segunda-feira, 5 de julho de 2021

Festim para o finado Fauno 3

 A arte do meu traço

Escapa sempre pro seu regaço 

Como se fosse minha boca

Provando cada pedaço 

Em uma troca louca 

Que começo boca com boca

Parte com parte

A boca no pescoço é minha arte 

Sorver os seios até que o peito infarte

De tão disparado

Sigo descendo colado

Te marcando da fome do meu faro

Até o umbigo

Que tenho comigo 

É o centro de tudo

De onde sigo mudo

Para os teus perigos 

Ricos

Molhada

Melada

Perfumada

Sagrada

A carne macia que se abre para a língua a cada passada

Parando entre lábios 

Pelo grelo em mil rodopiadas 

Ante as coxas escancaradas 

Arranhadas

De mim marcadas

Roxas de tão mordiscadas

As mãos apertando a bunda

Que Volteia querendo mais

Enquanto a língua passeia sem paz

Tu te esfregas profunda para sentir minha cara na carne

Minha volúpia te faz

Refaz 

Recita seu tesão na ponta da língua ainda mais

Teu cais 

Meu mar

Enquanto teu gozo me traz

Banhado na barba

Em nova carga

Que invade e não tarda

Por mais que arda

Penetro

Certo

Te aperto

Com o peso do eterno 

Firme e forte 

De começo lento

Pois tento

Sentir cada detalhe

Te esculpindo com a mão os entalhes 

Te batendo na bunda de bruxa minha safada

Que me puxa e se entrega possuída 

Gemendo do alforje 

Me toma Jorge 

Meu fauno

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