra.. mas se és de quem prefere imagens mais bem recortadas que a totalidade inabarcável, choviscadas com devaneios inebriantes.. Quintal das Cores.. se prefere sentar e assistir a fúria apaixonada do mar.. Dona Dragoa é seu horizonte pretendido.. enfim.. eu podia aqui fazer propaganda de todos os blogs que leio e dos seres que eles representam..
Mas eu não gosto do blog da Marimoon.. risos
4 – Qual tipo de música e quais suas bandas favoritas?
Favoritos? Ai ai.. lá vamos nós de novo.. Rock: Pink Floyd, The doors, Jimi Hendrix, Beatles, Stones, Led, Raul, Mutantes, Secos e Molhados, Elvis, Creedence, Pearl Jam, Black Sabbath, Janis, Jethro Tull... acho que dá uma idéia.. risos..
MPB: Jorge Ben, Tim Maia, Legião, Titãs (das antigas), Marisa Monte, Cordel, Gilberto Gil, Chico Buarque, Tom Jobim, Vinicius, Planet Hemp, Bezerra, Ultraje...
Reggae: Bob e tudo que direta ou indiretamente tem dedo dele.. risos
Eletrônica: Fatboy, GMS, Infected Mushroom, Protoculture, Rinkadink, Paul Oakenfold, Succubus...
Devo ter esquecido algo, mas já dá um bom painel..
5– Qual o assunto que você mais gosta de postar?
Coisas estranhas que saltam das entranhas e parecem façanhas, mas não são nada tamanhas.. são só manhas minhas.. de quem arranha algumas parcas linhas...
6- Seaquinevassevocêusariaesqui?
Putz.. eu adoro neve. Acho que foi a única coisa que eu invejei na Europa foi a neve... mas eu acho que não esquiava não.. faria bolas de neve e planos como os do Calvin pra pegar a Susy... risos
7– Você é: casado, solteiro, separado, enrolado, desquitado, chutado, viúvo ou outros?
Casado e feliz... risos.. mas sou bem enrolado também..
8- Por que você deu esse nome ao seu blog?
Porque eu cumprimento as pessoas falando "Salve fulano..", "salve salve ciclano" daí ia por o nome.. "salve jorge", mas já tinha.. e "salve salve", também..
9 - Qual o último blog que você visitou?
O da Dona Lolita.. vestido estampado...
10 - Por que resolveu participar deste Meme?
Fui intimado a.. risos..
Quem quiser ter de responder, fique à vontade...
O prêmio dado-me pela Dona Toop vai pra lista ali ao lado.. mas fica meu eterno agradecimento.. mais pela preciosa atenção que pelo prêmio propriamente dito.. risos
quinta-feira, 3 de abril de 2008
Uma questão de fé ou Diálogos com a sabedoria...
"Ando devagar porque já tive pressa
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei..."
Fé
Na mulher negra
Numa manhã que alegra
Numa loucura sem regra
Em seguir a pé
Com mochila nas costas
Fé em se fazer o que gosta
Em pedir ajuda
Em ter quem nos acuda
Numa certeza muda
Na lida
Que leva a vida
Fé na flor preferida
No Mengão campeão
Num samba canção
Nos orixás abençoados
No dinheiro suado
Num cântico gregoriano
Num velhinho tocando piano
Fé até quando se entra pelo cano
Ou se discute com um hermano
Fé em seguir com o plano
Fé em romper a ordem
Fé que me organizando
Eu posso desorganizar
Fé no ar
Fé em por onde ando
Fé nesse céu
Nesse mar...
"Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. e cantar e cantar...
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus
Eu sei... eu sei...
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita..."
E levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Ou nada sei..."
Fé
Na mulher negra
Numa manhã que alegra
Numa loucura sem regra
Em seguir a pé
Com mochila nas costas
Fé em se fazer o que gosta
Em pedir ajuda
Em ter quem nos acuda
Numa certeza muda
Na lida
Que leva a vida
Fé na flor preferida
No Mengão campeão
Num samba canção
Nos orixás abençoados
No dinheiro suado
Num cântico gregoriano
Num velhinho tocando piano
Fé até quando se entra pelo cano
Ou se discute com um hermano
Fé em seguir com o plano
Fé em romper a ordem
Fé que me organizando
Eu posso desorganizar
Fé no ar
Fé em por onde ando
Fé nesse céu
Nesse mar...
"Eu fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
Viver e não ter a vergonha de ser feliz
Cantar.. e cantar e cantar...
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah meu Deus
Eu sei... eu sei...
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita..."
Assinar:
Postagens (Atom)