Oi pai.
76 anos de Hélio Lopes. 7 anos de Gustavo. 1 ano de Aurora.
Tô em casa doente com as crianças. Segunda começa mais uma greve das professoras e professores. Hoje é domingo, pé de cachimbo... rs.. eu sei que o certo é pede cachimbo, mas na minha cabeça de criança sempre foi pé de cachimbo. Estamos gripados. Tá rolando uma onda de influenza pra todo lado. A semana toda assim. Tava numa correria louca com a Olimpíada de História. 27 equipes na 4a fase, acredita?
Dé tá em Manaus, foi para um congresso de medicina, passa a semana toda lá. Hoje tem festinha do Gugão e da Aurora, mas não vamos poder ir. Devo visitar o Guto essa semana quando melhorarmos.
To vivendo o que acontece e planejando o que é possível. Uma preocupação me habita, outras me atravessam, mas eu só sei de viver o que me resta nessa festa.
Me falta um pai pra me dar conselhos. Não para segui-los, mas para tê-los. Não que eu seja um pai com bons conselhos.. rs. A vida é muito boa em sapatear sobre conselhos alheios né.
Mas escutar o seu "porra, negão".. ia ser muito bom. Ia me encher de alegria. Me alimentar as forças. Me lembrar que a solidão não é condição. Os pais tem esse poder de fazer a gente se sentir protegido, refugiado do mundo. Você tinha esse jeito. Tomava conta de todo mundo, não só de mim e do Guto. Filho de Dona Hilda né.
João acabou me pedir ajuda com uma caneta e perguntou chorando. Eu disse pra ele que é saudade do meu pai, que eu choro porque cada lágrima é o tanto que você era maravilhoso. Obrigado por ter sido o melhor pai que eu conheci e por viver em mim desse jeito sempre. Dói. Faz falta. Nunca diminui. Que bom...
Saudades. Amo você.