Me perdi no domingo
Bebi tudo até o último pingo
Trabalhar no dia seguinte parecia castigo
Mas ainda tava caçando perigo
Ou abrigo
Que o calor era infernal
Foi aí que ela chegou feito vendaval
Não era só o olhar sensual
Era a aura de deusa da porra toda
O sorriso de te acabo fácil fácil
Tudo nela parecia precipício
E eu por vicio
A convidei para uma rima
Uma música, alguma lírica
Uns drinks em Paris
Ela riu como quem diz
Me convença
Mas antes do que você pensa
Já havia contato
Olfato, paladar e todo o tato
Palpitar
Ninguém fazia ideia de onde as roupas foram parar
Ou quem apagou a luz enquanto a porta batia
Tudo era vontade vadia
Unhas rasgando as costas
Mordidas devorando pescoço
O gato pulou da cama enquanto podia se salvar
Nenhum dos dois estava ali para brincar
Cada gemido era uma saraivada de desejo
Cada delírio começava e terminava com beijo
Cada lábio recebia a invasão melada por inteiro
O mundo inteiro quicava
Não havia como parar de estapear aquela raba
Como não se afogar
Na força daquele olhar
Como não escalar do umbigo ao infinito
Enquanto vinha mais e mais e ainda mais o agito
Tudo voava
Ao mesmo tempo que toda estrela cadente despencava
A Valquíria cantava
Gozava
Marcava
Dominada dominava aquela cavalgada
Até o grudar envolver as realidades pulsantes tão díspares quanto entranhantes no âmago de tudo que houve, há e haveria
Mais um instante
Até serem de novo
Dois amantes
Famintos
Nenhum comentário:
Postar um comentário