quarta-feira, 6 de setembro de 2023

Sabe...

 Cedo

Bem cedo mesmo 

Antes do dia apresentar seu enredo

Eu meio a esmo

Tateei você

Semi despida

Reflexiva 

Com a vida em carne viva

E minha vontade mais atrevida arranhou o teu ser

- Sabe...

E o que veio depois não cabe

Nas rimas que um poeta é capaz de fazer

Era tanto beijo

Tanto cheiro

Tanto aperto

Tanta pele grudada

Tanta loucura transbordada

Que o certo virou incerto

Que o bater dos peitos ficou tão perto

Tão lá dentro

Tão no íntimo

Que refez o centro

Dobrou o tempo

No correr dos dedos

Carinho e cafunés desfazendo nós e medos

E nós... ah, nós... só há nós... mais e mais nós... 

- Já é tarde...

Ainda arde

Em cada parte

Nossa arte

Enroscamos as pernas

Certas rimas são eternas 

Mas outras são fulgazes

Pro fogo que trago

És mar

A ir e voltar

Me banhar

Correntezas profundas a me tragar

Sem fim

E seguimos assim

Eu só querendo saber de você

Você deusa eterna de mim