quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Ela ou poeta de merda

Ela cansou
Por tanto passou
Por tanto passado
Um tanto apressado
Ao preço dado
Às vezes, sorriso
Noutras rebolado
Em muitos o que era preciso
Pra não a deixarem de lado
Pro avançar indeciso
Não houve avisos
Nem pro papo furado
Pra todos os babacas tarados
Ou pros amores erodidos
Em mais babacas tarados
Ou só em bobocas perfumados
Não importa
Estamos fodidos
Estou fodida
Torta
Semi-morta
E roubei a narrativa
Que sua atenção corta
Isso denota mais uma separação
Estou sempre à deriva
Isso por vezes me faz nociva
Pra mim mesma
Não é opção
Mais exemplos que uma resma
É minha condição
Mas sigo viva
Debochando da canção
E desse poeta de merda que estende a mão
Sei ser incisiva
Da minha forma imprecisa
Com ares de diva
Sem sua poesia de brisa
Então me esquece
Esquece essa prece
Que pra peito que padece
Só, vida...

Um comentário:

Sarah Maia disse...

Tocas a superfície dela
Ela suspira sufocada
Você a conhece como um Deus
E brinca como uma criança
Ela gosta
Te mira despretensiosa
Sorri
Só você sabe
Também se sufoca
Também sorri
Há de ser feliz com tudo
E de ser um pouco náufrago
Ela toca a tua superfície
E você sente fundo
A brincadeira séria que a poesia é.