terça-feira, 27 de dezembro de 2016

No fim


No fim
Ela chegou pra mim
E disse assim
Tenho que ir
Te quero tão bem
Que preciso partir
Tomar esse trem
Encontrar outro além
De você me despir
E eu quis segura-la
Explicar como era rara
Mas faltou-me a fala
Foi daquela dor que cala
Que até o tempo para
Que faz do jardim
Um Saara
E quando eu vim
Já era tarde
Mesmo se o peito ainda arde
Mesmo se depois fui puro alarde
Na hora
Só sofri
Me vi ali
A dor de quem chora
E devora cada lágrima
Esquece a rima
No peito essa espora
Na vida essa esgrima
As grades não lima
Apenas um querer que parte
Porque a vida tem tanta arte
Mas nem toda arte é pra vida

Um comentário:

Pree Leonel disse...

Poeta Jorge, vc ainda sustenta a poesia. Que alívio.