"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Faz tudo ficar infinito...
Sem que se note
Vem um bote
Nessa corredeira rumo ao precipício
E te socorre
Te embriaga como um porre
O mais doce vício
De quando tudo parecia estar no início
Sereno veneno
E vai-se com o vento
Mesmo que curto momento
Há aquela paixão imbricada no movimento
No olhar
Que voltado pra dentro
Perde o centro
Centrífuga elipse de cachos
Desassossega o facho
De tão perdido me acho
E satisfeito tanto aceito que me deleito
Por tudo que arde no peito
E vive na memória
Mas daí é tanta história
Que eu nem sei por onde começar...
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Sampa, ACDC, Fla em Campinas, amigos e a um passo do fim de ano...
Sampa
Gente a pampa
A megalópole brasileira onde mais se trampa
Também dança
E pra quem não cansa
Conforme a noite avança
Saindo por aí
O caminho que segui
Fui encontrar lá no Morumbi
A sonoridade frenética do ACDC
E se reeenergizado estou
Devo isso ao bom e velho rock´n roll
Que me carregou pra mais um vôo
Que sou do tipo que logo me meto
Numa festividade cheia de cabeludos de preto
Pulando até o teto
Deixando de lado o reto
Pra celebrar o torto
E mesmo com todos os percalços no aeroporto
Não perdia esse show nem morto
E ainda reverbero tal escarcéu
De quem me confesso réu
Absorto em Highway Hell...
E teve mais
Que em Sampa sempre muito se faz
Fui ver grande amiga de tempos atrás
Dona Juliana Cléia
Pra trocar umas idéias
E matar a saudade
Que amizade de verdade
Sempre sacia
Pois que no outro dia
Ainda fomos até Campinas
Afinal paixão futebolistica é sina
E no brinco de ouro da princesa
Tive a destreza
De ver o jogo do Flamengo
Em meio à torcida corintiana
Mesmo que pareça idéia insana
Arrisquei meu realengo
Pra estar com meu Mengo
E fingi ser do bando de loucos
Mas nada de gritar até ficar rouco
Guardei o grito
Não disse um pito
E só muito depois do último apito
Que pude comemorar um pouco..
E já de volta pra casa
Mesmo perto de findado o ano
Ainda falta completar um plano
Pra guardar as asas
Mas outras notícias logo emano
Verás logo logo pela tua praça
Os coloridos sinais de fumaça
Que faço com minhas brasas
Um ano que arrasa
Mesmo se tudo passa...
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
42o Festial de Brasília do Cinema Brasileiro...
Esse ano houveram dificuldades extras, pois trabalhar à noite me obrigou a ir ao Festival na 2a sessão Às 23h, quase todos os dias.. ainda assim, gostei muito desse ano.. a seleção de filmes tava de 1a e achei que a premiação trabalhou dentro das espectativas...
Lembrando pra quem não sabe, que no festival são exibidos 2 curtas e um longa por noite...
4a - 18/11
Homem-bomba: Um curta sobre dois meninos que são sentinelas do tráfico. Dois garotinhos de arma na mão e deixando sair as traquinagens mesmo de arma na mão. Tem um tom melancólico e simbólico com a morte dos garotos. Tenta ser poético, mas acaba sendo meio blazê...
Os Amigos Bizarros do Ricardinho: Esse curta gaucho certamente foi a coisa mais engraçada do festival. Engraçado do verbo rolar de rir no chão. Ele apresenta essa figura.. exótica.. do Ricardinho.. um arte-finalista que conta histórias sobre seus amigos.. bizarros.. com a prima que o namorado morreu dançando com ela.. ou a tartaruga que fugiu de casa e depois voltou..
Filhos de João, Admirável Mundo novo Baiano: Documentário sobre os Novos Baianos. Genial. Os depoimentos sao ilários. Como me disse minha mãe: "Filme de maconheiro.. você vai adorar..". AS doideras.. a inflência do João Gilberto.. a sonoridade única.. realmente os hippies brasileiros.. rs
5a - 19/11
Bailão - Um pequeno documentário sobre uma casa noturno, tipo baile da 3a idade, só que para gays. Música brega, essas coisas.. não achei lá essas coisas...
Água Viva - Esse curta foi a coisa mais nada a ver que eu vi no festival. Trata de uma menina que vive reclusa com o pai, acaba sendo seduzida pelo cara que tá trabalhando na obra da casa dela e no fim pari uma água-viva.. simbólico? Filosófico? Pra mim.. só ruim mesmo.
Perdão, Mister Fiel - Esse documentário fala sobre a morte do operário comunista Manoel Fiel Filho nos porões da ditadura.. um dos estopins que learam à reabertura. Conta com depoimentos que vão do Lula ao FHC. As cenas de reconstituição são meio forçados, mas tem depoimentos estupendos como o do ex-funcionário do DOI-Codi...
6a - 20/11
Dias de Greve - História de alguns funcionários de um fundição passando as dificuldades de uma greve.. moradores de Ceilândia, além do aperto e dos conflitos internos, que os leva a ceder no final, ainda trabalham no barracão da escola de samba como soldadores, tendo uma pequena apoteóse no desfile. A escola, no entanto, pertence ao patrão.
Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos - Sinjelo curta sobre as representações culturais e a importância de Maria no imaginário popular nordestino. Interessante e delicado.
Quebradeiras - Certamente o filme com a melhor fotografia do Festival. Além das imagens belíssimas, o filme vai ter submergindo na temporalidade cíclica das quebradeiras de babaçu. O filme explora poeticamente a linguagem de corpos, cantos e vivências, deixando o impacto das belezas naturais e a agrura cotidiana se misturarem.
Sábado - 21/11
Verdadeiro ou Falso - Como disse o próprio diretor: "um filme sobre amor e cinismo", muito engraçado e interessante. Um tanto dicotômico eu diria, mas certamente tem seu lado de verdade.. e de falsidade..
Recife Frio - Esse genial curta pernambucano trata de um hipotético fenômeno climático único que derruba a temperatura tropical de Recife. O impacto e as transformações na cultura local são mostrados pelas lentes de uma equepi de reportagem da Noruega se não me engano... muito legal.
O Homem Mau Dorme Bem - Uma espécie da faroeste caboclo no interior do MT. Nó vamos acompanhando a história entrecortada e conhecendo a história da amor de Rita e um palhaço de circo frustrado pelo avô da moça. Entre idas e vindas, a história culmina num tiroteio em um posto de gasolina, onde bandidos sao mortos, o mocinho se revela. Como eu disse, faroeste.. caboclo..
Domingo - 22/11
Carreto - Na minha modesta opinião, o curta mais tocante do festival. Ele conta a história de um menino que faz carretos (carrega coisas em um carrinho de mão). Chegando à casa de uma das mulheres pra quem carrega marisco, ele depara-se com uma menina acometida de paralisia infantil e vê a cadeira de rodas destruída. Encantado após receber um desenho da garota, ele sai atrás de concerto para a cadeira. Sem resultados. Ao voltar e levar um bronca, ele passa a carregá-la no carrinho de mão. Lindo.
A Noite por testemunha - Uma ficção baseada no caso do assassinato do índio Galdino em 1997. Pra quem nao lembra, foi o episódio em que 5 jovens de clasee média de Brasília incendiaram um índio em uma parada de ônibus, afinal de contas eles achavam que "era só um mendigo" e que "iam só dar um susto". Muito bem feito, não linear, culminando com a cena do ataque.
Proibido Fumar - O grande vencedor do Festival. A Glória Pires e Paulo Miklos dos Titãs tão ótimos de casalzinho quarentão e o filme tira boas risadas, além do roteiro bem amarrado. Fora que pra quem fuma é um colírio nesses tempos anti-tabagismo.. rs
2a - 23/11
Azul - Narra a história de uma mae que cruza o sertão todo dia para levar as cartas do filho sumido para uma amiga ler. Termina com a volta do sujeito, que antecede uma nova partida e uma nova carta.
Faço de Mim o Que Quero - Que é sobre a amplitude da música brega na cultura pernambucana. Confesso que não curti muito não.
A Falta que me Faz - O último loga falava da vida e sofrimento de quatro garotas no interior de Minas Gerais. Amores e complicações destes marcam a vivência das meninas. O documentario busca a delicadeza, mas jaz no insosso.
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Autópsia...
Ao longe, soavam os ecos distantes dos passos de alguém de todo indiferente.
Os olhos vidrados e vítreos encaravam o teto branco e a luz bruxulenta. Colocou o dedo na primeira ferida. Larga, profunda.. visseral.. permitia identificar a arma cortante manipulada por uma mão pesada de homem bruto que machuca. Certamente foi a primeira. As coisas primeiras.. para o bem e para mal.. são sempre deveras impactantes. Por ali perdera-se sangue, esperanças e vivências. Ainda jorravam quando as demais feridas foram abertas. Fato.
Eram mais sete. Iam do ombro esquerdo à virilha direita. não havendo um padrão além da fatalidade. O último e menor fora justamente o que causara o óbito. Quase um tiro de misericórdia. Um pequenino orificio que ainda tinha as bordas queimadas do calor do metal que por ali passara. Um disparo seco e direto que ela poderia dizer não ter visto de onde veio, nem como veio. Um estalido e está lá mais um corpo estendido no chão.
Uma busca rápida conduziu à bala ainda ali alojada. Não podia ser retirada, parecia encrustada em um osso. Parecia que mesmo morta ela não abdicava da representante máxima de uma sensação. Ela como as outras mulheres era pródiga em se agarrar à vertigem da queda.. dava ares de vôo.. negava o enjôo.. e quando um corpo esquartejava-se contra o solo, um suspiro e não um grito lhe fazia trilha sonora.
Deixou ali a bala.. as feridas ainda abertas que acompanham toda uma vida.. os olhos fixos e os cabelos desgrenhados.. fez as últimas anotações no formulário ciente de que palavras e cicatrizes nunca são de todo sinceras...
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Bailado...
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Krig-há Bandolo...
Salve pessoas.. postagem nova do Raul lá no musicalidades...
Ah.. e aproveitando pra agradecer à dona Renata.. do blog Canto de Detalhes.. que me deu um selo :
Tenho que listar 10 coisas que não saem da minha cabeça..
Histórias, personagens, contextos, processos, gente, músicas, futebol, amor, enredos, problemáticas, indiossincrasias, possibilidades.. não necessariamente nessa mesma ordem.. rs
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
Sobre infernos astrais, um pouco de paz e o que aqui se faz...
Acabado o inferno astral
Não é que tudo tornou ao normal
O dia-a-dia nas páginas do jornal
Só as chuvas que fojem do ritmo sazional
Mas para não dizer que vai tudo igual
Depois da tempestade
Bem sabem
Vem a bonança
E se acostuma haver dança
E verde esperança
Também cabem
As pródigas amizades
E esse louvor pela insaciedade
Que me alimenta
Que não se dobra à tormenta
Que sempre se reinventa
Ou pelo menos tenta
Mas o que por aqui mais se comenta
É que o tumor do meu pai diminuiu
Que o céu vai se abrindo no estio
E que no fim do ano tem passeio de navio
Lá na Bahia
E que antes desse dia
Tem AC DC em Sampa
E até lá a gente trampa
E no intertício canta
Que a graça nessa história é tanta
Que há de fazer todo povo sambar...
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
Festejar adoidado... ou minha festa de aniversário...
Foi o último ensaio antes dos trinta
Foi babilônia impura
Foi a primeira vez que choveu no dia da minha festa
Foi repleto de gente que desembesta
Caçando uma cura
Pro aperto da cinta
Da vida dura
Que na minha lonjura
Todo mal se esconjura
Basta fazer finta
Até que só resta
Escapar pela fresta
E dançar tudo que se pode
Seja house ou seja rock
Seja velho ou seja pop
Que aqui nada se complica
E enquanto Freud explica
O diabo dá os toques
E é capaz que tudo desemboque
Na formação de um novo enfoque
Sobre festejar
Sobre percepções a se potencializar
Ou simplesmente sobre como colorir o ar
Das suas cercanias
Com aquelas boas companhias
Que não só dão graça ao dia-a-dia
Como também são capazes
No seu dia
De te fazer selar as pazes
Com essa energia toda que trazes
E deixar a vida
Nem que seja por hoje
Vadia
Não porque você foje
Mas por festejar adoidado
Esse profano caminho sagrado
Com todos os doidões ao lado
Gritando here we are now
Entertain us
Pedindo sal
Pedindo céu
E assim se faz escarcéu
Pra mim
No meu jardim
Onde semeio a arte de ser sem fim
Foi pra isso mesmo que vim
Agora só falta
Fazeres parte dessa malta
De gente incauta
Que me celebra
Me alegra
Que se a vida tem regra
A gente tá cá pra desregrar...
E ano que vem será melhor...
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Meu anivesário ou 29...
Do dia onze para o doze
De outubro
De festejos me cubro
Esquento o sangue rubro
E alheio às poses
Vou fazer as pazes
Com meu íntimo
Num simples desejo legítimo
De me jogar
Entre sonoridades me deixar levar
Com o anseio último
De chaquoalhar as bases
Transcender os pormenores da cada fase
E seguir as vibrações do ar
Obviamente que hei de fumar
Alguns potencializadores costumo tomar
E um cortejo de loucos irá me acompanhar
É que faz parte do meu show
Faz parte do que eu sou
Das indiossincrasias do meu vôo
E sempre que comemorar meu dia eu vou
Só quero beber da magia
Que para além do dia-a-dia
Deixa tudo mais lindo
Engrandece o terreiro
Como se fosse me despindo
Na verdade, me desconstruindo
Pra me manter inteiro...
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
É isso Alice...
Ria o chapeleiro louco
Todo problema
Para ele era pouco
E gritou até ficar rouco
Tenho um lema
Ou seria teorema
Enfim, não importa o tema
Mas sim que há um quarto caminho
Pelo qual pouca gente rema
Não que se ande por lá sozinho
Ou que lá só tenha espinho
É que o sistema
Entre tantas possibilidades
Elege uma magestade
Gordinha e com ares de sossego
E lá vai a maioria presse arrego
Sem qualquer desapego
Se prender a vaidades
A opção
À tal verdade
Parece ser dizer não
Rechaçar o chão
E crer que a mentira virou solução
Mas se olhar bem há um vão
Condição terceira
Dos que se equilibram pela beira
Na vida dão rasteira
E não se prendem a qualquer besteira
Mas é no alto
Muito acima do asfalto
Que um tipo incauto
Um tipo pelo qual me pauto
Alteia
Tal criatura entre as possibilidades serpenteia
Panes no sistema desencadeia
Porque sabe que no fundo
O que realmente a tudo permeia
Nesse mundo
É algo tão profundo
Que qualquer caminho é fecundo
Pra quem busca o que anseia...
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Personagens...
- Isso?
- Exatamente, se é que exatidão se aplica..
- Não parece.. eu confesso que esperava algo mais.. grandioso.. épico até.
- Não, não, não.. os épicos estão fora de moda.. os micro-universos já provaram seu valor.. os tempos mudaram.. as espirais se expandiram.. entropia, como eu gosto de dizer..
- Foi seu melhor personagem?
- Não gosto de fazer esse tipo de juízo.. e além do mais, era um bela história.. o enredo é muito importante..
- Determina muita coisa.
- Não sou de determinismos.. mas adoro uma bela paisagem..
- E os outros personagens? Algum marcante?
- Todos.. ao vestir e despir deixam cicatrizes na carne.. cada um.. dos alívios às dores bebi tudo que puderam me oferecer. Alguns me deram fome, mais que sede.. outros, dores mais que amores.. mas nenhum deixou de trazer movimento..
- Você faz parecer uma caminhada.. a la essa longa estrada da vida..
- Tem quem nada.. quem voe.. quem caminhe.. quem corra.. quem paire.. quem pare.. eu vou.. mais a la deixe-me ir, preciso andar, vou por aí a procurar.. rir pra não chorar..
- Cartola?
- Quando cabem chapéus...
- Bem.. acho que é isso.. obrigado pela conversa..
- O prazer foi meu. Sempre gostei de diálogos. É bom saber que termina assim sabe.. é um jeito legal de terminar..
- Obrigada. Geralmente meu serviço não é lá muito reconhecido..
- Eu acho que não haveria personagem melhor pro final da minha história do que você..
- E quem disse que é o final?
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Dias assim...
Pois não..
Carmim?
Carvão..
Só chão
Sem céu
Sem escarcéu
Só esse espeço véu
Nenhum vão
Nenhuma mão
Não que falte opção
Opção há
Por cá
Também lá
Mas há que se cruzar as ondas desse mar
Que antecedem a arrebentação
E estão sempre a empurrar
Nesse ir e voltar
E as profundezas a chamar
E você assim
Meio Drão...
sábado, 12 de setembro de 2009
Festejar mais uma vez ou Convite pra minha festa de aniversário
São boas energias desse pessoal!
Por festejarmos, quanto doidos pularam,
Quantos copos cheios na mão empunharam!
Quantas lissergias ficaram pelo ar
Para que fosses nosso, ó festejar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a gandaia não se apequena
Quem quer dançar além desse sabor
Precisa saborear tudo que eu pôr
Meu festejar o perigo e o abismo oferece
E garanto que ninguém se esquece...
Salve salve pessoas.. pois é.. o tempo passa, o tempo voa.. e o Banco Bamerindus nem existe mais.. mas para além de tudo isso, venho mais uma vez convidar-vos aos meus festejos em Pasárgada.. a babilônia vai ser forte, a lissergia vai ser intença, os embalos serão impactantes, as sonoridades serão vibrantes, as conversas serão ébrias, os efeitos serão diversos e as histórias.. bom.. hão de ganhar do tempo...
A festa deve ser lá na chacara do Gordo, altiplano da danação, passando dos condomínios de Sobradinho, no rumo da Fercal (segue mapa anexo). Mas fiquem preparados pois o local pode mudar (talvez a chácara seja vendida), mas eu avisarei com a máxima antecedência caso ocorra..
O dia? 17/10.. sábado.. a partir das 23h (E atééééééééé acabar-se tudo, porque dessa vez eu não vou fazer faxina no dia seguinte..)
Levar? Cerveja.. (se é o que você bebe.. mas são aceitas variantes..) Água.. (vai por mim, melhor sobrar do que faltar..) Gelo.. (se puder levar um saquinho eu agradeço..) COmida? (olha a galera costuma ter lá.. fome, então mal não faz)
Posso levar alguém? Claro.. os amigos dos meus amigos são meus amigos.. levando a cerveja e a disposição..
Os convites anteriores:
http://salvesalvejorge.blogspot.com/2008/09/convite-ou-cano-do-refgio.html
http://salvesalvejorge.blogspot.com/2008/09/sobre-convites-de-aniversrio-ou-porque.html
quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Livros...
Está ao alcance de um botão
Sempre me questionam os livros
Sendo historiador
Tenho por eles verdadeiro louvor
Mas pedem espaço
E milagres eu faço
Para os acumular
MInha herança
Paterna e materna
Foi feita de vasta biblioteca
Vasta como a esperança
Que vai até onde a vista alcança
E é parte fundamental da minha caverna
Minha Meca
E eu ainda tinha uma gibiteca
Coisas de infância
Tempos de ânsia
Mas nessas leituras
Fiz minhas juras
E desfiz
Desfeito
Percebi a multiuplicidade dos jeitos
E escapei por um tris
A pouco tempo teve reforma
E sob o peso da norma
Desfeito
De alguns me desfiz
Doei pra biblioteca da escola
Pra ver se a outros aventurados
Essa leitura amola
Caminhos a serem instigados
Pra que no império do certo
De certo
Nasça o errado...
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Chamado aos navegantes
Ah mar
Que só mar
Sabe do ímpar
O par
Somar
Som há
Se há mar
Pelo ar
Capaz de escapar
E virá
E tudo inundará
Até o sertão virará
Mar
Ao mar então
Se deixar
Levar
Pra que chão
Navegantes
Se tal qual os amantes
Temos os trejeitos delirantes
De quem caminha rumo ao festejo mais acachapante
Que a história irá noticiar
Tragados no mar
Iremos bailar
Velas içar
Nesse mar
Tão ondulante...
terça-feira, 1 de setembro de 2009
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Rita querendo ser feliz...
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
Toca Raul!!!
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
A volta do musicalidades..
terça-feira, 11 de agosto de 2009
Visual novo, exonerado e seguindo...
Da Câmara dos Deputados
O que significa ter sido chutado
"Nada de dois serviços públicos"
Disse-me o Estado
Mesmo sem conflito de horário
E sendo o outro cargo de professor
Pois o primeiro caso é comissionado
Burocracia dos púdicos
Contra o meu olor
Mas há que se cumprir o erário
E terei dias mais lúdicos
E menos dissabor
Trabalhando 40 e não mais 60 horas
Poderei aproveitar esse mundão aí fora
Sem mais demora
Que o que me devora
È mesmo dar aulas
Isso me embala
Então melhor dá-las tempo integral
Mesmo que antes do planejado
Há beneces que advém do mal
E afinal
Mudar é preciso
O resto é papo furado
Então sigo impreciso
Mas mantenho meu riso
Que como dizia o Raul
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho..."
E antes de fechar o baú
Tenho que agradecer por esse novo design tão lindo
Que deram cá pro meu ninho
Coisas da Dona Toop
E ela que me desculpe
Mas eu além de querer integrar a tua trupe
Nem fecho mais os olhos na vertigem do loop
Que ela é profanamente sagrada
Ela já é amizade deveras considerada
Ela já é muito mais que uma mocinha complicada
É minha amiga
E minha credora
Em certos sentidos até minha professora
Doida de uma figa
Sempre me deixando na estiga
De abraçar essa estrela que anda por aí...
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Lá e de volta outra vez...
E tanto espaço
Eu traço
E dobro até o aço
Que se há mormaço
Movimento eu caço
Ao sabor do vento
Sempre tento
E até se me arrebento
Bebo tal invento
Gozando o sabor de cada momento
Que sou tão louco
Que mal aguento
O perfil agourento
De quem me diz
Que não é feliz
Eu sou feliz..
E também juro
Que melhor é não ser um normal
Afinal
Eu me curo
Para além da fronteira entre o açúcar e o sal
Eu bem quis
Riscando o chão de giz
Abrir uma nova diretriz
E mudar tudo
Esse jogo duro
Nem que seja por um triz
Daí tudo que fiz
Ao tentar dinamitar o muro
Espalhando meu jeito impuro
Pelo tanto
Pelo tato
Em cada ato
Descrente no fato
Mas cioso da mulher
E que venha o que vier
Pois se eu quiser
Colorido há de ser sem fim...
quinta-feira, 16 de julho de 2009
Novidade
Mil vidas
terça-feira, 14 de julho de 2009
Fábula ou Na contra-mão dos sentidos...
Lá estava Alice.
Só Alice.
Alice só.
Ali se via no espelho.
Alice via-se no espelho. Analisava-se os pormenores desajeitamente caprichados. Mudar a cor das mechas? Ou talvez tentar um novo passo? O espelho, por sua vez, seguia frio e reflexivo.
Alice passou os dedos da mão direita sobre a franja, tentando ajeitá-la, apenas para vê-la retornar ao mesmo lugar.. seria o mesmo? Agiu novamente, para obter a mesma reação..
Alice deu-se por vencida.
Suspirou... assim como a Alice do espelho...
Alguém a gritou lá de dentro. Dentro de onde? Da casa.. mas ela ignorou, era experienciada em ignorar. Ignorava os professores.. os locutores.. os pais.. a maior parte dos conhecidos.. até mesmo aquele cão chato que insistia em latir quando entrava em casa... se ignorar era uma arte, Alice era uma artista. Austista. Artista.. sorriu por um segundo tão breve, que mal viu o próprio sorriso no espelho.. Alice não era de sorrir. Guardava os sorrisos para os momentos devidos. Mesmo assim alguns escapavam dos ovários... e ela não se importava muito, desleixada em tantas coisas, negligenciava qualquer preocupação mais profunda...
O grito lá de dentro da casa que diziam ser de Alice, mas a bem da verdade não era, voltou a soar.. como um sino.. como na Igreja, aqui era a casa de um Deus e demônios como Alice tinham dificuldades de ficarem confortáveis, mesmo se fossem sindicalizados...
- Alice??? ALICE??!??! - o barulho que se seguiu foi o dos murros contra a porta que faziam até mesmo o espelho tremer, tornando a imagem de Alice difusa e imprecisa, de contornos indefinidos.. como Alice.. mas lembre-se, Alice era uma artista..
Baixou os olhos para as mãos pequenas, querendo com as próprias mãos acabar com tudo aquilo. Não por não suportar.. suportar não é uma condição, é um estado.. queria-o simplesmente pela possibilidade de fazer tudo diferente. Tudo novo. Não ser Alice. Ser talvez Aline. Ou quem sabe Alícia.. e até mesmo, Bruna... Alice tinha certeza de que seria uma excelente Genoveva.. mas Alice não era artista de certezas e, mal sabia, que não conhecia nenhuma Genoveva...
- A SENHORITA QUER FAZER O FAVOR DE DESTRANCAR A M-E-R-D-A DESSA PORTA?!!!! - retumbou a voz da mão cansada de golpear a porta... Alice só aspirou. Expirou. Estava pálida... era sempre pálida, pele alva com pequeninas sardas esporádicas a perturbar a brancura de sua imensidão. Isso destacava os lábios finos e que não eram vermelhos, como diziam ser vermelhos os lábios.. aliás Alice nunca vira um vermelho que satisfizesse suas espectativas.. e ela tinha tantas espectativas, que esmeradamente esperava. Destacavam-se também os olhos cotidianamente castanhos.. castanhos como o céu cinzento de uma grande metrópole.. sobre eles dois finos riscos chamados sombrancelhas. Quando pequena.. menor que agora ao menos.. Alice gostava de arrancar pêlos das sombrancelhas.. sua mãe sempre a recriminava por isso.. e como tudo que é repreendido, Alice parava para prosseguir na solidão de sua intimidade.
Isso a fez pensar em fumar um cigarro.
Tirou do bolso a carteira de alguma coisa light. Light? Era quase uma piada... fumaça light... ao menos o filtro era branco. Tinha o cigarro mas não tinha fogo.. e não poderia sair ou teria de lutar com a besta-fera que guardava a porta.. tanta vida, tantos desafios.. fitou-se no espelho...
- Tem fogo?
- Não, só cigarros..
- Então estamos na mesma.
- Pois sim..
- E de que me serves nessa prisão?
- Da serventia que me deres..
- Não serve pra acender o cigarro. - ela disse pondo-o entre a ponta de todos os dedos reunidos como se fosse um anel de casamento..
- TEM ALGUÉM AÍ COM VOCÊ?!?? MENINA.. - a voz parecia buscar alguma calma inexistente - Abra a porta, Alice.. prometo que não vou fazer nada..
- Promessas.. - Alice pensou para então falar - E o que tem desse lado aí?
- O mesmo que aí..
- Mais do mesmo?
- Sempre mais do mesmo..
- Não era isso que eu queria ouvir.
- Sinto muito..
- Sente nada.
- O nada tambem o sinto..
- Eu só sinto isso.
- O nada? Não.. não.. sentes mais..
- Não. - E foi tão retumbante aquela negação que findou qualquer possibilidade de diálogo.. Alice virou as costas para o espelho, colocou-se de joelhos e esperou que suas asas começassem a sangrar...
sexta-feira, 10 de julho de 2009
Pra ser sincero ou Quando desafio titãs...
Em que tudo era perfeito
Em que ao seu olhar eu era afeito
Que tudo que eu mais queria
Era tê-la no meu leito
Pra tudo dava-se um jeito
E nada interfiria
Era então, o tempo do aceito
Nesse tempo
O tesão era desenfreado
Todo e qualquer problema
Era facilmente superado
E tinhamos um lema
Vamos viver um amor alado
Tínhamos a paixão como tema
Embalando nosso fado
Bom tempo aquele
Em que agradar era o objetivo
Estavamos aí pra mostrar serviço
Mesmo nas dores
Não havia sumiço
O semblante era altivo
Era um tempo das flores
Perfumando nossos amores
Mas o tempo passa
As coisas costumam perder a graça
Tem dias que a gente nem se abraça
Se deixa ficar ali pela praça
E pensa que tudo podia ser diferente
Em como o mundo é cheio de gente
E no que faríamos daqui pra frente
Mas mesmo assim, a gente rechaça
Pois eu irei falar com Cronos
Mas não pra declarar nenhuma desgraça
Nem pra pedir abonos
Apenas pra lembrá-lo do espaço
Esse intertício físico do tempo
Onde fazemos nosso regaço
Impomos a necessidade de um amasso
E esquecemos de apressar o passo
Porque ainda temos todo o tempo do mundo...
"Pra ser sincero
Não espero de você
Mais do que educação
Beijos sem paixão
Crimes sem castigo
Apertos de mão
Apenas bons amigos...
Pra ser sincero
Não espero que você
Me perdoe
Por ter perdido a calma
Por ter vendido a alma ao diabo..."
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Encontros e encruzilhadas ou 10 anos de um bom povo...
Mas não há nada de novo
Na terra ou no firmamento
É tudo um perpétuo momento
Espiralado movimento
Nada se perde
Nada se cria
Tudo se transforma
Simplesmente varia
À despeito da norma
Crendo que tudo conforma
A vida é vadia
Mas sempre numa circunscrita cercania
Mais do mesmo
E mesmo a esmo
Remar contra a maré
É pé em Deus
E fé na tábua
Pois é
E nada de mágoa
Melhor aproveitar a estrada
A vertigem da queda
E cada alvorada
Toda a gente que devia ser citada
Que em ti se envereda
E que 10 anos depois
Entre carne, cerveja e arroz
Conversa
Versa
Entre tanta possibilidade dispersa
Percebe-se imersa na infinitude do que mudou
Os milimetros do que passou
Elipses de um vôo
Pra cada qual uma vida
Encontros e encruzilhadas
E pro oceano em que nadas
Uma gota perdida
Quase nada
Tanto universo infinito
Nada novo
Mesmo povo
Mas de algum modo mais bonito
Ao alcance de onde me movo
E pito...
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Tentação...
Pois passa
Cá ao lado
Uma moça
Dessas cheia de graça
Garota boa praça
Cheia de uma bossa
Que os sentidos embaraça
Dona de um fado
Que tudo adoça
E eu de bom grado
Já todo errado
Saio à caça
Proponho uma cachaça
E no erguer da taça
Um brinde à graça
Vossa
É aí que a tentação mais coça
Pareço estar fadado
A ficar admirado
Com tudo que ela esboça
Nesse devorar dos olhares
Que como os mares
Dança
Ora mar feroz
Ora maré mansa
Um sabor safado de esperança
E um crime atroz
Em nós
Avança
Enlaça
Anda a cada papo furado
Mais um bocado
O que quer que se faça
Já fez e anda...
terça-feira, 23 de junho de 2009
Pra Dé...
Ela faz tudo dar pé
Ela é mais que a mulher
Está aí pro que der e vier
Comigo
É meu abrigo
Com ela tudo consigo
Rio na cara do perigo
Porque além do amor
Somos amigos
Tem o fervor
E tem o carinho
Pra aliviar a dor
Pelo caminho
Enquanto fazemos um ninho
Onde certamente existe espinho
Mas com tanta cor
Vale mais o desalinho
Na dança
Que conforme a vida avança
Nossas existências a gente trança
E até se a gente cansa
Respira fundo
Abre espaço pra bonança
E segue unindo os mundos
Pois o amor cá é tão profundo
Que ela
É mais que a tela
É a musa
Mais profusa
Mais singela
Que minha percepção usa
Pra compor essa ímpar aquarela...
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Diversão é solução pra mim...
Boa gente em profusão
E música
De eletrônica produção
Para eu levantar a poeira do chão
Imerso na vibração
Danço
Ao sabor da situação
Traço os rodopios da minha elevação
E numa simples mutação
Viro andorinha que até sozinha
Faz verão
Logo amplio a percepção
Desejoso de uma sonora explosão
Pedir mais é o meu jargão
E vibrar a minha solução
Pressa vida
Que o mundo bem pode ser cão
Mas pode também ser celebração
Pra quem solta a imaginação
Escapa pela contra-mão
E entre tanta exitação
Se joga
Na amplitude da canção
Ritmando até o batuque do coração
Nessa sagrada profanação
Faço minha louvação
Que isso sim
É diversão
E solução
Pra mim
Que ser sem fim
Sempre foi minha única condição...
Salve salve pessoas.. isso aí é a inspiração advinda de um showzaço do Nego Moçambique nas melhores companhias.. mas além disso, ganhei um presente da Dona Larissa de blog Do lado de dentro... tenho que falar aqui 8 coisas que quero fazer antes de morrer.. as outras partes vou pular.. risos.. como me permite a boa e velha licença poética...
1 - Ir a Amsterdã.. (essa tá até perto de acontecer...)
2 - Escrever um livro
3 - Arrastar vários amigos pra Universo Paralelo agora no fim do ano.. (tá se encaminhando também..)
4 - Aprender a tocar baixo
5 - Comprar duas cdjs e um mixer
6 - Revolucionar o mundo do rpg com o meu famoso "Desafio Literário.." (serve o mundo da educação..)
7 - Fazer a festa mais espetacular de 30 anos de que já se teve notícias...
8 - Continuar fazendo planos...
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Boas energias...
Meu pai sempre foi um cara cético. Não que tivesse desprezo por Deus ou pelas religiões.. sempre respeitou a todas até onde eu sei. Jogava rosas brancas no mar pra Iemanjá no ano novo e pequenas outras coisas, mas sempre adorou dizer: "sou ateu, graças a Deus.." Eu sempre achei graça e de certa forma isso sempre teve bastante impacto na minha religiosidade particular.
Mas desde o câncer, meu pai passou a se importar mais com essas coisas. "As pessoas tendem a ficar mais religiosas com a proximidade da morte".. eu mesmo pensei.. e não só eu..
Mas eis que nessa segunda.. lá.. naquele lugar cheio de gente buscando uma esperança.. cansados.. uma energia carregada que me lembrava a de um hospital.. (não gosto de hospital..), fiquei por duas horas lendo e esperando meu pai terminar, pois os acompanhantes não podem ficar lá dentro. Quis saber, no fim, o que tava levando ele até ali.. seria alguma espécie de conforto espiritual?
No carro.. na volta.. perguntei.. "você se sente bem vindo aqui, pai? Você acha que te ajuda?"
E ele me respondeu.. "Olha.. quando a gente chega.. e senta lá na sala.. com as outras pessoas que também tem câncer.. todo mundo junto.. querendo acreditar que algo vai melhorar.. e um fala.. ah, meu câncer regrediu.. ou estabilizou.. ou o médico sugeriu um novo tratamento.. ou qualquer coisa assim.. é um pouco como se cada um melhorasse um tanto.. faz bem.. a gente se anima.. se abraça.. circula uma energia vital.. um energia boa que contagia, anima..."
E aí eu vi que meu pai não tava ficando religioso de medo da morte.. mas é como se fosse uma terapia de grupo contra câncer.. uma questão de boas energias (que é uma coisa da qual eu nunca duvidei..) Não é um lance de Deus ou do além.. mas de pessoas.. de gente, achando vida até quando ela está se decompondo.. se desfazendo.. coisas coloridas de vidas que dão novos tons ao que desbota...
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Jazz ou Smooth
Além
Um mar
Possibilidades
Jazz
Que convida os pés
Insaciedade
Dançar
Como ninguém
Só há
Ir
Sem voltar
Deslizar
Quiçá
Despir
As vaidades
Subir
Len ta men te
Um passo
Mais um traço
Sinuosamente
Rente
No círculo
Do teu espaço
Cada pedaço
Minúsculo
Oceano
Em que me dano
Mas faz parte do plano
Por tudo que és
É nesse jazz
Que jaz
Meu mar insano...
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Jamming ou Universo Paralelo
www.mixandoassovios.com.br
.
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Intermitências
Nas fronteiras desses limites é que jaz, ondulante, um mar de possibilidades...
...
terça-feira, 19 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
Diálogos contigo...
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Satsfy my Soul ou Pra que ou?
Alguém sabe algum outro site de musiquinhas? O imeem inventou agora que só põe 30seg da música.. hunf...
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Presença predicativa da sujeita...
Indo
És
Então que vá
Pois mingo
A cada domingo
Chuva
Que como uma luva
Turva
Cá do sofá
Caso doa
Caos doará
E o que dista
Disto
Diz tá
Ou tô
Tanto faz
Já que paz
Jaz
No mesmo vazio
Do início
Do vício
Que ninguém quer guardar
Mas eu cato
Cá tô
E canto
Por qualquer canto
Já que todo o pranto
Deslizará
Pois
Depois
Desses dois
Só sois
O desvario de algo mais...
sexta-feira, 24 de abril de 2009
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Coisas Passadas ou Sobre mim...
Dou valor ao que pousa diante dos meus olhos. Brasília não tem esquina. Me envolvo até quando não quero. Amo Chico, Rita Lee. Mas sou tributário maior de Raul, Bob, Floyd e outros mutantes. Sou descansado segundo meu pai. Adoro abraços. Conservo meus medos e os mantenho acesos.
Não gosto de mulheres de porcelana. Sou dependente de mulheres e homens. Troco pneu e velo sonhos nas noites frias e lambo suor nas noites quentes. Sou feminista. Sou amável, amante, amado e amigo. Tenho um lado sagrado, mas prefiro o profano.
Adoro errar.
A lisonje é toda minha...
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Waiting in Vain..
Mas fica um Bob ai de saidera..
Aquele abraço..
http://www.mixandoassovios.blogspot.com/
terça-feira, 14 de abril de 2009
Infinito...
E tanta gente achando que não eu deveria
E eu não devo
Mas sempre me atrevo
E não temo
Por isso que remo
Mesmo contra a maré
Só que não dúvido de nada
E respeito toda e qualquer fé
Afinal a vida não é pra ser esperada
Ela é pra se aproveitar
Enquanto durar a caminhada
Então melhor se jogar
E curtir a vertigem
Enquanto pirâmides os outros erigem
Para serem admiradas pela eternidade
Eu gasto minha mocidade
Tempero as vaidades
E vou festejando
Que se o tempo vai passando
Logo verão
Que se uma andorinha só
Não o faz
Faz o que quiser
E algo mais
Desfaz o nó
E o que além vier
Não se preocupa
Afinal todos seremos pó
Então fica em paz
Onde você estiver
Sai do mundo da culpa
E vê se a sua mente se ocupa
Do prazer
Que faz o indivíduo transcender
Além da película
De ordenada repetição
Esquece o chão
Somos só uma partícula
Minúscula
Desse universo
Que te aperta
Mas se você desperta
Verá que não precisa estar imerso
Pode mesmo ser imenso
Quando disperso
Cada vez mais propenso
Sem lenço
Nem documento
Saboreando o movimento
Do próprio infinito...
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Sensações
Vocês sabem..
Daquelas sensações?..
Daquelas que não cabem...
Vem em infindáveis turbilhões...
E simplismente desconstroem os senões...
Vocês sabem...
Pois é..
Capaz que babem
Afinal se bem sabem
Dessas boas sensações
Verão que não basta a fé
Para vislumbrar tais verões
Se faz essencial pairar acima dos aviões
Até que a infinitude atija o ápice de se ir até...
E a pé
Pelos salões
Enquanto dé..
Redimensionar as situações
Na multiplicidade das variáveis estações
Somos todos invariavelmente meras aspirações
Que entre ladrões, tentações, bifurcações e castrações
Nem sempre sabem
Que certas sensações
Bem, elas simplesmente não cabem
Afinal o sol sempre se põe
E as canções
São pra dançar
Então dance
Pois tão logo você se canse
Todas as sensações
Hão de se acabar...
sexta-feira, 3 de abril de 2009
I shot the sheriff ou Liberdade...
Enfim.. http://mixandoassovios.blogspot.com/
Inté..
segunda-feira, 30 de março de 2009
Teatro do por vir
Peça
Tropeça
Então pessa
Vamos nessa
Se tudo mais se engessa
Capaz que a cabeça
Arrefeça
Enquanto não começa
Desça
Do resto esqueça
E se arremessa
Nunca cessa
Mesmo que messa
Capaz que nunca aconteça
Que não haja a tal Vanessa
Nem Veneza
Nem posta mesa
Ou qualquer fineza
Porcelana chinesa
Ser alteza
Só firmeza
A escolha é essa
Por mais que você teça
E que tudo até pareça
Nunca é
Só está...
sexta-feira, 27 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Show do Iron ou Fear of the Dark...
E fazer o que quero
Cobre o chão
quinta-feira, 19 de março de 2009
segunda-feira, 16 de março de 2009
Bifurcação...
São
Inverno e verão
Céu e inferno
Purgatório
No conjunto
Tons de outono
Flores primaveris no cemitério
Parece tão sério
Mas desfeito o mistério
Não há dono
Só abandono
E algum sono
Cinzeiros cheios
Vasos quebrados no passeio
E poeira pelos cantos
Claro que não há mais santos
Apenas descaídos
Com seus ossos moídos
Suas asas sangrentas
Agonias lentas
Mirando da janela
A outrora bela aquarela
Provavelmente a mais singela
De que se tem notícia
Antes tão propícia
Tanto que vicia
Depois vazia
Retumbante entropia
Já que simplesmente quem caminha
Sabe que sempre se avizinha
Uma separação...
quinta-feira, 12 de março de 2009
O que faz de nós humanos?...
Ser fulano ou ciclano
Sendo ninguém
Ou só o caos tem vez
Afinal já que você não pia
Evita-se o insano
Que não há ser
E escomungo
E não me venha a Igreja
O quanto é o símbolo estagnado
Causa todos os danos
Por mais que não rime
segunda-feira, 9 de março de 2009
Get up, Stand up ou Passos na areia...
Salve salve meu povo e minha pova.. trago boa nova.. texto no musicalidade.. pra lhe coçar a magnificidade e arrancar-te a bondade.. de uma visita...
sexta-feira, 6 de março de 2009
Entendimentos ou Círcular...
Fez circular
Parou
Olhares perdidos
Nada estava completo
Arquipélago insular
Só divagou
Sobre tempos idos
Sem nunca chegar
Tanto veto
Quase se negou a continuar
Mas era pródigo no indefinido
E por indefinição
Aceitou o arpão
E se pôs a versar
Escrevendo como devia ser lido
Deixou de tratar da pluralidade dos símbolos
Simbolicamente preferindo o chão
Que ainda tardaria para o céu chegar
Que os embolos
Estavam presos em tantos rolos
Deveras complicados de desembaraçar
Então pra que consolo?
Já que por algum lugar se começa
E ele sem pressa
Fez seu assento
Puxou do ar
Um vento
E foi nessa
Sem nenhuma fineza
Até com tapa na mesa
E textualidade que não se meça
Afinal era preciso romper a represa
De todos aqueles entendimentos
Quer fossem lentos
Quer solares
Eram mais que insulares
Tinham seus próprios movimentos
E qualquer leitor atento
Os veria circular...
segunda-feira, 2 de março de 2009
Pra terminar ou Melhor post de Novembro
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Voltando à ativa... Buffalo Soldier ou Romper para perder
http://mixandoassovios.blogspot.com/
A partir da semana que vem também termino essa eterna retrospectiva.. risos
Boas energias procês e inté...
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Melhor post de outubro...
Mesmo em meio à tempestade
No olho do furacão
A vida segue boa aqui na cidade
Do planalto central
Afinal é carnaval
E festejar vira condição
De preferência no Pacotão
E trouxe o melhor post de outubro
Época em que faço aniversário
De boas energias me cubro
E como ando de festejos
Andei saindo com minha hermana
Saborosa criatura insana
A quem não canso de dizer desencana
Vai aproveitar teus desejos
E fazer correr o sangue rubro
Que pelo que vejo
É sempre um ensejo
Do que planejamos
Então vamos que vamos...
Pra minha irmã ou Por ser toda essa alvorada...
Quando Deus não me deu uma irmã
Subi lá no céu
Num incontrolável afã
E mesmo com minha veia pagã
Fiz um imenso escarcéu
Dizendo pro manda-chuva
Que faltava ainda uma luva
Pra caber na minha mão
Que já era mão de irmão
Mas que sentia a falta de uma menina
Pra ter toda minha estima
Uma do tipo que anima
Boa pruma prosa fina
Isso sem falar pruma boa diversão
Compreendendo a situação
Não é que o dito Senhor de Tudo
Mesmo tendo ficado estarrecido e mudo
Fez um sinal de eu te ajudo
E me mandou lá pro finado Estação
Na 109 sul
Onde com uns amigos de estudo
Encontrei uma mocinha toda cool
Que combinava bem com meu azul
E que também caçava um irmão
E foi ali sentados no chão
Escutando People are Strange
Que a gente se reconheceu
A irmandade aconteceu
Em meio à conversação
Ela tanto me apeteceu
Que tá aqui no peito guardada
Minha irmãzinha sagrada
Já depois de tanta estrada
Por ser grandiosa e espivitada
Por ser dançante, musical e tresloucada
Por ser alucinante, cachaceira, especial e animada
Por ser toda essa alvorada
Eu que agradeço
A companhia na jornada
Você não tem preço
E olha que ainda tamos no começo
Ainda há de haver muita mais irmandade a ser celebrada...
segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
2o Melhor post de setembro...
E vendavais
Tanto vendem
Quanto mais
Dependem
De se desejar mais paz
Algo mais
Usar o ás
Ser sagaz
Que as coisas rendem...
Convite ou Canção do Refúgio...
Minha terra tem zoeiras,
Onde se bebe pra daná;
E os malucos que aqui festejam,
Sempre aparecem por lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas lombras têm mais flores,
Nossos bosques têm mais bebida,
E na bebida mais amores.
Ao fazer fumaça à noite,
Mais loucura encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se fuma pra daná.
Minha terra tem sabores,
Que tais não encontro eu cá;
Pra me embalar toda à noite–
Mais lissergia encontro eu lá;
Minha terra tem zoeiras,
Onde se dança pra daná.
Não permita Deus que ninguém morra,
Sem que consiga se acabá;
Sem que disfrute os frescores
Que não se permite por cá;
Sem qu'inda participe das zoeiras,
Onde tudo é festejá
Salve salve ilustre pessoa, que mais uma vez eu venho convidar pra vir engrandecer meus festejos de aniversário na famigerada e mais que tradicional chácara do Gordo, na travessa da perdição sem número, no rumo do amanhecer vindouro. Tal celebração dar-se-á no dia 25/10 a partir das 22h horas, bastando levar a mente aberta, as pernas agitadas, uma caixa de cerveja e ânimo pra mais uma empreitada...
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Coisas ou 1o Melhor post de Setembro...
Hoje à tarde eu tomo posse na Fundação Educacional e daí a vida será 40h na Câmara pela manhã e 20h à noite na Fundação.. mas sabe como é né.. sonhos.. o que seria de nós sem eles.. pois esse sonho, eu componho, desde que era um moleque risonho.. sem saber dos moinhos, que azedava o vinho, que tinha tanta barreira pelo caminho.. daí que me apego ao sonho que componho desde moleque risonho para redefinir meu ninho, pra vencer todo e qualquer espinho, pra seguir com meu desalinho.. é nisso que minha vontade ponho.. num sonho...
Falando em sonho.. aí embaixo está o 1o melhor post de Setembro.. pois é.. vai ter mais que um, afinal eu que faço as regras.. pois então.. esse foi em homenagem e celebração da Dona Toop que fez o layout novo do meu blog.. ela sabe da minha gratidão e apreço por todo esse universo, toda essa entropia e todas essas revoluções por minuto que ela é... pois então.. vermelha com uma pintas pretas que nem joaninha...
Pra quem incendeia ou Doce acidez...
Pro meu azul
Tem muito vermelho
Um tanto invertido
Mas ao contrário do espelho
Vento sul
Sempre munido
De fina ironia
E de uma simpática antipatia
Que arroxa minhas cercanias
Com seus olhinhos de caos
Pura entropia
Impura pira
Incandescente
Indolente
E ainda por cima exigente
E põe exigente nisso
Fogueira
Que atiço
Como se fosse a derradeira
Incêndio incontrolável
Devastador
Mas inversamente adorável
Seja num sério labor
Ou falando besteira
Ela faz agradável a vista
De quem se equilibra
Na beira
Do abismo
E dista
Com ímpar fibra
Do autismo
Da maioria
Nem tanto pela fineza da ironia
Ou pela doçura da acidez
Que queima o que vem pelo caminho
Mas pelo talento em ser espinho
Em ser flor
Rubra cor de vinho
Onírica todo o momento Ela é um delírio
Como a morte
Forte
Maior que qualquer corte
Que qualquer martírio
Por isso que tento
E me reinvento
Pra que puxes assento
E assente
Aqui na frente
Pra gente finalmente
Poder encaminhar devidamente
Olho por olho
Dente por dente...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Coisas passadas ou Melhor post de Agosto..
P.s - Tomei posse como professor da Fundação Educacional hoje (\o/)...
Pedaços ou Um bêbado, Um equilibrista...
- Foi ali.. aquilo? Quer saber daquilo?.. Bem, o que dizer daquilo se não que é um pedaço... não pode esperar que atente para tudo enquanto passo.. se eu me engraço, me embaraço, me amasso.. e convenhamos não sou nenhum devasso.. mas confusão eu raramente caço.. ela é que me caça.. coisa danada de sem graça.. mas é corriqueiro aos dessa praça.. mais achegados a uma cachaça.. servirem de caça pra confusão.. que raramente tem perdão de quem não só anda grudado olhando pro chão...
- Cruzes.. tudo isso pra dizer que era um pedaço? Putz.. tenho medo de perguntar pedaço de que..
- Pedaço.. do meu traço.. um certo erro crasso.. que eu agora rechaço..
- Agora rechaça?
- Sim, que em mim...
- Para, para parapara!!!
- Ora mas...
- Como você se livrou daquela massa amorfa e sonora borbulhando na calçada?
- Entenda, que sou poeta e quando algo me afeta...
- Você precisa fazer essas riminhas chechelentazinhas?
- Se minhas riminhas, lhe parecem chechelentazinhas.. o que quer que isso signifique, não espere que eu abdique, das verbalidades minhas, para que sua percepçãozinha, lhe permita, que confortável fique, estagnado como um dique, enquanto faço um convite, para que transcenda um limite e é isso que evita...
- Não sei se entendi bem.. mas se você puder ser menos.. confuso.. enfim.. aquela coisa gemendo e sangrando e borbulhando na calçada não é do tipo que a gente vê todo dia...
- Entendo sua agonia, sois do centro e eu da periferia.. daí tua falta de simpatia ante a minha prosa vadia.. mas no teu jogo não entro, que eu muito mais descentro.. continuidades arrebento.. sigo com o vento.. e as borbulhidades ficam pelo caminho..
- Borbulhidades? É assim que você chama aquil...
- Chamei agora, mas em outra hora, chamarei diferente, pois tanto me passa pela mente, que pode ser que outra expressão eu invente, afinal por mais que tente...
- Certo... certo.. bem eu preciso ir indo e.. foi um prazer.. um prazer bizarro, mas interessante.. eu acho...
- Eu sorrio, que pro teu pio, tem muito canto.. se te assuta o encanto, não está preparado praquilo que janto.. pros volteios do meu assovio.. vou ver o céu que se abre no estio após mais parto, que dessa obliquidade estou farto.
- Ei, ei.. pera aí.. parto? Você pariu aquilo? Puta que pariu, não acredito, tenho que contar isso pra...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Melhoras ou Melhor post de Julho
Aproveitando vai aí o melhor post de julho...
Por um punhado de suspiros a mais ou Par...
Era preciso.
Era precipício.
Eras eram
Errar perdido
Era impreciso
Seu vício
Ela.
Cinderela
Sem frufrus
A muito não era donzela
Mas era dama
Era drama
Era copo
Com seu corpo
Cálice sagrado
Era em si uma festa
E pra ele uma fresta
Um caminho profano
De tão perfumado
Alguém que tudo lhe empresta
Sem nada em troca esperar
Tudo de bom grado
Dado
Pra ele que era tão errado
E mesmo assim abençoado
Com aquele sorriso de deusa
Com aquele pranto de menina
E com sua perfeição
Que o alucina
O cala
O embala
Porque amá-la
Virou sua profissão
Iria doravante
Se fazer inigualável amante
Consagraria a ela toda a criação
Desde a mais cálida rosa
Até o sushi de salmão
Cada dia quente de verão
Roupas espalhadas pelo chão
E no frio do inverno
O carinho terno
De algo que parece eterno
A cada instante-turbilhão
Dividindo o pão
Ou brigando pela manteiga
Pra perceber que pra ambos
Tem requeijão
São perpétuos escambos
Entre duas partes leigas
Das formas mais meigas
E das menos
Dos equilíbrios desestruturantes
No fim, eternos infantes
Como antes
Quando pequenos
Ainda errantes
Ainda inebriantes
Mas agora
No avançado da hora
Acompanhados nos rompantes
E serenamente mais plenos...
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
Coisas passadas e novas ou Melhor post de Junho...
Boas energias procês.. beijos.. e inté...
Desentendimento ou De saida...
(Ele a olhou entrar com aquela arrogância de quem não deve nada a ninguém..)
- Boa noite.. (ele disse em tom de ofendido, vendo-a trazer os sapatos nos dedos da mão direita, um cigarro equilibrado nos lábios, a bolsa pendendo pra frente e as chaves na outra mão ainda junto à porta...)
- Ah.. oi.. você não devia fazer essas coisas.. eu posso me assustar algum dia.. parece um fantasma com essa cara pálida no meio do escuro.. (ela disse sorrindo desajeitadamente, tentando parecer ereta e equilibrada e fechando a porta. Isso, no entanto, provocou a queda de um dos sapatos.. ela sorriu mais largamente e se abaixou despudoradamente para pegá-lo.. ele olhou pras coxas dela e imaginou grandes roxos sob a meia-calça na penumbra.. imaginou o cheiro do suor misturado ao dela, ao tabaco e ao alcool..)
- Acho que não vai haver um dia! (ele disse tentando ser ríspido, mas sendo apenas seco..)
- Ãhn?! Ah.. bem.. (ela disse ficando ereta mais uma vez, sentindo uma tontura que pareceu mais importante que tudo até ali e tendo a impressão de sentir um cheiro..)
- Não está nada bem.
- Sim.. sim.. eu sei.. é que.. (ela apagou o cigarro contra as costas da porta numa quadratura já repleta de marcas negras pontuais..) .. desculpe.. eu limpo amanhã..
- Não precisa. (ele se levantou..) Eu tô indo embora..
- E pra onde você vai? (ela largou os sapatos no chão e tirou a bolsa com a outra mão..)
- Vou voltar pra casa.. de certo modo...
(Ela riu por dentro..) - Pra SUA casa? (mas seus lábios apenas tremeram..)
- De certo modo.. eu vou.. tenho de ir.. não posso mais ficar nesse lugar com você...
- Claro, claro.. (ela disse se permitindo sorrir, dando de ombros, enquanto ia para o banheiro..) Pobre de você.. tão puro e imaculado antes de ser estuprado pelos meus maus modos... (ela baixou a calcinha, deixando a porta aberta e sentou-se no vaso...)
- Você podia ter tido alguma consideração por..
- Pela sua imaculada perfeição? Pelo seu cabelo bem penteado? Pela porra do teu carro zero? Ou quem sabe, pelos filhas da puta dos seus papais... (as palavras dela mesclavam-se ao som da urina encontrando a água parada no fundo do vaso.. seguiu-se o som da descarga e o do rolo de papel higiênico que é puxado..)
- Pelo meu amor.. (ele murmurou indo em direção à porta antes de puxá-la..)
- Mas eu tive.. (ela disse vindo do banheiro..) Eu comi o seu amor.. mastiguei cada pedacinho.. me enfastiei dele.. dormi perguiçosamente a cesta.. depois vomitei como cachorra apenas para comê-lo de novo.. e depois o expeli nas minhas fezes, na minha urina e no meu suor.. (ela alcançou a bolsa e tirou dela o isqueiro e a carteira de cigarro..)
- Mas eu prefiria ser saboreado.. curtido.. (ele disse deixando correr uma lágrima solitária..) Eu queria que você me amasse e não que me devorasse..
- Ora, meu bem, pois vá tomar no cú você e seu amor de principezinho acastelado.. aqui é o mundo de verdade.. amor movido a combustível batizado e altamente poluente.. (ela soprou a fumaça satisfatória da primeira tragada..)
- Você precisa dessas metáforas ridículas.. (foi o rancor que falou por ele..)
- Por que não? Não tenho medo de fazer comparações..
- Claro.. você e sua sábia experiência.. suas podres experiências..
- Pois é.. mas você bem que gostou.. (ela disse sorrindo com malicia, batendo a cinza no chão e voltando a tragar com um brilho felino nos olhos..)
- Eu.. eu.. eu estava.. intoxicado..
- Claro.. claro.. "é sempre mais fácil achar que a culpa é do outro..".. ou melhor.. é sempre mais fácil achar que a culpa não é nossa...
- Eu fiz tudo que eu podia.. enquanto você..
- Não, queridinho. Eu SEMPRE faço tudo que posso.. você, por outro lado, começou a parar de fazer por só se preocupar com o que eu faço..
(Ele preferiu virar-se mudo, xingando-a apenas com os olhos, enquanto passava pela porta.. mas à frente ele viu a moça a quem tinha pedido que aguardasse. Ela era quase imperceptível nas sombras.. parecia fazer parte delas.. ela sorriu pra ele..) - Pronto?
- Sim.. (ele disse tentando esquecer o que se passara.. pensou com otimismo no que o aguardava.. Em outra direção, alguns passos para trás, uma mulher entrava no próprio quarto e encontrava o cadáver com uma bala nas idéias e os miolos vermelhos de forma impressionista estampados na parede...)
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Sumiço
BEijos e inté...
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Coisas passadas ou Melhor post de Maio...
Depois ou Sobre porque é preciso navegar...
Depois
Pois.. ora pois...
Nós dois
Ah, nós dois...
Quem foi que depôs?..
Não importa
É essa vida torta
Essa gente morta
Os pulsares da aorta
A navalha da vontade que tão bem corta
A gente...
Nunca é diferente
Por mais que se tente
Pode-se preferir quem mente
Mas é que de repente
A toada do repente
Fica dormente
Cada qual mais exigente
A tolerância cada vez mais rente
É sempre um tal de daqui pra frente
Tudo vai ser incrivelmente diferente
De nada vale o arroz
Os sóis que sois
O antes
Aqueles amantes
Que tal qual infantes
Simplesmente inebriantes
Com seus peitos tão arfantes
E suas artes de gozarem instantes
Aprendendo a ser atentos errantes
Incansáveis e deslumbrados viajantes
De um micro-universo
Reunindo o disperso
Compondo um verso
Ignorando o controverso
Tão aéreos
Que submersos
No etéreo
Saboreando cada despautério
E erguendo seu império
Que como todo império
Depois
Perecerá...
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Fim de ano, começo de ano, mundo mundano, mudando e valsando.. e o melhor post de Março
Boas energias aí pra tod@s.. e vamo que vamo que esse 2009 vai dar trabalho, mas trabalho cheio de frutos...
Estou perdido ou A vida é a arte do encontro...
"A vida é a arte do encontro
Embora haja tanto desencontro..."
- Estou perdido...
- Perdido?
- Perdido...
- Você?
- Sim.. eu!.. Perdido..
- Estranho...
- Eu sei... mas na verdade já não o é tanta assim...
- Ia dizer que você parece bem aí pra mim.
- Mas não estou...
- Como não está? Eu posso pegar em você.. veja...
- Mas isso que você pega não me é de todo...
- Ah é? E o que te seria que não isso? Seu espírito?
- Não.. meu espírito eu penhorei a tempo demais pra fazer qualquer diferença...
- Claro, claro.. posso fazer só um parenteses rapidinho.. valeu.. hoje você tá muuuito estranho... continuando.. e onde você está então?
- Não sei.. como comecei a dizer.. estou perdido..
- Perdido de você mesmo?
- Ora se não é só de mim que poderia sê-lo...
- Precisa de ajuda para procurar?
- Seria um tanto inútil a bem da verdade...
- Faz tempo?
- O que?
- Que está perdido..
- Não.. nem tanto.. eu poderia lhe dizer que uma década, mas seria leviano.. poderia dizer que a 3680000 trilhões de gerações de bactérias A5V7 mas seria rebuscado e barroco...
- Você está realmente estranho hoje... mas e então vamos procurar?
- Já lhe disse que é uma busca sem sentido...
- Ouvi dizer que estas são as melhores.. aquelas que duram uma vida inteira..
- Ou mais...
- Pois é...
- Das que pra aguentar só com boa companhia...
- Era o que dizia aquele sambinha...
- Não.. ele dizia que sem um cigarro, uma cachaça e um carinho ninguém segura esse rojão...
- É mesmo... bom, aceita a companhia sr. Perdido?
- De muito bom grado.. é por cá o caminho da perdição... além da cúpula do trovão nas imediações de Pasárgada... mas aviso que vai ser eterna errância..
- Então nós teremos muito o que conversar....
"Não sei onde eu tô indo
Mas sei que eu tô no meu caminho..."