"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Coisas passadas ou Melhor post de março...
Além disso, tive o privilégio de ter uma das minha rimas publicada no blog da Camila.. fico deveras lisonjeado viu minha cara e aproveito pra deixar o link dela aqui pra quem não conhece esses róseos caminhos... http://caminhosdecamila.blogspot.com/
Fantasias de um delírio inexato ou Mais hidromel...
(Era uma padaria. Dessas de tinta descascada na parede, muitos cartazes de mulheres graficamente tratadas pelo computador anunciando cervejas em posições apelativas, banheiros desagradáveis, alguns ovos esverdeados atrás de um vidro de higiênie duvidosa.. ou seja uma padaria, que podia ser um bar, podia ser um mercadinho.. mas se denominava padaria. Enfim, lá deu-se o encontro.. eles se viram, sorriram simpaticamente e sentaram.. os olhares tentavam falar, mas ainda não tinham achado o idioma certo...)
- Salve salve.. (ele disse como se fosse naturalmente a primeira coisa a ser dita..)
- Olá.. (ela disse meio sem jeito..)
- O que vai ser? (disse o homem da padaria)
- Uma cerveja.. dois copos..
- Mais alguma coisa?
- Por enquanto só isso.. (e ele voltou a olhar para ela, sorrindo da felicidade genuína que o encontro produzia. Se conheciam a tanto tempo que o próprio tempo não fazia qualquer sentido. E eles sempre tinham habitado as periferias dos próprios sentidos, escorregando em beiras de abismos, suspirando na intermitência de certas janelas.. debruçados sobre o beiral, um contato imbricado na poética do delírio puro... e assim se viam de novo pela primeira vez...) Pra mim é como se todo o mar explodisse numa míriade de gotículas flutuantes desdenhosas da gravidade, satisfeitas em refratar a realidade num turbilhão de possibilidades...
- Ai.. eu não sei como você consegue.. assim.. aqui.. entre o saleiro e o copo de cerveja... desculpa, eu sei que.. mas é tudo tão estranho... eu não consigo com a Juliana Paes rindo pra mim..
- Sempre teve esse sabor profano o nosso verbo, daí que não consigo navegar num céu sem as penas dos descaídos... é como se eu cuspice lírios porque plantaste tantas tulipas no meu estômago.. (Ela sorriu e baixou os olhos..)
- Ah, eu queria tanto cantar com você até os muros arrebentarem, as asas sangrarem e nossos desejos alçarem vôo até o mar, nosso mar.. mas é que agora parece tão.. inapropriado.. você aí.. eu aqui.. assim, não era.. na boa..
- É que eu não me vesti.. (e os olhos dela se levantaram passando para a camiseta mundana toda azul da hering, um tanto desbotada das lavagens..) Meu pudor me impediu de vestir qualquer coisa.. achei que nada ficaria bem diante dos seus recortes.. as asas presas não permitiriam um conforto significativo.. e você teve o pudor de não se despir, aqui na padaria sua nudez seria explícita demais.. (ele bebeu todo o copo de café com cerveja em um só gole..) Mas descascá-la sempre foi uma massagem pro torpor de existir..
- Já são camadas demais desde que a primeira erodiu sobre as terras gregas..
- Eu sei, a poeira da estátua cuspiu mármore demais pelo jardim.. e medusa preferiu convidar medéia para um chá do que a nós se juntar..
- Só você sabe pintar o vermelho com esse tom de delírio que eu tanto gosto (ela disse esquecendo a parede de tinta descascada ao lado..)
- E só você rasgou as prosopopéias ínfimas dos transeuntes permitindo o vôo mais impactante..
- Eu vim porque aqui foi sempre o estar cujo escapar era mais doce...
- Eu estive aqui sempre sabendo que esse mundo dimensionado entre nós dois produzia os relâmpagos mais cortantes, os trovões mais retumbantes e os desvios mais excitantes...
- Você e suas rimas.. fazendo do diálogo uma esgrima...
- É que sempre pontuamos nossos movimentos com esses saborosos ferimentos, que adocicam os lábios.. chocam os sábios.. eu virei vampiro das suas asas, que só a tua franja varre minhas vitrines.. atiça minhas brasas com quaisquer sintaxes que destines... (Ela ergueu a taça até os lábios como as ninfas faziam antes dos homens estuprarem o lirismo dos gestos.. sorveu o hidromel sabor de fantasias indianas oníricas.)
- Foi um privilégio profanar esse seu campo florido.. gosto muito da paisagem daqui das ruínas..
- Pasárgada sempre é mutante.. e para receber tão nobre visitante, que é residente com direitos de presidente, mandei tudo colorir, as arestas retocar e uns desvarios alimentar, tudo para que não pares de vir.. veja, pintei fogos de artifício com as oito constelações mais importantes para te lembrar que as galáxias são seus olhos e o buraco negro do teu umbigo é o princípio...
- Nunca parei.. (ela disse sentindo a brisa cheiro de sândalo..) Apenas ondulo na tua língua...
- Perdoe-me as lágrimas, mas se todas as fabulas tivessem morais tão significativas, uma sinfonia de silêncio nos acompanharia até o precipício do nosso abraço..
- Ainda podemos cantar a tangente de nosso mergulho..
- Mais hidromel? (disse o formoso homem formado por ângulos obtusos, cacos de ônibus espaciais e areia de ampulhetas do Egito Antigo...)
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Could you be loved? ou Pode?
Além disso tem uma notícia excelente.. eu passei no concurso da Fundação Educacional para Professor de História.. e quer saber? Primeirão.. pois é.. tô insuportável.. risos.. e feliz de dar gosto de ver.. sábado enfiarei o pé com força pra comemorar.. quem quiser, já tá mais que convidado.. e como diria o Bob.. "Don´t worry... about the thing.. cause every little thing is gonne be all right.."
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Coisas passadas ou melhor post de Fevereiro...
Não exatamente o que eu queria ou Prefiro puro mesmo...
(Certo dia, ele resolveu beber a vida. A vida nunca foi sua bebida preferida. Começava doce.. mas sempre amargava no final. Tirou a tampa.. colocou no copo.. rodopiou-a enquanto a olhava e a vida olhou-o de volta.. nissou surgiu alguém.. que já tivera nome.. mas hoje preferia ser alguém qualquer, mais que ninguém e com um não ser que só sabe ser a mulher..)
- O que está bebendo?
- Você poderia dizer "o de sempre.."
- "O de sempre" hoje em dia eu prefiro com gelo.
- Eu sempre prefiro puro..
- Certas coisas nunca mudam.
- Tudo muda o tempo todo..
- Foi o que eu quis dizer. (ela disse antes de sentar ao lado dele ali no balcão..) Posso sentar?
(Ele olhou com seu melhor olhar de você já sentou..) - Claro. O bar não existe mais mesmo..
- Ouvi dizer. Então o que faz aqui?
- Estou bebendo.. sabe como é.. já sei foi o carnaval..
- Mais um. Agora o ano começa.
- Pois é.. mas eu não tenho pressa..
- Você nunca teve. Soube que passou num concurso.
- Passei.. pra professor substituto em Santa Maria..
- Parabens. Eu acho..
- Obrigado. Eu acho.. (Ele voltou a olhar o conteúdo do copo buscando melhor companhia..)
- Não adianta. Eu só vou quando eu quiser ir.
- Eu tinha esquecido..
- A maconha destruiu o seu cérebro. (e ela riu com deboche)
- Sei.. o que você quer afinal?
- Nada. Só resolvi dar uma passada.. ver esse seu corte novo de cabelo.. achei que você não ia cortar nunca.
- As coisas sempre mudam.. eu gostei dele um palmo mais curto..
- Pra mim ficou uma merda. (e ela acendeu um malboro light)
- Obrigado. Eu acho.. (e ele pensou se não era melhor tomar tudo de um só trago..)
- Disponha. (soprou a fumaça espeça como mármore) Você disse que gosta puro. Vai terminar o mestrado?
- Sim.. eventualmente.. em algum momento.. ao menos antes que ele acabe comigo..
- E como foi de viagem?
- Viajar é preciso. Viver..
- "Bem.. isso é uma longa conversa.. deixa eu apertar um enquanto falamos à respeito..." Você podia pelo menos mudar esses seus clichês. (e ela riu com desdém esnobe)
- Certas coisas nunca mudam.. e a viagem foi renovadora, algumas novas perspectivas, alguns redemoinhos de lama inescapáveis.. essas coisas..
- Claro, claro. Foi bom ver você.
- Gostaria de dizer o mesmo..
- Ah, mais uma coisa.
- Sim? (disse ele caindo na armadilha)
- Você sabe que eu acho essa história de metáforas vazias sobre a vida num blog.. ridículo né?
- Eu imaginei.. aliás estou imaginando..
- Pronto. Era isso. (ela levantou-se..) Até qualquer dia.
(Ele assistiu ela ir-se pelas ruínas do bar. Olhou mais uma vez para o copo onde a vida jazia sem gelo.. ao seu redor circulavam as quimeras de sempre, algumas novas e umas poucas ainda sem identificação.. daí tomouo tudo num gole só, limpou os lábios no antebraço, sentiu a queimação inicial no estômago e deixou-se embriagar, os sentidos se dobrarem ao entorpecimento e ver se pensava em algo mais sensual da próxima vez...)
sexta-feira, 12 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Coisas passadas ou O melhor post de Janeiro...
E foi assim... ou um começo de ano em um Universo Paralelo...
(E assim ele chegou, chegou como quem chega do nada, não trouxe nada e nada perguntou.. puxou uma cadeira com certo molejo, que a fez dançar sobre as pernas de madeira antes de interromper o movimento com espectância em frente a ele. Desfez-se do chapéu em movimento de certa elegância, a brasa dos lábios deixou descansar no canto num falso equilíbrio.. só então ergueu os olhos..)
- Muitas boas noites.. desculpe a demora.. mas é que lá fora tem tanto chão, tem tanta estrada.. e eu vou na contra-mão e minha passada é larga, que voltar demora, delonga minha hora, mas faz valer a ralação. Um ano é muita história, que ressoa na memória, 2007 foi embora e 2008 mal começou..
(Os olhos dele brilhavam com aquela chama de quem viu, se despiu e se curvou. Nos pés trazia lama.. não havia interlocutora que não lhe conhecesse a fama.. o precedia, mas isso ele nunca evitou. Tinha seu próprio passo.. um tempo seu, que fazia simulacro e camafeu do léu, do véu e de tudo aquilo que mesmo perdido, ainda era seu. Levou a chama aos lábios e deixou a impressão pirotécnica da fumaça falar por ele.)
- Ando sempre em companhia alada, gente amada, da qual sou cheio de precisão.. à vossa excelência, já agradeço a paciência e a atenção. Nessa vida saber saborear uma companhia é coisa de rara sabedoria e não é todo dia que podemos dar, porque quem dá mesmo não diz. Teria vindo antes, mas como o agora é nosso único instante, doravante lá fora há de parar tudo, ficar mudo o mundo.. nada mais justo.. pois agora, nesse instante, essa apoteóse do nosso contato, irei lhe confessar um relato..
(Equilibrou o fogo dos lábios. Chamou-a para dançar..)
"Deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar, rir pra não chorar.. Quero assistir ao sol nascer, ver as águas dos rios correr, ouvir os pássaros cantar.. eu quero nascer, quero viver.."
- Sim, minha dama, assim começa a trama, venha se enveredar. Toda boa história, todo relato, precisa duma chama, algo que se assanha, que eu chamo de musa, pra facilitar. Não é invenção minha, nem dos gregos, nem de qualquer leigo, que eu possa me lembrar. As musas tão por aí, por toda parte, em cada arte, até mesmo em Pratigí.. é só saber espiar. Eu fiz o translado, já ia deslumbrado, que doido que é bom nisso, bem sabe se deslumbrar.
(Ele baixou o tom de todas as cores, pois elas lhe deviam favores e era hora de impressionar a parceria, fazer além de prosa, poesia e bem sabia o que lhe agradaria e só então, de fumaça, dança e versos à mão, começou a suspirar..)
"One good thing about music, when it hits you, you feel no pain.. Oh, oh, I say, one good thing about music, when it hits you, you feel no pain.. Hit me with music, hit me with music now.. This is Trenchtown rock.."
- Era um mar e areia.. era gente em profusão.. eram incontáveis imensidões a derramar aos borbotões, saindo pelo ladrão. Eu tinha par.. sempre levo em mim minha sereia e quando a noite alteia, a gente sai pra dançar a psicodelia, esse ininterrupta e pós-moderna sonoridade que me invade, causa alarde, além de ter a primazia de me transmutar. Foi tanto, tão intenso, e eu ainda assim não canso.. fiquei etério, fiquei extenso. Eu ia de um nascer do sol até a constelação mais distante, orbitava por uns cometas e colidia com cada amante, cada profeta, cada errante.. cada grito, até na mais leve brisa, no mais fulgaz brilho, enquanto saia do trilho e descobria, mais uma vez, que é sempre primeira, que é tudo uma besteira. Uma piada tão bem contada, que só nos resta dar risada e celebrar a apoteóse da jornada.. a catárse caótica de cada confronto, de cada diálogo, saber boiar sobre o lago pra depois nadar contra a correnteza, porque no fim não há certeza maior que a nossa própria lapidação.
(Ele achou que ficou tudo muito extenso e resolveu deixá-la descansar.. colocou o chapéu na cabeça, reequilibrou o fogo nos lábios, enquanto esperava que ela enlouqueça..)
"Tente me ensinar das tuas coisas, que a vida é séria, e a guerra é dura.. Mas se não puder, cale essa boca, Pedro.. E deixa eu viver minha loucura.."
- O ano vai começando bem, 2008 promete. Temos só de ir para o infinito e além, para o alto e avante, que o resto é confete. E quando tudo estiver delirante, nesse instante, olhe pro lado, que nosso fado estará pronto e renderão esses nossos novos e constantes inícios, saborosos vícios que vem com os ciclos..
(Bateu as asas, sorriu seu melhor sorriso, enquanto os cabelos esvoaçavam..)
"Um grito de estrelas vem do infinito, e um bando de luz repete o grito, todas as cores e outras mais, procriam flores astrais, o verme passeia na lua cheia..."
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Espectativas ou Is This Love (Legends/Bob Marley)
http://mixandoassovios.blogspot.com/
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Fumaça...
Ela dançou..
A fumaça dançou à frente do olhar dele..
Ela virou-se no ritmo da música, dando as costas ao parceiro para que ele pudesse apreciar a linha sinuosa e sedutora que as costas dela traçavam no espaço..
A fumaça recebia as luzes em sua disforme existência cinza esbranquiçada..
Ela demorou a voltar ao ver um corpo parado, na direção dela, mas cujo rosto não se definia por trás da fumaça..
Ele tragou lentamente, tornando a brasa incandecente, ardente e mostrando uma luz no fim do túnel..)
- Vou no bar pegar cerveja.. (ela disse para o parceiro que não a interessava mais e não esperou resposta para buscar a luz..
Ele assistiu os passos rebolados dela, o movimento desdenhoso dos ombros, os cabelos charmosamente desgrenhados, incluindo aqueles que se colaram ao pescoço pelo suor.. tragou soltando a fumaça pelas narinas como faria um dragão..)
- Uma cerveja.. (ela disse apoiando os antebraços no balcão úmido, onde teve atenções imediatas, mas reparando de canto de olho na barba por fazer.. nas sombrancelhas grossas.. nas mãos grandes presas a ante-braços morenos.. no mundo turvo por trás da fumaça..
Ele a viu receber a long-neck que custava cinco vezes mais que o normal, levar aos lábios já sem retoques e exagerar uma refrescância que aludia a comerciais ignóbeis de publicitários sem criatividade alguma.. tragou e prendeu a fumaça por um instante longo..
Ela ignorou o mar de olhares e se deteve na ilha e no vulcão que soltava fumaça, mas nenhuma lava.. ainda..) - Quente né?
- Talvez.. (ele disse batendo as cinzas no chão, olhando para os próprios pés escondidos sob o all-star preto detonado, antes de levantar os olhos e fincá-los nos dela, como se não tivesse porquê ela estar ali.. tragou, enquanto a fumaça se dissipava..) Talvez..
(Ela ficou curiosa com aquela resposta, aquele olhar, aquela boca de lábios grossos e secos equilibrando um cigarro como se fosse um dedo assanhado.. virou-se para ele, espaçou as pernas pra apoiar-se melhor, mas deixando ambos os pés apontando pra ele, e prendeu o cabelo como se quisesse provar algo.. e terminou de dissipar a fumaça existente..) - Talvez? Como assim.. talvez?
(Ele sorriu.. quase com deboche.. soltou a fumaça, que misturou-se ao ar entre os dois, sólida como uma verdade.. achou graça na pose de "quem é você pra discordar de mim e não se submeter à minha beleza" dela.. a fumaça saiu densa, contínua, enevoando o mundo, eclipsando as luzes, cerceando-os dos arredores..)
- Eu falava do lugar.. tá um forno isso aqui.. (ela disse passeando os olhos pela caledoscopia que parecia um mundo inalcançável para além da fumaça.. bebeu mais um gole da cerveja estranhando um pouco tudo aquilo.. aquele cara indefinido.. mas não precisou exagerar, talvez por já ter a atenção pretendida.. talvez por já não haver refrescância possível por ali..
A fumaça parecia começar a se fazer o próprio ar que ela respirava. Enquanto o olhar castanho-rubro dele hipnotizava a atenção dela, a fumaça se entranhava e invadia os poros do corpo dela.. deslizava pelo corpo trazendo arrepios.. condensava os arrepios como uma língua que singra uma vontade..)
- Mas.. e.. bem.. qual o seu nome? (ela disse com dificuldade.. sufocada e excitada.. na falta de ter o que dizer, como se aquilo fosse o último refrear da vontade de pular do abismo, mas que apenas confirma a certeza iminente da queda..
Ele aproximou-se dela na retumbância daquele silêncio.. transformando cada segundo na potência de um desejo lapidado.. e cuspiu fogo na boca dela. Derramou chamas caudalosas.. piras funerais cobriram a carne dela.. a pele, a gordura sob ela, os músculos, os ossos, até mesmo a medula.. com a intensidade de uma super nova estelar.. a fumaça foi rubra por um instante, teve um cheiro mais adocicado.. mas talvez fosse a luz.. logo ela se dissiparia..
E ele tragou.. e soltou fumaças pela narina.. como faria um dragão...)
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
41o Festival de Brasilia...
Mulher biônioca - Baseado num conto do Caio F. Abreu.. muito fraco e desinteressante, além de me soar de um machismo de mau gosto.
Que cavação é essa? - Perspectiva doidivanas da temática da recuperação da filmografia brasileira.. faz piada e fala sério num jogo da questão da recuperação dos filmes...
O Milagre de Luisa.. - Um genial documentário sobre a sanfona, sanfoneiros e a importância desse instrumento de expressão cultural brasileira.. cheia de nuances e seguindo os passos do narrador, Dominguinhos, em seus diálogos com outras assumidades no assunto...
dia 20
No 27 - O primeiro curta da noite foi sobre um rapaz que tem uma caganeira no meio da prova e enfrente (ou não..) a zombaria dos colegas.. pois é, desinteressante como você tá imaginando...
Cidade vazia - O segundo curta mostra a fuga de uma menina correndo por uma cidade ao lado do primo numa fuga do enterro do pai.. ou da mãe.. a questão é colocada em uma sequência pretensamente não-linear, mas não convence...
FilmeFobia - Talvez um dos filmes que mais deu o que falar no festival. O diretor Kiko Goifman conta com a colaboração (ou direção..) de Jean -Claude Bernadet, uma grande referência cinematográfica brasileira.. num documentário fictício ou numa ficção documental os dois exploram a catarse realística de fóbicos confrontados de maneiras inescapáveis com seus terrores maiores. Homens e mulheres são amarrados e presos a engenhocas onde são aterrorizados por ratos, cobras, altura, cabelo, palhaços, ralos de banheiros, toques de celular, sangue.. entre outras fobias. Atores, fóbicos e atores fóbicos encarnam tais aventuras. Discussões metalínguisticas surgem pontuando a narrativa do livro, questionando todo o processos e a própria identidade desse discurso. Ao fim, o filme causa impacto maior pelo mal-estar do que pelas possibilidades que propõem. Como apresentado em umas das discussões levantadas, fica o choque entre o sadismo do filme e o masoquismo de quem se dispõem a interagir com ele.
dia 21
Brasília (Título provisório) - Este pequeno curta aqui de Brasília parte de bom enredo, onde um diretor narra um pretenso filme sobre um mundo onde Brasília nunca foi concluída, tornando-se um cemitério de cidade a céu aberto no meio do Brasil. Uma obra faraônica desconhecida do restante do país. Dando a ler sua história, a diretor brinca com várias piadas clássicas de Brasília finalizando com o questionamento da própria meta-linguagem utilizada...
A arquitetura do corpo - Sem nenhuma palavra, o segundo curta da noite expõe a construção do corpo dos dançarinos. Os modos pelos quais o trabalho com dança levam seus praticantes a formar / deformar seus corpos a fim de conformarem tal prática.
Siri-Ará - Putz.. esse filme, na melhor definição que escutei, é barroco. Isso.. barroco. Ele tenta narrar a colonização do nordeste a partir do ponto de vista e das narrativas populares do sertão do Ceará, protagonizada pelos símbolos folclóricos dessa cultura. No entanto, as camadas simbólicas muitos mais se acumulam, dão volteios, cheios de babados e rococós que você acaba preferindo ir embora do cinema e xingar o diretor...
dia 22
Ana Beatriz - Curta baseado em um conto também. Narra o encontro de um casal. A narração conta sobre o sujeito e as imagens a da sujeita, até ambas se encontrarem no momento final. Bonitinho e ordinário...
Minami em close-up - Esse excelente curta (o melhor até aqui..) conta a partir da revista Minami em close-up os caminhos e descaminhos da produção cinematográfico da afamada Boca do Lixo em São Paulo. Entrevista e cenas dão a ler a diversidade de porno-gêneros que foram produzidos.
Ñande, Guarani (Nós Guarani) - Esse documentário em formato clássico, é na verdade um importante documento para a afirmação e percepção da Nação formada pelos povos guaranis que habitam Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina e da necessidade de medidas coesas e efetivas do merco-sul na real preservação e fomento dessa cultura milenar. É meio maçante, mas importante...
dia 23
A minha maneira de estar sozinho - Cheguei atrasado e não vi.
Na madrugada - Curta sobre um casal de lésbicas da terceira-idade e sobre o conflito pessoal de uma das senhoras, quanto a esse caminho.. a sede de carinho e o receio da entrega.
À margem do lixo - Esse filme pode ser inserido numa trilogia do diretor. Depois de À margem da imagem e À margem do concreto, esse terceiro filme segue a mesma linha documental para apresentar as leituras de mundo e vivências dos catadores de lixo da cidade de São Paulo. O diretor dá a ler as percepções desses personagens interpretando a própria vida, a cidade e a dinâmica política que os envolve
dia 24
Cães - Árido.. preto e branco.. esse curta trata dos conflitos inerentes à relação pai e filho. Um pai que carrega o filho Inácio nas costas e o culpa por tudo.. carrega Inácio e sua sede em meio às visões que povoam o mundo de suas desilusões numa caatinga eterna e inóspita até que a morte os aparte, sem trazer qualquer consolo, no entanto.
Superbarroco - Esse curta tem uma lírica própria. Ele narra de forma fantásticas os devaneios e loucura de um homem que comemora o aniversário da mulher morta. Através de belos recursos de câmera, a diretora transpõe o delírio louco do sujeito em meio à festa imaginária que povoa sua casa e sua vida vazias de materialidades. Muito bom.
Tudo isto me Parece um Sonho - Mais um longa documentário que força as fronteiras convencionais de definição entre documentário e ficção. No entanto, pode ser definido como um hibrido. O filme narra e busca reconstitur a vida do General pernambucano Abreu e Lima, que lutou ao lado de Simon Bolivar na libertação da América Espanhola e esteve umbilicalmente ligado às revoluções liberais pernabucanas de 1817 e 48. O filme é longo e cansativo, muito embora faça bom uso da meta-linguagem ao condensar diversas expressões culturais e históricas para não só dar a ler o citado general como articular a brasilidade envolvida em tais processos revolucionários.
Pra acrescentar:
Na abertura do Festival, houve a projeção de cópia recuperada e digitalizada do filme São Bernardo, baseado na obra de Graciliano Ramos. Pra quem não conhece, vale muito a pena.
Todos os filmes acima pertencem À mostra competitiva 35mm, mas além desta existe uma mostra paralela em 16 mm. Nela passou o filme do qual fez parte meu melhor amigo, Thiago, como pesquisador. Memórias Finais da República de Fardas trata dos dias finais da ditadura militar focando o que se passou em Brasília durante a votação da emenda das diretas já. Através de extenso material documental (pesquisado pelo Thiago) e depoimentos o diretor mostra o que se passava na capital, fechada por um estado de sítio, enquanto se votava o projeto "em segurança". Muito bom, melhor que a grande maioria das coisas do 35mm.
A Day in the Life ou Pequenos círculos Espiralados...
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terça-feira, 18 de novembro de 2008
Dano ou Estar...
- Decidi escrever-te porque não mais aguentava pensar em você, precisava expulsar esses pensamentos de mim para o papel, para fora de mim, para algo alheio a nós dois...
(Ele parou. Levantou-se e deu três passos longos. Chegou até o som e ligou-o e apenas deixou tocar o cd que por lá já estava..)
- "The lunatic is on the grass.. the lunatic is on the grass.. remembering games and daisy chains and laughs.. got to keep the loonies on the path..."
(Tomou a taça na mão esquerda e tornou à leitura manual..)
- Muitas, tantas, inúmeras vezes as palavras me assaltam, me corroem, me impelem e dobram minha vontade com todo esse potencial limitante de percepções. Não me entenda mal, o problema não é você.. nunca foi.. nunca será. O problema sou eu.. sempre foi.. sempre será. É essa maldita besta insaciável que vive em meu íntimo, desejosa de banquetes apoteóticos a todo instante e desavergonhada de pedir, ainda assim, um 'teco' de qualquer lanche de outrém que lhe passe pela vista...
"The lunatic is in the hall.. the lunatics are in my hall.. the paper holds theirs folded faces to the floor.. and every day the paper boy brings more..."
(O papel ainda tinha o perfume dela. Era sempre inebriante e instigante aquele perfume, que para ele tinha um certo cheiro de kinder ovo.. ao mesmo tempo que conseguia invadir suas narinas, penetrar escorregadio pelo seu íntimo e atiçar suas partes. Bebeu vinho..)
- Por isso cheguei até você. Por isso preciso seguir o meu caminho. Sei que deve doer muito ler o que estou dizendo, mas tenho de ir para não me perder. Ficar seria dar algo de mim, que uma vez dado, me fará uma falta suprema. Não taxe-me de egoísta.. não que eu não seja.. sou sim, por escolha, inclusive.. mas não uma egoísta qualquer, sou egoísta pelo bem do equilíbrio universal. Posso jurar meu amor, mas não posso trair a mim mesma. Você que bebeu do melhor e do pior de mim, não irá querer ficar para ver o vinho tornar-se vinagre...
"And if the dam breaks open many years too soon.. and if there is no room upon the hill.. and if your head explodes with dark forebodings too.. I'll see you on the dark side of the moon..."
(O vinho já não desceu tão doce. Ele afastou a taça amarga, que agora mais parecia um réles copo de requeijão. Tateou o cinzeiro e retirou de lá uma ponta sobrevivente.. deixou a carta e acendeu-a. Deu uma longa tragada e a prendeu dentro de si, apenas para sentir a fumaça castigar seus pulmões. Não queria sentir nada de bom naquele momento..)
- Houveram tantos antes de você. Haverão muitos ainda.. eu espero.. pelo menos é como sempre tem funcionado. Mas nenhum como você. Como sei que nunca encontrará ninguém como eu. Não por sermos especiais. Simplesmente por sermos humanos. Demasiado humanos. Incomensuravelmente humanos.. mundanos.. fulanos e ciclanos...
"The lunatic is in my head.. the lunatic is in my head.. you raise the blade, you make the change.. you rearrange me untill I'm sane..."
(Soltou a fumaça, que já era quase ar. Seus sentidos inclinaram-se um pouco, mesmo que o mundo permanecesse na escuridão de sempre. Um mundo sem cores, sem curvas, ângulos e entalhes. Um relógio para ele era muito mais um tic-tac constante, do que um círculo numérico e cíclico. Uma carta era pra ele um ato quase sexual de desvendar um corpo com seu arguto tato.. e ela sabia muito bem disso...)
- Eu queria ter o direito de te dizer que sou sua. Mas seria mentira. E não que eu não minta.. minto o tempo todo.. mas seria leviano lhe retribuir dessa forma, seria como cuspir nos seus óculos. Um dia já acreditei que podíamos ter as pessoas.. hoje sei que podemos estar com elas e nada mais. E estar com você foi profanamente divino. Nunca ninguém me tocou como você. Muitos correram a mão pela minha carne, poucos pela minha alma.. nenhum antes, pelos meus medos. E sei que eu vi em você o que me ensinastes a ver de olhos fechados. Nosso retrato sempre ficará aqui guardado, num belo lugar do álbum, com menção honrosa.. entre o meu cão Gumercindo e um coleguinha de 2a série chamado Leonardo Matias da Silveira que me roubou o primeiro beijo que tenho lembranças...
"You lock the door.. and throw away the key.. there's someone in my head but it's not me..."
(O baseado findou-se, já quase lhe queimando os dedos. Largou-o de volta no cinzeiro transbordante sobre a mesa de carvalho pintada de tinta acrílica branca.. o branco sempre tinha uma textura diferenciada das demais. Largou novamente a maldita carta da maldita dama com suas malditas palavras. Levantou-se e foi até a janela. Eram cinco passos médios. Parou esticou os braços e o batente estava lá como devia. Abriu-a. Sentiu a brisa da noite, desejoso de que ela trouxesse um perfume menos embriagante. Veio apenas o cheiro da fumaça suja da cidade.. da urina feita nas junções entre o prédio e a calçada.. o excremento de pombos que recobriam o telhado.. as damas da noite, que no parque, ao longe, ondulavam ao sabor do vento.. pensou por onde estaria o mar...)
- Sendo assim, meu oráculo.. meu profeta.. meu apóstata.. meu espelho.. tenho de ir e já tendo ido, deixo este pedaço de mim transcrito para que nunca digas que não lhe dei nada. Sei sim que tanto recebi e tão pouco dei.. mas assim é a nossa natureza.. você é de dar, eu sou de receber.. e sou sedenta de muitas fontes.. sou como o mar, que precisa de muitos rios e da chuva e de sabe-se lá mais o que, para seguir em seu movimento de ir e vir. Quando nos encontrarmos novamente, sorria com carinho...
"And if the cloud bursts, thunder in your ear.. you shout and no one seems to hear..."
(Retirou as mãos do batente velho e já cheio de fissuras do tempo e levou-as até o cabideiro, ao lado, sempre ao lado, onde estava seu chapéu. Colocou-o sobre os cabelos longos como faria um gângster em um daqueles filmes antigos que ele nunca vira. Pegou o sobretudo, vestiu-o sentindo desde já o peso do que havia nos inúmeros bolsos.. caminhou os oito passos que o separavam da porta.. passos pequenos...)
- Ainda assim, sei que tens todo o direito de me odiar. Não o recrimino.. talvez ninguém me odeie mais do que eu mesma. Minha mãe sempre me dizia que eu era minha pior inimiga e não que eu devia tomar cuidado. Nunca fui do tipo cuidadosa mesmo. Mas que seja um ódio amável, ódio de querer arrancar-me do mundo e prender-me numa gaiola dourada, com boa água e alpiste da melhor qualidade. Certamente seria a mais bela gaiola de minha vida. E, ainda assim, contigo lá.. com água.. alpiste.. conforto.. vinho, poesia e boa música.. ainda assim, não seria a liberdade. Perdoe minha vaidade e minha vã idade, mas tenho pés inquietos, asas sangradas e braços abertos para receber muitas flechadas...
"And if the band you're in starts playing different tunes.. I'll see you on the dark side of the moon..."
(Pegou a bengala que sempre ficava junto à porta. Girou a maçaneta. Olhou uma última vez para mesa, onde não mais jazia a carta, que chegara ao chão levada pelo vento que vinha da janela, como se pudesse vê-la. Suspirou uma longa desilusão. O corredor o esperava com a luz que se acendia sozinha. Pensou se deveria chorar. Acabou por sorrir o sorriso de quem já chorou demais. Fechou a porta atrás de si e foi-se adiante pela escuridão...)
- Por isso tenho de ir.. sozinha.. avante pela escuridão. Até qualquer dia, até um dia qualquer, onde talvez eu não parta, onde talvez você não fique, onde talvez eu suplique por estar farta de tanta tolice. Agora só sei que preciso ser tola e nada mais.. até outro dia.. meu amor tão fulgaz...
"I can't think of anything to say except... I think it's marvellous! HaHaHa!"
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Pra fora...
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Goog Mornig, good moorning ou Claro, menina.. claro...
Tá acabando, eu prometo...
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
Mal dito ou Para se ganhar asas...
- Sempre dá. Só não dá, quando se desiste.
- Pois é.. eu desisti.. desisti de continuar.. não.. não posso suportar esse sufocamento.. essa.. essa morte lenta..
- Você preferia morrer de uma vez?
- Prefiro.. tanto que estou desistindo..
- Mas.. mas e tudo.. tudo que houve até aqui? Não é posível que não hajam sucessos, cores, amores, encantos.. qualquer merda, porra.. sei lá.. que não te façam querer continuar..
- Ainda que eu pague tributos aos meus suseranos, não sou vassalo de vivências passadas.. eu sou rei de um reino de um único súdito e assino decreto de execução sumária.. o rei está morto, viva o rei.
- Mas e eu? E.. e.. os seus amigos? Seus pais.. eles.. eles nunca vão entender.. se você me mostrar uma única pessoa que concorde com isso...
- A única pessoa que precisa concordar comigo, já concorda..
- Ah é? E eu posso saber quem é?
- Eu mesmo.
- Você fala como se fosse algum maldito auto-suficiente..
- Não.. só sou madito o suficiente.. só isso. Não tenho pretensões totalizantes.. nem devaneios de repousos divinos.. eu só quero um espetacular acabamento.
- Você não pode ser tão egoísta...
- Eu te diria o mesmo, mas respeito seu egoísmo.
- Depois de.. depois de tudo.. de tudo que a gente fez.. chegar aqui, assim.. para me mostrar.. me mostrar esse sangue maquiavelicamento borrifado na nossa tela neoclássica, é.. é só crueldade.
- Pode ser cruel.. mas está longe de ser apenas isso. O fogo quando queima está apenas realizando reações químicas. Não é cruel com o carbono.. só está redimensionando-o em novas moléculas.. "nada se cria.. nada se perde.. tudo se transforma" já dizia Lavoisier.
- Algo se cria, muito se perde, quando tudo se tranforma.. já dizia eu. E eu não sou seu carbono..
- Mas guarda minhas impressões.. a sinuosidade do meu traço.. o peso da minha mão.. o sulco das minhas marcas.. e logo, as cicatrizes dolorosas do meu fogo.
- Todos os fogos, um fogo.. me avisou Cortazar..
- Avisos nunca adiantam.. só tensionam a carne à sofrer com a dor.
- Eu devia saber..
- Você sabia. Luta-se para agregar, mas só há entropia pela frente.
- Você já disse que eu era sua entropia.. mas disse como se fosse algo bom..
- Sim. E tendo bebido dela, eu agora vou me afogar num buraco-negro... sempre foi bom, até quando não era. Das nossas desgraças eu colhi o colorido que borrifei a vida.. das nossas alegrias, eu fiz alicerces para uma escada até o infinito.
- Então por quê? Por quê?.. Você é só um tolo que quer comandar até o final.
- Eu sou só um tolo.. um tolo que não aceita o final pré-escrito.. não se prende a estruturas ancestrais.
- E por que tem de ser esse o final?
- Não tem.. e é por isso... (e um leve vento bateu e ele caiu no precipício...)
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Piada...
Praça. Parca. Parco. Porco. Arco. Raça. Taça. Traço. Pouco. Trago. Lago. Largo.. nem tanto.
Barca. Embarca. Emborca. Boca. Pouca. Bico. Pico. Fico. Fincas. Fintas. Tintas. Infinitas.. nem sempre.
Embaraça. Desgraça. Disfarsa. Desfaça. Embaça. Caça. Casa. Acaso. Crasso. Cadarço. Cada dar só.. nem assim.
Declama. Derrama. Chama. Profana. Afana. Conclama. Trama. Dama. Fama. Treme. Geme. Expreme. Leme.. sem rumo.
Destina. Latrina. Resina. Latrocínio. Fascínio. Sina. Sino. Menino. Mesanino. Intestino. Investindo. Findo. Menina.. nem sabe.
Destrói. Dói. Corrói. Corre. Cobre. Cobra. Sobra. Sobre. Sabre. Cabe. Sabe. Desdobre. Dobro. Ou nada. Malvada. Mal vai dar. Piada.. bem contada.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
sábado, 1 de novembro de 2008
Rebolado...
Do teu lado
Com o teu gingado
Eu que já sou errado
Fico torto
Mais que absorto
No porto
Da tua enseada
Que volteia
Passeia
Deixa a vontade aprisionada
Enamorada
De mais um virada
Da tua cintura
Que serpenteia
Enquanto a lua alteia
Sem cura
Pra minha figura impura
Capaz que não creias
Mas fico aprisionado
Nas curvas do teu passado
No movimento sambado
Dos seus quadris
Que tanto fiz
E tanto me deixam alado
Pedindo biz
Pra esticares o fado
Um volteio mais rebuscado
Teu profano
Pra mim, sagrado
Maior que os planos
Impactante dano
No meu peito insano
Teu passar perfumado
Essa tua dança
Que em mim avança
E você parece que não cansa
De ver esse doidão extasiado
Mais um bocado
Nessa ginga mansa
Você bem sabe que o peito balança
E os sentidos você trança
Dá esperança
E rebola
Na vontade se cola
Amola
Se imbola
Assola
Rola
Mas a bola
Você não passa
Só deixa hipnotizado
Com toda essa sua graça
Sedento e faminto um bocado
Para a cada passo teu, um suspiro
Levantas poeira
Enquanto eu aspiro
Esse delírio
De moça faceira
Dançante guerreira
Quer queira ou não queria
Vais dançar pelo prado
Vir pisar no meu gramado
Nesse dia ensolarado
Com esse teu rebolado
Aqui guardado
Enlaçado
Em mim...
(A imagem do rebolado eu tenho que agradecer à Dona Violeta...)
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Refúgio em Pasárgada ou Minha festa de aniversário...
Todo mundo sempre empresta
A própria animação
E desembesta
Em procissão
Para o local em questão
Que no caso
É Pasárgada
Meu reino encantado
Momentaneamente situado
Por um curto prazo
Numa chácara localizada
No caminho da perdição...
Nesse ano deu tudo certo
Não teve aperto
Teve é muito peito aberto
Para as loucuras que verto
Que o caminho é incerto
E isso vem de berço
Mas estando os amigos por perto
Vocês não imaginam da babilônia um terço
Fica tudo como nos versos
Tantos bons camaradas imersos
Na infinitude da alegria musical dispersos
Que se fazem imensos
E bem mais que propensos
A fazer desses festejos extensos
Nesse meu reino onde o mundo eu venço...
Mas começando o relato
Afinal ainda está tudo muito abstrato
Posso atiçar sua visão
Dizendo que por lá enlouquecer é condição
Há quem diga até que por lá o próprio mundo parece uma ilusão
Que transfigurada, remixada e potencializada pelo presente anfitrião
Meche com o tato
Com o olfato
Vista, paladar e audição
Tudo vem em um turbilhão
E quando alguém busca fatos
Percebe que o próprio espaço
Torna-se inato
À amplitude do passo
Que nos volteios to traço
Muda o tempo
Na verdade
Em infinitas temporalidades...
Estiveram todos os meus essenciais queridos e queridas
Todas as minhas pessoas preferidas
Minha irmã, a Daphne e a Mariana
O Thiago, Fred, Artuzito, Gordo e Pt
Tanta gente insana
Talvez só tenha faltado você
Teve o Tiaguera, Teca, Huguera e Zanon
Mirna, Raulzito, Márcio e Kauara
Todos fluindo ao sabor do som
Numa sincrônia saborosa e rara
Tanta gente que me é tão cara
Que me liberta desse saara
Meu amor, Henricão, Cicilia e Lenira
JC, André, Liz, Guilherme e Vanessa
Gente que comigo delira
Mergulha de cabeça
Ao sabor da minha lira
Pit, Robertão, Vitor e Madeira
Alê, Estevam, Patrícia e Eduardo
Que acompanham esse bardo
E se equilibram na beira
Caindo com estilo no abismo
Quando empresto meu lirismo
Eles vem na esteira...
E foi tudo tão plenamento perfeito
Que até fico sem jeito
Mas que foi uma festança de respeito
Ah foi
Nada que destoe
Só boas lembranças que ressoam
Assim como umas almas lavadas que voam
Devidamente embaladas
Numa desvairada lissergia
Depois de terem emprestado sua energia
Para a festa a mim consagrada
Já que nesse ponto da jornada
Eu quero é colorir minha estrada
Estar com minhas companhias sagradas
Em celebrações apoteóticas e profanas
Essa inigualável magia
Dessa gente insana
De fina maestria
Que emana
Até a alvorada
E que eu costuro
Enquanto enlouqueço e me curo
Continuando esse satisfeito doidão mais que impuro...
A quem lá esteve, mue muito obrigado...
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Pra minha irmã ou Por ser toda essa alvorada...
Subi lá no céu
Num incontrolável afã
E mesmo com minha veia pagã
Fiz um imenso escarcéu
Dizendo pro manda-chuva
Que faltava ainda uma luva
Pra caber na minha mão
Que já era mão de irmão
Mas que sentia a falta de uma menina
Pra ter toda minha estima
Uma do tipo que anima
Boa pruma prosa fina
Isso sem falar pruma boa diversão
Compreendendo a situação
Não é que o dito Senhor de Tudo
Mesmo tendo ficado estarrecido e mudo
Fez um sinal de eu te ajudo
E me mandou lá pro finado Estação
Na 109 sul
Onde com uns amigos de estudo
Encontrei uma mocinha toda cool
Que combinava bem com meu azul
E que também caçava um irmão
E foi ali sentados no chão
Escutando People are Strange
Que a gente se reconheceu
A irmandade aconteceu
Em meio à conversação
Ela tanto me apeteceu
Que tá aqui no peito guardada
Minha irmãzinha sagrada
Já depois de tanta estrada
Por ser grandiosa e espivitada
Por ser dançante, musical e tresloucada
Por ser alucinante, cachaceira, especial e animada
Por ser toda essa alvorada
Eu que agradeço
A companhia na jornada
Você não tem preço
E olha que ainda tamos no começo
Ainda há de haver muita mais irmandade a ser celebrada...
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Perfeita...
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Primeiro dia
Uma profusão de atores e atrizes adentram o cenário, de modo que poderíamos fazer análises micro que representassem o macro, ou mesmo concatenar processos estruturais capazes de abarcar uma quantidade imensurável destes. Nada disso, no entanto, iria garantir a perspectiva a ser vislumbrada. Esqueçamos filosofias para essa história, afinal não há racionalidades intrínsecas à mesma, apenas um expansão pós-explosiva principiando a morrer, já do início de se fazer existir.
Dando o espaço utilidade às noções temporais, logo o entrecruzamento da mesma passa a tornar cabíveis entendimentos como velocidade, expansividade, massa, volume, aceleração e outros protótipos conceituais explicitáveis através de equações lógicas.
O alarde e os movimentos sonoro-ópticos catalizadores de aquarelas caledoscópicas transcendentes de quaisquer fronteiras sensoriais iam introjetando um ritmo imperceptivelmente cada vez menos intenso, ainda que o êxtase paralelo da parábola traçada a tudo ludibriasse, tornando toda e qualquer explanação a esse respeito um simples joguete retórico de caráter arbitrário.
Pontualmente, espasmos estabilizantes marcavam saaras mais ou menos extensos, elipzando ordens espiraladas, mesmo que recortadas, localizadas, provisórias e subjetivas.
Finalmente, o calor e a luz estavam difusos por tantas partes que era como se não estivessem em lugar algum. Lugar algum, no entanto, que não abarcava idéia outra que uma abstração hipotética de uma hermenêutica tortuosa, pois alheia a idealizações de inverossemelhança relativa, todo lugar se configurava como algum.
Foi assim que tudo acabou...
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
terça-feira, 7 de outubro de 2008
Desafio ou mão...
Que corre
Rente
Pela gente
Socorre
Ou não
Mas mão
Mar-mão
Que escorre
Como banho quente
Atiçando a mente
Quase um porre
A sensação
Contra-mão
A cada vão
Você sente
Tal qual serpente
Essa ação
Dessa mão
Tão voraz
Quanto exigente
Sinuosamente
Querendo mais
A tua paz
O teu cais
Todo teu chão
A tua estação
Como só ela faz
Essa mão
Fará de todas verão
Trará suspiros
Com seus giros
Delírios
Piras que atiçarão
O que miro
Ventos alísios
Que deslizo
Enquanto deslizas
Pelo leito-mão
Matizas
Ventanias
Com teu riso
Em profusão
Da conjunção
De tudo que querias
Com o que viso
Essa nossa mania
De nessas mãos
Fazer da criação
O pão
Do precipício...
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Elisa ou Brisa-arpão...
Elisa
Escorregadia
Como seus olhares
E sua vida vadia
Serpenteias
Entre os pares
Pra que lares?
Se tem o céu do dia
E o teto da noite
Se vive como um açoite
Na carne alheia
Se és injetada na veia
Para uma loucura direta
Real
Vossa magestade
Só não haver meta
Ou reta
Que te comporte
Pois os que tem sorte
Fazem divinações em teus cortes
Os que não
Ficam pelo chão
Ladrilhando o caminho
Dessa tua vida cor de vinho
Que tanto causa desalinho
Quanto faz dançar a criação
Porque matizas
Martirizas
Enquanto deslizas
Como arpão
Do peito que pisas
Doce como uma brisa
Rumando para a imensidão...
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
De volta ou Queimando ao som...
Que quem tanto trampa
Também merece um descanço
Que a vida não é só subir rampa
É preciso balanço
Então eu prontamente corro do sufoco
Deixo as obrigações esperarem um pouco
E como um louco
Danço...
Fui visitar a mama
Que também sou bom filho
Mesmo sendo dos que saem do trilho
Nunca esqueço da dama
A responsável por essa trama
Que me permitiu as possibilidades
Me trocou as fraldas
Achando espaço entre as laudas
Alimentou minhas potencialidades...
Além de muito cinema
Também teve passeio
Ida a Santos
Mesmo com o tempo feio
Nunca é problema
Que a gente rema
Teima
Expande os cantos
Alarga os mantos
Embeleza o tema...
Pra finalizar teve o Skol beats
Em grandiosas companhias
Novas e antigas
Boa gente amiga
Da mais fina maestria
Vibrando ao som dos bits
Delirando na remixagem dos hits
Quebrando as barreiras da matrix
Que é se acabando
Queimando
Ao som do que tá tocando
Que a gente vai se achando...
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
She´s leaving home ou Direito de se matar aos pouquinhos...
http://mixandoassovios.blogspot.com/
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Sobre convites de aniversário ou Venha-se embora pra Pasárgada...
http://salvesalvejorge.blogspot.com/2007/09/venha-se-embora-para-pasrgada-ou.html
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Convite ou Canção do refúgio....
Minha terra tem zoeiras,
Onde se bebe pra daná;
E os malucos que aqui festejam,
Sempre aparecem por lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas lombras têm mais flores,
Nossos bosques têm mais bebida,
E na bebida mais amores.
Ao fazer fumaça à noite,
Mais loucura encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se fuma pra daná.
Minha terra tem sabores,
Que tais não encontro eu cá;
Pra me embalar toda à noite–
Mais lissergia encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se dança pra daná.
Sem que consiga se acabá;
Sem que disfrute os frescores
Que não se permite por cá;
Sem qu'inda participe das zoeiras,
Onde tudo é festejá
Salve salve ilustre pessoa, que mais uma vez eu venho convidar pra vir engrandecer meus festejos de aniversário na famigerada e mais que tradicional chácara do Gordo, na travessa da perdição sem número, no rumo do amanhecer vindouro. Tal celebração dar-se-á no dia 25/10 a partir das 22h horas, bastando levar a mente aberta, as pernas agitadas, uma caixa de cerveja e ânimo pra mais uma empreitada...
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Pra quem incendeia ou Doce acidez...
Ela é um delírio
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Eu e minhas páginas em branco ou Vermelho...
- E então?
- Nada...
- Quer um cigarro?
- Já fumei oito.
- Sabe o que dizem...
- Nove pra dar sorte?
- Noves fora zero.
- Quem diz isso?
- Meu avô.
Ele resignou-se, pois se vinha de um avô, alguma sabedoria devia ter aquilo. - Certo. E seu avô fumava muitos cigarros e escrevia muitos livros, eu suponho.
- Não. Mas assim como você, ele contava histórias.
- Mas é muito mais fácil quando se está só entretendo uma criança e não ganhando o pão nosso de cada dia.
- Se você diz.. - ela disse parando para acender o cigarro, protegendo a chama com a mão em concha e mudando a perspectiva do assunto. - Eu sempre adorei as histórias dele. - soprou a fumaça como se isso fosse um argumento. - Elas sempre me faziam pensar que tinha mais coisa que eu queria saber.
- As boas hstórias são assim.. - ele disse aquilo sem se importar nem um pouco, enquanto tilintava o indicador na tecla tão indiferente quanto ele. - Eu queria ter uma boa história pra contar...
- Por que você não conta sobre a vez em que matou o dragão? - soprou a fumaça que formava uma densa névoa ao redor dela, como se o ar fosse a página daquela personagem.
- Eu não mato dragões... - ele disse abanando a fumaça.
- Bom.. então você pode falar sobre quando fez a lua descer no lago só pra me provar que ela não era de queijo.. e que não tem nenhum coelho estampado nela.. - ela soprou a fumaça pelas narinas, enquanto apoiava o cotovelo fumante numa palma de mão, de forma aristocraticamente ereta, tornando a névoa rebuscadamente vermelha, como um manto ou um par de asas cor de sangue.
Ele riu achando uma graça boba dela.. - Ninguém quer saber das nossas intimidades.. isso só tem graça pra nós dois...
- E não é um bom começo?
- Sou horrível com começos..
- Querido. Não importa o que você conta.. é como você conta, que conta. - a brasa incadecente quebrou o silêncio fumegando possibilidades, alaranjada no mundo vermelho-neon como um bordel de beira de estrada.
O dedo dele apertou um "S".. depois um "e".. - Mas falta a matéria prima... - "espaço"...
- Ela nunca falta. Ela só sobra. Ela afoga. Ela queima. Ela teima. Ela assoma. Ela roga. Ela droga. Entorpece. Agora.. - e tomou o indicador dele colocando no umbigo dela.. - Faltam olhares e explosões incandecentes de lava... - ela sentou no colo dele recolhendo as asas e deixando o mundo dele abafado sob sua cascata flamejante. O dedo subira do umbigo para os despautérios dela. - Tenho uma matéria prima pra você... - e riu diabolicamente...
- Eu conheço essa história - ele sorriu com ironia esquecendo de ser gaivota num céu azul, como se isso pudesse defendê-lo.
- Ah... mas eu nunca te contei ela desse jeito...
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
Lucy in the Sky with Diamonds ou Para além do Bem e do Mal...
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segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Seco ou Perspectivas de um retirante da vida na beira do ponto de encontro de todos os caminhos...
Seco
Cerco
Perco
De mim
Um sem fim
Seca
Cessa
Nada que impeça
Mas peca
Disseca
Cada peça
Com a costumeira pressa
Seca
Seco
Eco
Se
Cá
Há
Só
Treco
Pó
Nó
De nós
Sem voz
Sois
Pois
Poeira
Atroz
Areia
Seca
Cerca
Seco
Esterco
Seco
Seu
Colo
Seco
Solo
Coseu
Seco
Correu
Pólo
Ser
Dolo
Seco
Sem cor
Seca...
quinta-feira, 21 de agosto de 2008
Pré-dicativa ou Escorrendo sujeitos...
Que só socorre
O erro
O desterro
Ou um porre
Se algo não morre
Nada ressucita
A gente evita
Quer a vida sempre bonita
Mas reflita
Ou é poço
Ou é osso
Então regugita
Que quando a carne necessita
A gente permanece esboço...
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
With a Little Help of my Friends ou À Quem Faz Falta...
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sexta-feira, 15 de agosto de 2008
Crise ou Encruzilhada...
- Nada? Impossível!
- Não é!.. Acabou..
- Todo fim é uma infindade de começos.
- Se fosse não era fim.
- Só é fim porque alguém diz que ali se interrompe essa continuidade ininterrupta de rupturas.
- Pois eu sou essa pessoa e digo.. findou.
- Se você dá fim, o resto dá de ombros.
- Sendo resto, não me importa.
- Só é resto porque o seu centro não olha as periferias.
- Estou num momento de crise.
- Que bom..
- Bom porque não é sua crise..
- Se fosse minha eu ia saborear cada casquinha dela. Cada pedaço que cai.. cada fagulha que se apaga.. até aqueles últimos lampejos de prazer que só no final pode existir. O problema das pessoas é abraçarem esse conceitozinho romântico e barato de eternidade.. nada é eterno PORRA!!! Nem a vida, nem o amor, nem as filosofias.. PORRA NENHUMA É. Tudo que nasce, morre! Os relacionamentos, os encontros, os filmes, as músicas, os movimentos, as vontades, os desejos, os trabalhos, os alimentos, as companhias.. tu-do!!! Até os Deuses morrem, meu bem. E levam seus fins. Pode-se acreditar nessa teoria geolítica e monográfica de que se sobe e desce.. se segue.. se gira.. espirais desconexas.. então aproveita esse ponto.. que não é reta.. não é seta.. nem é ponto.. só é coisa tua e tudo que é teu devia ter o privilégio de ser saboreado.
- Mas não era o que eu queria...
- Você ouviu o que eu disse. És como um bêbado que se recusa a vomitar.. ou um suicida que desiste no meio da queda e resolve que seria melhor voar. Não prefira a inércia de sua estática ao privilégio dessa vertigem.. pense que o impacto é só um apoteótico instante...
- Difícil pensar isso com tanta dor..
- Toda dor, tem sua cor.. e masoquismo não é gostar de sofrer.. é ter novas perspectivas das sensações.. eles ainda sentem dor.. só que o que é dor pra você, pra eles é prazer.. o que dói neles tem outra penetração..
- Nada disso me importa nem um pouco. Eu não queria me sentir esse aborto de mim mesmo. Queria aquela satisfação de antes.. de que tudo estava no rumo certo e.. e..
- Bom.. o rumo foi o que te trouxe até aqui. Até essa encruzilhada..
- Pois é.. achei que aqui eu poderia fazer um pacto com o diabo e me tornar um grande nome do blues..
- Não faço mais essas coisas. Está fora de moda.
- E o que você faz agora?
- Pago um bom preço por tudo que Ela não quer..
- Ela?
- É.. você não viu Dogma? Achou que era só mais um filminho de segunda né..
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Sgt Pepper Lonely Hearts Club Band ou O Segundo Melhor Disco de Todos os Tempos...
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terça-feira, 12 de agosto de 2008
Desafio ou Toca Raul!!!
1 – Descreva-se: Carpinteiro do universo / Eu Sou Egoísta
2 – O que as pessoas acham de você
As que me conhecem: Maluco Beleza / Metamorfose Ambulante
As que não me conhecem: Banquete de Mendigo
3- Descreva sua ultima relação: Faça, Fuce, Force
4 – Descreva a sua atual relação: Coisas do Coração
5- Onde você queria estar agora: Mata Virgem
6 – O que pensa sobre o amor: A Maçã
7-Como é sua vida: Rockixe
8 – Se tivesse direito apenas um desejo: S.O.S
9 – Uma frase sábia: Quando Acabar o Maluco Sou Eu
10 – Uma frase para o próximo: Tente Outra Vez!
quinta-feira, 7 de agosto de 2008
Pedaços ou Um bêbado, Um equilibrista...
- Cruzes.. tudo isso pra dizer que era um pedaço? Putz.. tenho medo de perguntar pedaço de que..
- Pedaço.. do meu traço.. um certo erro crasso.. que eu agora rechaço..
- Agora rechaça?
- Sim, que em mim...
- Para, para parapara!!!
- Ora mas...
- Como você se livrou daquela massa amorfa e sonora borbulhando na calçada?
- Entenda, que sou poeta e quando algo me afeta...
- Você precisa fazer essas riminhas chechelentazinhas?
- Se minhas riminhas, lhe parecem chechelentazinhas.. o que quer que isso signifique, não espere que eu abdique, das verbalidades minhas, para que sua percepçãozinha, lhe permita, que confortável fique, estagnado como um dique, enquanto faço um convite, para que transcenda um limite e é isso que evita...
- Não sei se entendi bem.. mas se você puder ser menos.. confuso.. enfim.. aquela coisa gemendo e sangrando e borbulhando na calçada não é do tipo que a gente vê todo dia...
- Entendo sua agonia, sois do centro e eu da periferia.. daí tua falta de simpatia ante a minha prosa vadia.. mas no teu jogo não entro, que eu muito mais descentro.. continuidades arrebento.. sigo com o vento.. e as borbulhidades ficam pelo caminho..
- Borbulhidades? É assim que você chama aquil...
- Chamei agora, mas em outra hora, chamarei diferente, pois tanto me passa pela mente, que pode ser que outra expressão eu invente, afinal por mais que tente...
- Certo... certo.. bem eu preciso ir indo e.. foi um prazer.. um prazer bizarro, mas interessante.. eu acho...
- Eu sorrio, que pro teu pio, tem muito canto.. se te assuta o encanto, não está preparado praquilo que janto.. pros volteios do meu assovio.. vou ver o céu que sabre no estio após mais parto, que dessa obliquidade estou farto.
- Ei, ei.. pera aí.. parto? Você pariu aquilo? Puta que pariu, não acredito, tenho que contar isso pra...
sábado, 2 de agosto de 2008
Uma semana em Sampa ou Trate de ir...
Tem mais um post lá no musicalidades terminando o Dark Side.. ai ai.. foi bom enquanto durou, mas nada é pra sempre e todos os ciclos se fecham..
A partir de segunda devo ser novamente uma pessoa pró-ativa imersa no Planalto Central...
http://mixandoassovios.blogspot.com/
P.s - A música tem uma razão ultra-secreta de ser.. que, assim sendo, não será revelada...
P.s 2 - Mas Beatles é Beatles e isso também conta...
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Us and Them ou Guerra e Paz
Anyway, taí...
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segunda-feira, 21 de julho de 2008
Pra cruzar nossos caminhos ou Pelas inconstâncias de Lígia...
Eu também quero
E quero lhe ver
Com todo meu esmero
Tens essa magnificência
Que eu tanto venero
Daí que tenho paciência
Se é preciso
Eu espero
Mas não demora
Que eu quero sua inconstância toda hora
E seu sorriso
Seu sentir o vento
Venha logo fazer assento
Que eu juro
Te reinvento
Te curo
E te dedico mil vendavais
Daí embora não vais
Que o coração vai ficar pululante
Seus sentidos ficarão errantes
E eu?
Bem, eu me farei inebriante
Só pra potencializar esse instante
Onde enxargaremos as almas
E com toda a calma
Seremos de novo infantes
Com desabafos
Grandiosos no abraço
Aumentando o laço
Esquecido de ser safo
De ter segredos
Dar-te-ei até meus medos
Se vieres cedo
Que eu me enveredo
Viro aedo
Faço um som
Faço tudo ficar bom
Só pra curtir cada tom
Dessa sua aquarela...
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Por um punhado de suspiros a mais ou Par
Era precipício.
Eras eram
Errar perdido
Era impreciso
Seu vício
Ela.
Cinderela
Sem frufrus
A muito não era donzela
Mas era dama
Era drama
Era copo
Com seu corpo
Cálice sagrado
Era em si uma festa
E pra ele uma fresta
Um caminho profano
De tão perfumado
Alguém que tudo lhe empresta
Sem nada em troca esperar
Tudo de bom grado
Dado
Pra ele que era tão errado
E mesmo assim abençoado
Com aquele sorriso de deusa
Com aquele pranto de menina
E com sua perfeição
Que o alucina
O cala
O embala
Porque amá-la
Virou sua profissão
Iria doravante
Se fazer inigualável amante
Consagraria a ela toda a criação
Desde a mais cálida rosa
Até o sushi de salmão
Cada dia quente de verão
Roupas espalhadas pelo chão
E no frio do inverno
O carinho terno
De algo que parece eterno
A cada instante-turbilhão
Dividindo o pão
Ou brigando pela manteiga
Pra perceber que pra ambos
Tem requeijão
São perpétuos escambos
Entre duas partes leigas
Das formas mais meigas
E das menos
Dos equilíbrios desestruturantes
No fim, eternos infantes
Como antes
Quando pequenos
Ainda errantes
Ainda inebriantes
Mas agora
No avançado da hora
Acompanhados nos rompantes
E serenamente mais plenos...
quarta-feira, 16 de julho de 2008
Money ou Posses
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segunda-feira, 14 de julho de 2008
Fim de Semana memorável ou É dessas coisas que eu preciso...
Eu preciso enlouquecer um pouco
Gritar até ficar rouco
Enquanto o sangue vai esquentando
Que funciono melhor louco
Levo melhor o cotidiano
Se consigo entortar os planos
E dar vazão
Ao meu talento insano
Bailando deixo o chão
Sacodindo a cabeleira
Fazendo o resto parecer besteira
Potencializando o que tenho à mão
Gosto da vista aqui da beira
Desse precipício
Sempre disse
Desde o ínicio
Meu vício é a vertigem
Não curto esse papo de valor em ser virgem
Não há nada nisso que me orice
Esse papinho de preservar as origens
Eu quero é ser testado
Quero gastar cada átomo num espasmo
Quero queimar cada possibilidade
Num inebriante baseado
Que como já dizia o tremendão Erasmo
Tudo que eu gosto é ilegal, imoral ou engorda
Por isso me livrei da corda
E resolvi voar além da cidade
Além de verdades
Melhor chutar a porta
E tomar um bala
Abraçar os amigos numa pala
E soltar todos esses eu te amo presos no peito
Esse é meu jeito
E não careço de nenhum aceito
Não há silêncio que me cala
Nem coisa reta
Que eu não deixe torta...
Daí que sexta
Eu que não sou besta
Fui pruma despedida de solteiro
De um grande amigo
Daqueles que sempre está comigo
E engradece o terreiro
Daí que foi uma beberagem sem fim
Mal cabia em mim
Mal sabia de onde vim
E pra onde ia
Nem sei como cheguei em casa
É que quando a gente se junta
A gente arrasa
Deixa a vida de novo ser vadia
Se desvaria
Fica em brasa...
Mas não é que o sábado foi melhor
Assim como a sexta terminou nele
Ele terminou no domingo de manhã
Com o peito tomado pelo afã
De sentir uma energia maior
Coisa de arrepiar a pele
Quem toma bala me entende
E eu sei que não se arrepende
Que é tão bom
Que a gente se rende
E se deixa amar o mundo
Deixa sair o que tá no fundo
Nosso guardado mais fecundo
Que a interação ascende
Ao som de uma sonoridade ritmada
Basta por um house na parada
Que bailar fica simples
E você percebe o colorido da caminhada
E quando sai de lá
Cansado e satisfeito
Assistindo a alvorada
Percebo que sou feliz
Mais louco é quem me diz
Porque eu destôo
Mas vôo
E mais nada...
sexta-feira, 11 de julho de 2008
The Great Gig on the Sky ou Passagem só de ida...
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terça-feira, 8 de julho de 2008
Enfim mestre ou Quem sabe não faço algo que preste
Agora eu estou numa ressaca sem tamanho depois de tomar quase uma garrafa inteira de Black Label ontem.. e acho que isso que me fez me sentir um mestre mesmo.. reunir cerca de vinte vagabundos em plena segunda-feira pra comemorar, encher a cara e farrear como se deve.. tô aqui num estado lastimável, mas com uma satisfação sem tamanho..
Agora vou poder tocar outros projetos e lapidar minha maestria...
E as comemorações vão seguir no mínimo até sábado...
A ressaca eu espero que acabe logo.. mas não tá com cara não..
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Possibilidades ou Basta deixar tudo soando bem aos ouvidos...
Ou prosa
Com ou sem rima
Disperso
Coisa grandiosa
Me anima
Palavras
Silêncios
E algo mais
Nos intertícios
Do que lavras
Construtos
Reproduções
Ímpares
Bebendo em tradições
Fazendo de universos seus frutos
Díspares
Indissocialmente equilibrando-se nesse imponderável inabarcável do imaginário subjetivo de cada tímpano vibrante
Que vibra
Desequilibra
Sou de libra
Mas fiz tambor dos pratos
Curto baratos
E sonoridades
Alardes
Coisas que ardem
Que invadem
Devassam
Desembaraçam
E me permitem ver grandes corpos gasosos queimando a incomensurável distância de mim como um singelo presente do acaso às minhas possibilidades
Deixei de verdades
Entendo agora as parcialidades
E mesmo indo a mocidade
Reverbero tudo o que recebi
Poetizo tudo o que vi
E o que não vi
Mas poderia ter visto
Ou não
Eu apenas insisto
Que nessas metáforas que listo
Tudo não passa de um mero valseio
Uma sequências de palavras que entremeio
Um modo de sinuosamente trazer seus sentidos a esteio
E só então
Quando atentei para a questão
De estar conduzindo a sua percepção
Irás perceber que tudo isso que eu disse
Foi para que essa sonoridade ao lado você ouvisse
Agradecido pela passagem
Desejo-lhe boa viagem
De bela paisagem
Que isso tudo
É só miragem...
quinta-feira, 3 de julho de 2008
segunda-feira, 30 de junho de 2008
(Im)Preciso ou Alçando vôo...
Tanto preciso
Que impreciso
Piso
Matizo
Mas isso
É só o início
Do equilibrar-se no precipício
Peremptoriamente um vício
É que me oriço
Me atiço
E me jogo
Faz parte do jogo
Logo
Me afogo
No mar de fogo
E rogo
Queimar bastante
Bastante mesmo
Bastante a esmo
A todo instante
Discrepante
Delirante
Dez liras errantes
Tocando ao fundo
Tocando o mundo
Trocando meu mundo
Com cada uma dessas estradas
Entradas
Para criaturas aladas
Em que charfundo
Me são sagradas
Mas são não sou
Eu sempre estou
Isso quando não destôo
Pra colorir o vôo
Me agrada um arrojo
Que aí eu vou
E volto
Resôo
E me perco
Sem um bojo
Só me solto
Parco arco
Barco
Sempre desejoso de navegar
Singrar
Acima do entojo
Dessa gente movida à miojo
Atolada no esterco
Boa em reclamar
Que algo irá faltar
Que o dia não vai chegar
Que o par não quer conversar
Ou qualquer desculpa ímpar
Para descansar
E por ali se deixar
Quando basta atentar
Ouça a música no ar
Tá difícil
Vai passar
Alargue o orifício das idéias
E viraram epopéias
Prosopopéias
Que aedos virão entoar
Pois só quem tem as asas sangradas
É realmente capaz de voar...
sexta-feira, 27 de junho de 2008
Morte by Neil Gaiman ou Esse é inédito...
http://www.fotolog.com/salvesalvejorge
quinta-feira, 26 de junho de 2008
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Perfeição ou Impecável
As amigas a invejavam, ela bem sabia.. nem todas por mal, mas essas ela pouco considerava. As inimigas também a invejavam, ela bem sabia.. a achavam a rainha do inferno. Mas uma rainha. Mal sabiam que ela era ditadora unívoca de qualquer que fosse o reino. E era quente realmente.
Era generosa em compartilhar seu sorriso e sua suntuosidade. Isso inflava-lhe o peito. Usava de ardis para dobrar a todos, tinha muitas armas. Tinha a fama das damas intocáveis. Tinha a chama. O charme e a simpatia. Tudo acontecia quando sorria. Não que habitasse o Olimpo, mas era como se andasse pelo mundo para desencaminhar os homens e irritar as mulheres. Cochichos a precediam e chegavam após sua passagem. Conhecia todos e de alguns até gostava.
Tinha descontos. Pão quentinho. Preferência. Bom lugar. Atendimento requintado. Presentes por todo lado. Flores no apartamento de nomes que lhe eram estranhos. Tinha boas notas. Os homens tratavam-na por uma abreviatura insinuante. As mulheres por um diminutivo desnecessário. Desesmpenho invejável sem qualquer gota de suor. Sonhavam com seu suor. Sonhavam com sua carne. Elogios de desconhecidos. Avaliações agradabilíssimas. Sucesso invejável. Declarações apaixonadas de estranhos completos. Suspiravam por ela. Desejavam-na.
Perfeita.
Pois feita.
Se enfeita.
Se deleita.
Se ajeita para alguém sempre à espreita.
Já que ninguém a conhece.
Ela convence que é exatamente o que lhe apetece.
Parece a própria personificação de suas preces.
Não parece?
Mas padece
Porque da "plata" nunca desce
E esquece
Que toda estrela brilha
Mas logo acaba a pilha
E se você vive em uma ilha
A beleza arrefece
A carne endurece
Acaba a quermesse
E não resta vitória
Só a memória
De uma história
Com uma vilã impecável...
sexta-feira, 20 de junho de 2008
Thing about me ou minha primeira intimidade com Tâmara...
Meu mundo é azul na maior parte. Mas as paisagens são inconstantes e verdes. Não sou de brigas, mas sou de passar dos limites. Mudo a cada estação, falante. Tiro a alma para desabotoar as idéias. Gosto de animais. Gatos, cachorros e cavalos.. tigres e pandas. Tenho pena dos insetos. Odeio baratas. Odeio pombos. Adoro água. Água me falta mesmo sendo 75% feito dela. Faço natação, tomo banho de chuva, de mar, de rio, de cachoeira e onde mais ela te molhar. Eu sopro brisas nos cabelos. Tenho a cabeça no ar, asas no ar, pés no lar e fogo no par. Detesto som de buzina (devia ter limite: cada pessoa pode dar 3 por dia, daí não se gastava à toa), caos urbano, gente chata, gente reclamona.. mas adoro gente. Sou de muitos amigos. Abrigos que levo comigo quando persigo o perigo.
Ostento minhas cicatrizes. Troco o dia pela noite sempre que posso. Quase nunca fico sem comer. Adoro comer, dormir e amar.. não necessariamente nessa mesma ordem. Gosto do silêncio.. mas gosto quando o ar vibra. Falo mais que demais. Adoro morder.. desde idéias até pescoços. Fumo maconha e quase nunca estou careta. Nunca tentei suicídio. Gosto de não morrer.. mas a morte é uma das minhas personagens predileta. Dou valor ao que pousa diante dos meus olhos. Brasília não tem esquina.
Me envolvo até quando não quero. Amo Chico, Rita Lee. Mas sou tributário maior de Raul, Bob, Floyd e outros mutantes. Sou descansado segundo meu pai. Adoro abraços. Conservo meus medos e os mantenho acesos. Não gosto de mulheres de porcelana. Sou dependente de mulheres e homens. Troco pneu e velo sonhos nas noites frias e lambo suor nas noites quentes. Sou feminista. Sou amável, amante, amado e amigo. Tenho um lado sagrado, mas prefiro o profano. Adoro errar.
A lisonje é toda minha...
quinta-feira, 19 de junho de 2008
quarta-feira, 18 de junho de 2008
Os Sucos del Valle vão dominar o mundo ou Uma minha teoria da conspiração
O LOTE DO SUCO QUE COMPREI QUE VEIO COM O 'BICHO' É: L5 K2 19:53h (validade: 23 jun 08)"