Hoje lembrei da minha primeira poesia
Você estava lá
Ainda indefinida
Mas já falando pra vida atrevida
Eu sou a Senhora desse inspirar
Eram rimas simples
Sentidos curtos
Mas já aparecia seu sorriso
Aquele que combina exatamente com o brilho do seu olhar
Eu nem sonhava ser poeta
Minha única meta
Era me encontrar
E pra isso fui te encontrando
Te recitando
Redefinindo
Não pra ser lindo
Mas pra que o mundo pudesse se encantar
Ser divino
Com esse lapso do absurdo
Você
A arte do seu existir
A cadência do seu viver
Se há lágrimas que você tem que verter
Tem esse indefinido infinito do seu sorriso
Tem o aconchego no peito que só você é capaz de instalar
A musa é eterna
Uma deusa
Entre os mortais
Eu acredito muito nisso
Te coloquei no centro da minha cosmogonia
De pés descalços
Cabelo ao vento
O mar ao fundo
Mil estrelas no firmamento
Até o momento
Em cada um que eu tento
Fazer das palavras unguento
Trazer flores que rachem o cimento
Nunca consegui
Mas aí
Você vem
E tudo fica eterno e bem