Cedo
Bem cedo mesmo
Antes do dia apresentar seu enredo
Eu meio a esmo
Tateei você
Semi despida
Reflexiva
Com a vida em carne viva
E minha vontade mais atrevida arranhou o teu ser
- Sabe...
E o que veio depois não cabe
Nas rimas que um poeta é capaz de fazer
Era tanto beijo
Tanto cheiro
Tanto aperto
Tanta pele grudada
Tanta loucura transbordada
Que o certo virou incerto
Que o bater dos peitos ficou tão perto
Tão lá dentro
Tão no íntimo
Que refez o centro
Dobrou o tempo
No correr dos dedos
Carinho e cafunés desfazendo nós e medos
E nós... ah, nós... só há nós... mais e mais nós...
- Já é tarde...
Ainda arde
Em cada parte
Nossa arte
Enroscamos as pernas
Certas rimas são eternas
Mas outras são fulgazes
Pro fogo que trago
És mar
A ir e voltar
Me banhar
Correntezas profundas a me tragar
Sem fim
E seguimos assim
Eu só querendo saber de você
Você deusa eterna de mim