terça-feira, 3 de maio de 2016

Para lua

Olhando a lua
Toda aquela superfície nua
Fez uma reza
Nos volteios do campo onde atua
Era o que mais presa
Uma prece
Pro que mais lhe apetesse
Um pedido
No peito perdido
Não era santo
Partira o dragão
Mas vagava naquele chão
Arrastava o manto
A lua com seu encanto
Que era tanto
O solo pro seu pranto
E ele esquecido da razão
Sabia que era ilusão
Nunca a teria pra si
Mesmo que morresse ali
Ela era da multidão
Ela cintilava na imensidão
Ele queria abarcá-la em vão
Como um tolo
Que planeja o dolo
Sem ter munição
E seguia a procissão
Mas ele ia na contra-mão
Atirara longe o brasão
Descera do cavalo
Pois a lua não iria amá-lo
Nem mesmo mudaria sua translação
Só iria aceitá-lo
De fato
Por um tempo inexato
Como inexata era aquela paixão...

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