- Perdão ter perdido o ponto exato da rima com a obsessão...
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
- Perdão ter perdido o ponto exato da rima com a obsessão...
Ela tem essa arte
De tornar um instante
Eternidade
Ela existe para ser contemplada
Não tem nada, simplesmente nada que faça um olhar brilhar tanto
Ela redefine aquela sensação que é um misto de paixão e espanto
Devia se chamar você tamanho querer
Porque basta que ela surja para você ver
Que o universo inteiro não passa de detalhe
Repare
Como ela tem esse seduzir dos olhares
Esse mar nas curvas
Esse horizonte nos lábios
Esse te ponho de joelhos na pose
É arte e é mais
Ela é ver esse mundo perdido em guerra e saborear a paz
Ela é no aconchego de manhã de domingo roubar o cafuné mais dengoso que só o querer bem traz
Ela é o se assanhar com o fogo
Ela é matar a saudade do mar
Ela é viajar pela aventura mais delirante
E por uma instante
Ela é mais...
Sejamos francos
Ela de branco é a minha tara
Rainha safada
Rebola na vara
Com tudo dentro
Danada
A rola dura e melada no centro
Lambe a teta
Tenta
Enquanto senta
Me atenta
Vê se essa metida forte aguenta
Grita
Agita
Gira
Me beija
Devora
Se entrega toda agora
Te aperto com a mão pesada de quem te venera
Antes, depois e agora
A rola grossa explodindo é sincera
Minha onça-pantera
Que geme poeta
Rebola, musa
Quica profusa
Mexe essa raba
Me acaba com esses peito subindo e descendo na minha cara
Te mamo, te lambo,te sambo, te fodo, te amo, te tomo, te como
Te tudo
Te toda
De quatro
Cachorra
Gata
Goza
Deusa
GOZA
Derrama em mim tua glória
Se entrega
Deixa vir o teu mar
Me afogar
E vem beber minha porra grossa
Com essa língua gostosa
Devassa
Na ponta do pau com a sede que só você devassa
É capaz de fazer...
Queria trazer uma poesia
Que soltasse seu sorriso
Que te libertasse do cansaço
Que te carregasse pra praia
Que atendesse todas as suas mínimas vontades
Que tecesse um cafuné que levasse a uma soneca
Que delicadamente explicasse como de tudo você é justamente a mais bela
Que te animasse para todo o porvir subsequente
Que te aninhasse ainda mais no meu peito carente
Essa é realmente a poesia que eu quero deixar por aqui...
Se ela faz carão
Ou vem com esse decotão
Eu perco o chão
Não tem solução
Me perco na imaginação
De alcançar essa imensidão
Dela
Estendo a mão
Solto a criação
Nem tem competição
Com tamanha perfeição
Dela
Escapar é esforço vão
A aventureira fascina por condição
E por opção
Ela abala o coração
Não é ilusão
É tudão
Dela
Então nessa anunciação
Espero que ela leia minha canção
Perdoe qualquer limitação
Ante a rainha sou um pobre peão
Em eterna preparação
De alcançar a visão e audição
Dela
Ali onde o cerrado é quase sertão
Pelo sim pelo não
Outros mais perto estão
Mas nenhum, nenhum... nenhum com a minha devoção
Ela não é só a inspiração
Ela é simplesmente de todo o universo a razão
O que mais faço questão
É dela...
- Chamou, chefa?
- Precisamos fechar os balanços...
- Mas já é sexta.
- Não seja besta. Sejamos francos. Você só sai dessa sala depois que der conta de tudo!
- De tudo?
- Calma, eu te ajudo. Estou te achando um pouco mudo. Chegue mais perto, eu sei o que em você eu desperto...
- Eu confesso que me desconcerto com seu perfume. E esse vestido azul profundo me fez perder de vez o rumo... chefa...
- Não esqueça os balanços...
- Desculpe, achei que...
- ... dos nossos quadris dançando. Desde aquela vez nunca esqueci. Senti no encaixe que tinha umas ordens bem especiais pra te dar...
(Foi nesse ponto que eles simplesmente pararam de falar, porque as bocas já se devoravam. Ele a virou para a mesa e as mãos dela rapidamente se apoiaram. O olfato dele mergulhou no pescoço pra se intoxicar do perfume. A mãos pesada subia nas coxas dela erguendo o vestido. A bunda da empinada soltou o rebolar provocativo e atrevido. A buceta molhada sob a calcinha convidava a rola estufada na calça doida pra ser libertada. Ela conduzia tanto quanto era dominada. Lá fora o barulho do escritório seguia como se não houvesse nada. Telefones tocavam, gente batia papos furados, elevadores chegavam e seguiam. Assim como ele beijava a carne perfumada. Encaixava a fome na chefa safada. Ela, danada, serpenteava gostosa fazendo a metida ser o centro de todo um universo. A mesa balançava. As coisas caíam, eles gemiam, do mundo esqueciam, ela se curvava para ser beijada. Tudo como ela queria. A vara grossa, ela arfava, o mar que escorria da buceta e ele quase gritava. Alguém bateu, eles não ligaram, a porta estava trancada, mas mesmo se não estivesse, nada os separaria. Serviu apenas para virá-la. Encaram-se. Ela na mesa sentada, as pernas escancaradas. Vieram mordidas a cada metida. As unhas nas costas dele cravadas. Com a roupa voara ninguém sabia. Mistérios pra outro dia. Ele a escalava. Pela mesa se espalhavam. Fodiam firmes e sabe-se lá como a mesa aguentava. Estavam perdidos.Achados. Perdido, achada, achado, perdida. Ela cruzou as pernas na cintura do subordinado. Ele coordenava, ela supervisionava. Que balanço que nada. Eram planos para ampliar toda e qualquer empreitada. A sala toda deles estava impregnada. Ela explodia e urrava. Quase caíam, quase voavam, entre planilhas, grampeadores e vidros embaçados. Mas até o fim, no calor da madeira, a mesa tremia, tremia e aguentava...
Não me contenho
Nem precisa empenho
A musa aparece
O mundo inteirinho a gente esquece
A deusa pede prece
A gente reza
Venera
Cada detalhe dela a vida tempera
Quem dera, existência, quem dera
A vontade de dela na carne rasgando com uma volúpia sincera
Que se ajeita
Numa intensidade perfeita
Mas por hora a maravilha dela me deleita
Tanto sacia
Quanto atiça
Quem dera...
P.s - Pena que você me esquece...
Fizemos entre nós um pacto
Ela, maravilha, existia
Eu absorvia o impacto
Ela ardia plena
Eu fazia poesia no ato
Ela, sinfonia, traz melodia à existência
Sempre Ela no centro da cena
Fico não só a versificar a querência
É tal a magnificência
De cada ponto, linha e movimento da sua congruência
Que seria (e é) impossível pra mim ter apenas consciência
Da sua poética de bailar nos sentidos
E não ter consequências
Daí o trato
Me pacto abnegado
Faminto
Com olhos brilhando
Um sorriso safado
Pelo teu umbigo sagrado
Pelo teu rebolado profano
Pela sua alma de loba serpente sereia fada deusa diaba
Que derramam-se versos
Eu, ao inverso
Te sorvo
Absorto
Amarrado
No nosso pacto...
É algo além da beleza
Dessa infinita maravilha
Tem um tanto de poder
Mas tem um que de menina
Tem um alvorecer de sol incandescente
A força de onça que pega a vida no dente
A graça de anja sagrada
Mesmo pela vida sangrada
A imponência de leoa indomada
Fato é que depois dela
O tudo é nada
Sem ela a aquarela
É só uma mancha borrada
Como é possível festa
Sem ela na enseada?
O Carnaval todo só tem folia
Se ela desfila a apoteose da perfeição desde a entrada
Ela é a deusa
A musa
A primeira
A única
A dona de tudo
E mais pouco
Que sem ela
A poesia nunca fica rimada
A cerveja não fica gelada
Nada sacia
É a sua majestade que faz a existência ganhar sentido
Todo dia
Todo o resto é conversa fiada
Acordar não espantou o cansaço
Semana longa
Uma sexta sem dança
Tudo parecia parecia conspirar para o errado
Mas ao mebos havia ela ali ao lado
Nua
Contemplativa olhando o dia amanhecer na janela
Um carinho de leve subiu correndo pela linha das costas
Causou aquele arrepio de quando a energia encosta
Lá pela nuca o carinho enrosca
Não falha nunca
A deusa virou o flanco
Um seio livre, um sorriso franco
O olhar que sabia bem o que ele estava tramando
- Você sabe que seu umbigo está me convidando...
- Sei.. foi por isso que virei... para você se curvar a minha majestade!
- Imperiosa verdade, imperatriz das minhas necessidades, vim te trazer esse alarde que invade, entremeando gozo e algumas maldades, bem rimadas com as suas vaidades...
- Menos rima e mais língua, poeta que arde!
Calado
Ele também se pôs de lado
E recitou em um braile toque firma e pesado
De cada detalhe
Do corpo dela
Se ocupou dos pontos
Perseguiu as linhas
Sorveu o molhado
Fez o mais profano e o mais sagrado
Até que ela já não tinha nenhum juízo
Está possuída por aquele estado entre o rito e o grito
Ela era a própria manifestação do agito
Não há nada mais bonito
Que ela cavalgando o falo
Até o talo
Te dando mais que um trato
Com aquele rebolado
Explicando o sentido da vida
Explosivanente tão colorida
Que tudo dela deriva
Deusa de fato
Esticando ao máximo o contato
Arranhando como gata
Sendo mordida ali na divisa do quengo
Com a as coxas tão frenéticas tão vermelhas
A sinfonia ritmada da raba
O incêndio caudaloso da buceta que senta
Enquanto sente
Acende, ascende
Domina o tempo e o espaço, levando e trazendo, deslizando, mas apertando, subindo e descendo, tanto quanto envolvendo, mas soltando como se saísse voando, mas afogando, no infinito mais íntimo de quem ama fundendo, fode amarrando e libertando nessa loucura sensata de quem não tem mais remendo
Ela está lendo
Agora estava rindo
E assim embolados e decididos
Convicto
Eles se perderam e deliraram no mais gostoso argumento
E ainda
Da firma mais linda
Quando a vontade ainda infinda atiça
- Tem mais, ela disse...
- É tudo que a gente precisa...