quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Deusa


Eu vejo a deusa em você
Como quem vê
A resposta de tudo
Como o deus galhudo
Devotado e mudo
Ao teu mundo
Desejo profundo
Eu te inundo
Mesmo que sejas o mar
E eu a gota
Vim navegar tuas correntes
Tocar tuas notas
Esquecido das rotas
És o todo à minha frente
O princípio, o precipício e o ofício
Desde o início
A primeira loucura do vício
Que até por isso
Vira o parâmetro de todo o resto
Não presto
Mesmo se meu todo empresto
São réles desdobramentos vazios do além-você
Efêmeros e funestos
Além-mar
Melhor seria estar
No teu útero, na tua cama ou nas tuas lágrimas
Teu oceano sagrado
Que nado
Ao nascer, devorar e deixar
Deusa das três fases
Faces
A me dominar
Eu vejo a deusa em você
E me ponho a mercê
De como vamos dançar...

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