É tanta energia que ela emana
Que papai desencana
E se joga na pixxxta...
O segundo ano é um processo entre o bebê e a criança. Basta andar e tá lá, eles são do mundo. Também vem o falar, também feito de tropeçar. O fazer birra. O não.
- Sim.
- Não.
- Sim.
- Sim?
- Não.
Vieram as aulinhas, a escola, as coleguinhas, as festas de criança. Mais uma festa da Ana. Ela tá melhor que eu de festa.
E agora ela é uma criança.
Já vinha sendo, mas vai sendo cada vez mais. E eu sinto falta do meu bebê. Daí vou vendo em mim essa tristeza satisfeita dos pais, que anseiam por si, mas sentem cada milímetro do espaço do mundo entre eles e a cria.
E aprendo com isso. Ser pai como ser professor é um ininterrupto aprender. Coisa de quem quer estar, mais que ser. Mas a Ana não é uma mestra paciente. As boas que tive nunca o foram...
Ainda assim, a gente brinca. Sofremos juntos, cada qual no seu papel, nas gripes e resfriados.
Sou feliz que ela dança. Não posso desejar nada mais lindo a alguém do que dançar.
Na hora de dormir, ela me obriga a cantar uma música incontáveis vezes. Estamos numa fase Nana neném, que me cansa porque é pequena e repetitiva. Eu prefiro Se essa rua fosse minha. Mas o
- NÃO!!! - ...é retumbante como um trovão...
Ana ama dinossauros. Papai da Ana ama dragões. Estamos trabalhando nisso.
Ela já identifica o escudo do Flamengo e beija. A alegria de ser rubro-negra.
Ela tem 63 livros. Quantos livros você leu esse ano?
Às vezes, eu me perco na casa da Ana...
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