segunda-feira, 9 de maio de 2016

1 ano de Ana ou sobre ser pai 3...


Há quem diga que o tempo voa...
Eu te diria hoje, pessoa amiga
Que ele engatinha e já ensaia libertar-se bípede por aí
Ainda carece de apoio
E de apoio carecerá por muito tempo ainda...
Não carecemos todos nós?

Mas minha pequenina forma do tempo está cheia de graça
Há mais magia por onde ela passa
Em tudo que ela faça
Precisas ver como gira o mundo quando um bebê te abraça
Pousa a cabeça no teu ombro
É como se virasse castelo a ruína
Nuvem, o escombro
Tudo que faz minha menina
Me fascina
Me desatina
Me causa assombro

Se ela concatena dois sons
Se ela vacila no ar tentando se equilibrar
Ou simplesmente consegue se virar
E os pés pousar
No piso marrom
Para ela é tudo bom
E eu a admirar
Essa vida ainda sem tom
Para ela é magnífica qualquer melodia
Seja uma cantiga do dia-a-dia
Ou a repetida galinha pintadinha
Sei que se em mim ela se aninha
Até essa tormenta que nos envolve
E o pior que se avizinha
Se dissolve
Se dissipa
E eu só penso em ensiná-la a soltar pipa
A nadar, ler e sonhar
Em fazer dela uma pessoa ímpar
Mas é ela que vai me fazendo seu par
Seu pai
Algo em mim mudando vai
Aprendendo
Florescendo
Nas minhas fissuras
Criando remendos
Pois pra tantas aprendizagens duras de outrora
Essa aurora
Trás novas juras
Novas curas
Tantas canduras
Que o mundo afora se admira com meu encantamento...

Um comentário:

kal disse...

Que sorte tem a Aninha de ter um pai poeta!! Amei!