quinta-feira, 20 de maio de 2010

Dois pontos

Ela sente
Entre os dois
Não é que um mente
Mas é que os descaminhos que propôs
Apenas ele mesmo sente
Já o segundo
Menos filho do mundo
E menos ardente
Tinha na mente
Tanto daqui pra frente
Que de tão insistente
Fez-se mais fecundo
Não que suplantasse de vez o vagabundo
Mas conheceu o tecido mais profundo
Cada ângulo que ela dispôs
Até a simplicidade mais feijão com arroz
Que a dama
Tecera na trama
De momentos que inflama
E outros momentos
Alguns até mesmo cinzentos
Mas cujos indiossincráticos intentos
Por mais pequenos
Por isso mesmo mais plenos
Já que aquele primeiro
Ante a vastidão infinita do desfiladeiro
Faz uma ponte e segue o ponteiro
E apenas o outro
É que deixa o peito solto
Senta e contempla...

7 comentários:

lídia martins disse...

"Por mais pequenos
Por isso mesmo plenos."



Salve Jorge!!!!!


Um beijo

Ale Danyluk disse...

Por sempre amor...
Pra sempre em busca,
Com ou sem luta,
Sem divisões,
De um ,dois ,ou milhões.
É a corrida pelo sentir.

Salve sempre Jorge!

Flávia disse...

Belíssimo texto amigo...fico cada vez mais encantada com a sua sensibilidade.

Érica disse...

Um sempre sabe mais... Outro sempre perde!

Adoro esse espacinho, querido demais.

Beijos

Anônimo disse...

Insistir é um ato paradoxo
quando um quer ser dois
carrega em sua bagagem
desejos guardados pra alguém
são intenções dentro da intenção
carregadas de espaços,
sobrepeso cheio de vazio
Enquanto assiste da janela
o cheio de cheios voar...

Canto da Boca disse...

Tantos sentires, tantas possibilidades nesses, e nas entrelinhas, entre as linhas, entre os ponteiros e os defiladeiros, até nos despenhadeiros... Salve Jorge!

Grata pela visita tão gentil e poética no Canto, volte sempre, será um prazer! Sigo-te!

Um abraçao!!

Luna disse...

quando tu deixa teus comentários cheios de poesia no meu blog, fico com um sorriso largo.