quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Carta para Hélio Lopes



Salve pai... como vão as coisas por aí? Por aqui tá difícil, negão... você não dimensiona a falta que faz. 
Teve encontro da família Lopes dos Santos esse ano na casa da tia Vera. Foi o maior barato. Primos de todos as bordas, arestas deixadas de lado. Do jeito que você gostava e fazia acontecer. Falamos de você, da vovó, do vovô... de todos que seguem em nós. Tanta falta. Foto pra tudo quanto era lado.
O doutorado tá difícil, porque junto com o trabalho sobrecarrega mesmo. Mas é época de inferno astral, pois sua partida teria que ser num inferno astral, ainda que o Fred diga que isso não existe. Como existe.
Você ia gostar muito do apartamento novo e estaria orgulhoso como minha mãe. Afinal você era meio mãe e talvez por isso o melhor dos pais. Hoje eu entendo como nunca como ter pai trás paz. Até porquê sou um pseudo pai pra muito aluno na escola. Todo mundo precisa de um pai. Alguém que saiba te dizer que você tá fazendo merda e pode fazer tão melhor. Alguém pra te aplaudir quando você conseguir. Alguém pra achar que você não é melhor que ninguém, mas como você é especial. Eu sinto saudade de tudo e falta de cada instante desses quatro anos que não pode ter sido. 
A eleição tá tranquila, mas o clima tá tenso. Muita gente reclamando, nem tantas fazendo, o mundo girando e se corroendo correndo. O Agnelo não ganha nem pra síndico do bloco, mas acho que a Erika Kokay vai ter uma boa votação. Vou votar na Maninha pra distrital, pois não estou satisfeito com a aliança PT/PP e não quero eleger o Paulo Roriz. Eu sei, negão... eu sei. Mas eu acho que faz parte do processo.
Em novembro tem show do Deep Purple aqui em Brasília. Vai ser bruto...
O Guto cada vez mais bombeiro e sempre gente boa. A Dé trabalhando cada vez mais. A gente perdeu o bebê, mas logo vem outro. Serias um tremendo avô babão... você meio que já era, mesmo que do neto dos outros. 
A escola me cansa, mas as crianças me encantam. Algumas me cansam também, mas me dão esperança. Os adolescentes me dão preguiça. Alguns me encantam. Outro dia conversava com um aluno Matheus, na feira de ciências, sobre essa falta que se leva pro resto da vida. Ele perdeu a mãe com câncer recentemente... 45 anos. E eu repeti o que digo sempre e que digo desde quando descobri que isso ia acontecer: "eu sou feliz por tudo que houve". Eu sei que a grandeza dela é proporcional a isso tudo que você foi.
Tô feliz de dar aula na UnB, ainda que seja de uma maneira meio tortuosa. O Zé me passou um monte de documentos e papéis seus da época. Diz muito sobre você.
COmo disse, tô na correria.. 2 turmas de trabalhos dos mitos e 10 pacotes de prova me aguardam. Só queria te lembrar que eu sinto sua falta pelo grande pai que você foi, porque isso eu nunca esqueço.

5 comentários:

Anônimo disse...

PORRA JORGE!!! Você é demais meu velho!!! Tio Hélio deixou grandes homens nessa terra. Não poderia ser diferente! Forte abraço, IRMÃO! Daniel

rô Caetano disse...

Filho, querido.
belo depoimento sobre a falta que Helinho faz a você. E por extensão a todos nós que convivemos com ele. tenho certeza que ele ficaria muito feliz em ver você e Debora morando na 108 Sul, ao lado da 107, onde ele cresceu, perto da Banca do Lorival e daquele ficus tão frondoso e de tronco habilmente esculpido pela natureza. E mais, perto da pizzaria Dom Bosco, que ele adorava.
Um beijao de sua mãe, rô caetano
E QUE HELINHO PERMANEÇA
SEMPRE EM NOSSA MEMORIA.

Rô Caetano disse...

Jorge Artur, será que consegui encaminhar meu comentario? minha burrice digital nao tem fim!!!
Bjs rô

Tamara Eleutério disse...

a dimensão das cartas, tão ato

Anônimo disse...

Estude com seriedade sobre EQM.