sexta-feira, 2 de julho de 2021

Festim para o finado Fauno


Sendo o seu umbigo o centro do universo

O rio do meu verso só faz correr pro seu mar

Nesse transversar já assim ao acordar 

Vai a boca buscar passear na possibilidade de te mapear

Contorno firme como o da mão a apertar

Como a volúpia que arrepia ao se entranhar

Daí aperto a tela com o cuidado de quem toca o grelo,  pois ao fazê-lo,  é como tê-lo, entre os dedos

Me deleito

Me entrego

Desassossego até o próprio desassossego e faço,  refaço,  trespasso

Esse nosso laço

No teu regaço

Mergulhado

Até o talo da alma

Como se fosse o falo

Melado na tua calma

De me dominar por inteiro

De grudar meu terreiro

De percorrer com os lábios

De esquecermos de ser sábios

Nesse sábado

Colados e fadados a explodir a própria realidade na terra encantada de nós dois... 

Onde todo depois já é certeza alada

Daí saltam as palavras

Rebolativas e safadas

Prontas pra serem emissárias das semânticas sangradas e sagradas de nós dois...

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