"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
quinta-feira, 29 de julho de 2010
O que será?
Saiamos do mundo da culpa
E esquecidos das desculpas
Outras palavras
Essas mesmas que lavras
Borboletas ou larvas
Do teu gelo
Saem nuas em pêlo
Parvas de sentido
E o que deve ser lido
Alheio a qualquer poesia
São as entrelinhas da sintaxe vadia
Sei que não é de praxe
E até esse moço
Abusado você ache
Mas é tudo esboço
E se tiveres um troço
Um tanto mais eu coço
E se com rimas adoço
Bem posso abrir um foço
E se não há encaixe
Atropele
Desgele
Rasgue a pele
E acharás quem vele
Por um tal estado
Desdenhoso da verdade
Vendo que é vã vaidade
Ser achado
Concluir
Definir
Vencer o mundo a nado
Melhor é transformar o brado
Em canto
Que esse mundo é tanto
Que não me cause espanto
Nenhuma parte
Da arte do teu desmoronar...
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8 comentários:
Gostei...
Cheiros.
Eu adoro tentar desvendar o mundo e descobrir achados nos escombros, com a minha "sintaxe vadia".
Beijo!
;)
Eu adoro tentar desvendar o mundo e descobrir achados nos escombros, com a minha "sintaxe vadia". (2)
Tenho que roubar a frase da minha amiga lindaaaaa ai. Perfeito.
Tudo aqui é perfeito.
Um abraço meu!
A vaidade não pode ser tão vã e creio que pouca coisa possa se definir, ser achado é glória, esquecer das desculpas é perdoar e se soubermos perdoar, seremos perdoados...
E aí de quem não ousar desmoronar!
Adorei o que deixstes em meu blog, nesse meu relacionamento eu sempre bat na tecla da reciprocidade, parece que vc adivinhou!
Desmorono-me.
Escombros líquidos de uma vaga Via-Láctea a escorrer!
Adoro você Jorge
Majestoso como sempre!
"Da arte do teu desmoronar... ", ficou lindíssimo esse encerramento, parece um tanto com começo.
Seus versos me abençoaram numa noite salgada, obrigada!
=)
Deve ser arte.. vontade.. e um pouco mais de espera. Quem sabe?
Invejo tua habilidade em fazer de tudi=o poesia. E com um talento tão raro. Um brincar com as palavras que não cabe a qualquer um fazer. Dom. Eis o mistério.
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