Dobrei o tempo e o espaço
Para trazer meu traço
Ao teu regaço
Regar-te num amasso
Nem tudo posso
Mas tudo faço
Um laço
Na mão direita
Estranhas
Mas aceitas
Minha barba arranha
Enquanto se ajeita
Assanha
Te deleitas
Capaz que derreta
Quando prendo a esquerda
Sem nenhuma perda
De um instante sequer
Pois sua maravilhosidade requer
Que verta
Poesia de mulher
Quanto mais vier
Melhor
Corpo preso
Alma solta
Vem o peso
Voltas todas
A pele arrepia
Os olhos fecham
O universo invade
No meu verso arde
Se esfrega
Suplica mais
Mordo ainda
Cobrindo tudo de cima
Com a rima
Fazendo o embalo
O mergulhar até as profundezas mais abissais desse teu mar
Num único fôlego de mergulhador fascinado pelo infinito
Fito
Preso
Amarrado
Pelo seu íntimo enlaçado
Rebolo
No teu colo
Atados
Remo um gemido descontrolado
Faminto como o monstro do mito encantado
Devoro
O umbigo
O ventre
Os seios
O pescoço
Devoto
Me detenho
Seu moço
Movo
Colo
Assolo
Quase um tolo
Ante a deusa do gozo
A bruxa
No voo
Me puxa
Me usa
Minha
Desalinha
Me entranha na vagina
És minha sina
Assinas
Fascinas
Desatina
Cada milímetro ofegante da explosão que encaminha
Minha
Sua
Soua
Ressoa
Entoa
Então
Se apertam as mãos
De tremer os chão
O melaço no vão
Quentes
Rentes
Inconsequentes
A gente
Que não é desse mundo não...
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