domingo, 17 de agosto de 2014

Para além da caixa...


Me afastei de Pandora
Por sua longa demora
Não em fechar a caixa
Mas em perceber a cilada de Zeus
Mas feliz foi Prometeu
Que não via crime
No ato pensado
Fogo para o homem
Para a mulher
Para o par
Hermafroditas cortados no mito
E no dito
Vivem as tais memórias num infinito
Tantas sensibilidades que não cabem em palavras
Sei que te cito
Pra poder me perder
Que nesse padecer
De relato
Navego o tato, o paladar e o olfato
Mas não serei ingrato
De não arrancar um suspiro e um delírio
De quem vendo além do martírio
Desse mundo fechado
Abre incomensuráveis caminhos
Desalinhos
Ímpares de tão pares...