Tanto que dói
Corrói
Tango
Cancro
Mói
Nem mil sóis
Tiram esse escuro
Aqui jaz em um banco duro
Um poeta morto sem ilusão
Dizem que não passa do chão
Mas o cidadão
Definha de solidão
Não acha nenhuma mão
Perdeu a rima
Não goza de qualquer estima
Se jogou lá de cima
Não voou
Até se doou
Mas se estatelou como um saco de merda qualquer
Mas se quiser
Pode ser saco de cimento, de vento ou qualquer elemento que te traga algum alento
É só mais um tento
Mais um caso de ocaso
Mais um bocado desse tormento
Pra quem viveu de ser mar raso
Certo que haveria prazo
Para o traço
Parecia laço
Mas foi erro crasso
O passo
E ali sem abraço
Morreu de inanição