Meu respeito...
Meu respeito
É diretamente proporcional
Ao que aprendo
Com quem me deleito
Não tem jeito...
Se não me potencializas
Logo deslizas de minha atenção
Ficas pelo chão
Enquanto ganho os ares
Buscando meus pares
Seres alados
Que anseiam pela imensidão
Podes muito bem ser um rei
Ou, ainda, uma imperatriz
E muito mais terei a dialogar com a meretriz
Que além das pernas
Me adorna as idéias
Mostra-me perspectivas
Além do balanço de seus quadris
Ou, quem sabe, com o bufão
Um bêbado fanfarrão
Recostado num balcão
Conservando a sanidade por um triz
Entenda que não me importa tua cor, seu tamanho ou sua forma
Mas o que te conforma
Teus credos, tua dor e teus medos
E as semânticas que elejes para defendê-los
Bebo muito mais de teus meios
Que de teus fins
Devo a tantos
O suplantar dos prantos
A extensão dos mantos
Que passei a saber
Era meu direito escolher
Assim como as lágrimas que hei de verter
Não mais pelos cantos
Mas assenhorado das escolhas
Cioso de toda a culpa
Sempre minha se me envolvo
Também pelos diálogos fortuitos
Instigadores de minha atenção
Recebidos como uma benção
Fazendo-me atentar para os caminhos infindáveis e múltiplos
E assim, aqui, não caberiam todos
Nem todas
A quem ostento admiração
Inigualável devoção
Incondicional nos modos
Por mostrarem novas modas
A este tolo doidão
Posso tecer imensuráveis honras ao meu pai
Este que ensinou-me a ser
Ou ainda à minha mãe
Que instigou-me a ler
Houveram ainda os amigos de infância
Comigo transpondo a ordem
E sorvendo a bonança
Pit, Robertão, Gordo...
Amigos dignos de minha criança
Vieram então os amigos maiores
Destruindo a ordem a cada gole
A cada tragada
A cada estrada
Camaradamente trilhada
Thiago, Humberto, Artur, Ju, Sinita, Pt, Fred, Kauara...
Hermana, Mirna, Cléia, Jujuba, Patrícia, Zanon, Tiaguera...
Tantos
Tamanhos
Inigualáveis
Não menores foram os amores
Que com seus intensos ardores
Me entortaram os louvores
Fizeram-me aprender a entender
A dor de cada um
O peso de cada escolha
A textura tênue da bolha
De nossos contatos dialógicos em comum
Thaís, Amanda, Débora
Aprendizagem que impera
Nessa criatura que se esmera
Em merecer tal anunciação
Aprendi com os vadios
Os notívagos
Os descrentes e inquietos
Os sem teto
Com Raul, Morrison, Marley e Jimmy
Lenon, Neruda, Vinicius, Renato
Buarques, Foucault, Pesavento, Jenkins e Certeau
Drummond, Pessoa, Cortazar, Saramago
Enfim, como já dito
E repetido
Tantos e tamanhos
E mesmo com pessoas que nunca conheci
Ou até já vi
Mas ainda não pude mergulhar
Não com a devida intensidade
Damas profanas que singram o mar
E oferecem a preciosa atenção
A esse ser que não para de falar..
Tens todos e todas
Tantos e tamanhos
Meu respeito
Minha devoção
Avatares de minha atenção
E sujeitos plenos de minha linguagem
De todos os mecanismos de meu ensino
E da expansão de minha aprendizagem
7 comentários:
hummm que saudade das suas prosas
:*
Você transborda emoção.
Parece que a sua inspiração não tem fim.
Linda a homenagem.
Acho que não seria tão bela se fosse dita de outra forma.
Inspirador!
Beijos =]
salve salve rei...
palavras inefaveis neste teo beco...adolei!!!!
stas explorando esse mundao ein...
Fike na PAz SemPrIh!!!
sds!
Lindo texto.
Seu blog é muito bom, vou linkar ao meu.
Voltarei aqui mais vezes.
Ah! Adoro essa música do Chico Science.
Só vou usar uma expressão neo-japonesa para definir essa poesia:
TAKEOPARIU!
E tenho dito.. (em meio a lágrimas)
Gostei de voltar...e ler-te. Sempre inspirado hem?
Bjs meus
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