segunda-feira, 31 de julho de 2017

Ninguém

Veja bem
Veja além
Esqueça o amém
Somos todos ninguém
Ninguém
Entre tantos alguém
Tantos aquém
Seguindo os trilhos do trem
A tão pouco se atém
Esses alguém
E chamam isso de bem
Muito melhor ficar sem
Desviar para onde não veem
Dançar na bordas de onde vem
A melodia da pilhagem
Nós ninguém
Buscamos o auspício de querer bem
Buscamos a maçã do desejo de outrem
Até que deem
Um sorriso como ninguém
Um suspiro de miragem
Um imaginário de esperançosa paisagem
Um gemido de tremer a bagagem
O delírio quimérico sem roupagem
O fervilhar do sangue com a passagem
Mesmo se logo parece bobagem
Acaba a viagem
E torna-se ao alguém...

Um comentário:

Lara disse...

De joelhos
O que vejo são cinzas
A fogueira apagou
Não há pessoas
Música ou vinho
De joelhos no chão
Eu não vejo
O que insisto em afligir.