terça-feira, 31 de agosto de 2021

O corte

 Tanto que dói 

Corrói 

Tango

Cancro 

Mói

Nem mil sóis 

Tiram esse escuro

Aqui jaz em um banco duro

Um poeta morto sem ilusão 

Dizem que não passa do chão 

Mas o cidadão 

Definha de solidão 

Não acha nenhuma mão 

Perdeu a rima 

Não goza de qualquer estima

Se jogou lá de cima

Não voou

Até se doou 

Mas se estatelou como um saco de merda qualquer

Mas se quiser

Pode ser saco de cimento, de vento ou qualquer elemento que te traga algum alento 

É só mais um tento

Mais um caso de ocaso 

Mais um bocado desse tormento 

Pra quem viveu de ser mar raso 

Certo que haveria prazo 

Para o traço 

Parecia laço 

Mas foi erro crasso

O passo

E ali sem abraço 

Morreu de inanição

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