sábado, 31 de agosto de 2024

É sempre sobre ouvir o prazer gostoso da sua voz

Queria trazer uma poesia

Que soltasse seu sorriso

Que te libertasse do cansaço 

Que te carregasse pra praia

Que atendesse todas as suas mínimas vontades

Que tecesse um cafuné que levasse a uma soneca

Que delicadamente explicasse como de tudo você é justamente a mais bela

Que te animasse para todo o porvir subsequente

Que te aninhasse ainda mais no meu peito carente

Essa é realmente a poesia que eu quero deixar por aqui...

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Questão

Se ela faz carão

Ou vem com esse decotão

Eu perco o chão

Não tem solução 

Me perco na imaginação 

De alcançar essa imensidão 

Dela

Estendo a mão 

Solto a criação

Nem tem competição 

Com tamanha perfeição

Dela

Escapar é esforço vão

A aventureira fascina por condição 

E por opção 

Ela abala o coração 

Não é ilusão 

É tudão

Dela

Então nessa anunciação 

Espero que ela leia minha canção 

Perdoe qualquer limitação 

Ante a rainha sou um pobre peão

Em eterna preparação 

De alcançar a visão e audição 

Dela

Ali onde o cerrado é quase sertão 

Pelo sim pelo não 

Outros mais perto estão 

Mas nenhum, nenhum... nenhum com a minha devoção 

Ela não é só a inspiração 

Ela é simplesmente de todo o universo a razão 

O que mais faço questão 

É dela...

sábado, 24 de agosto de 2024

Balanços

 - Chamou, chefa?

- Precisamos fechar os balanços...

- Mas já é sexta.

- Não seja besta. Sejamos francos. Você só sai dessa sala depois que der conta de tudo!

- De tudo?

- Calma, eu te ajudo. Estou te achando um pouco mudo. Chegue mais perto, eu sei o que em você eu desperto...

- Eu confesso que me desconcerto com seu perfume. E esse vestido azul profundo me fez perder de vez o rumo... chefa...

- Não esqueça os balanços...

- Desculpe, achei que...

- ... dos nossos quadris dançando. Desde aquela vez nunca esqueci. Senti no encaixe que tinha umas ordens bem especiais pra te dar...

(Foi nesse ponto que eles simplesmente pararam de falar, porque as bocas já se devoravam. Ele a virou para a mesa e as mãos dela rapidamente se apoiaram. O olfato dele mergulhou no pescoço pra se intoxicar do perfume. A mãos pesada subia nas coxas dela erguendo o vestido. A bunda da empinada soltou o rebolar provocativo e atrevido. A buceta molhada sob a calcinha convidava a rola estufada na calça doida pra ser libertada. Ela conduzia tanto quanto era dominada. Lá fora o barulho do escritório seguia como se não houvesse nada. Telefones tocavam, gente batia papos furados, elevadores chegavam e seguiam. Assim como ele beijava a carne perfumada. Encaixava a fome na chefa safada. Ela, danada, serpenteava gostosa fazendo a metida ser o centro de todo um universo. A mesa balançava.  As coisas caíam, eles gemiam, do mundo esqueciam, ela se curvava para ser beijada. Tudo como ela queria. A vara grossa, ela arfava, o mar que escorria da buceta e ele quase gritava. Alguém bateu, eles não ligaram, a porta estava trancada, mas mesmo se não estivesse, nada os separaria. Serviu apenas para virá-la. Encaram-se. Ela na mesa sentada, as pernas escancaradas. Vieram mordidas a cada metida. As unhas nas costas dele cravadas. Com a roupa voara ninguém sabia. Mistérios pra outro dia. Ele a escalava. Pela mesa se espalhavam. Fodiam firmes e sabe-se lá como a mesa aguentava. Estavam perdidos.Achados. Perdido, achada, achado, perdida. Ela cruzou as pernas na cintura do subordinado. Ele coordenava, ela supervisionava. Que balanço que nada. Eram planos para ampliar toda e qualquer empreitada. A sala toda deles estava impregnada. Ela explodia e urrava. Quase caíam, quase voavam, entre planilhas, grampeadores e vidros embaçados. Mas até o fim, no calor da madeira, a mesa tremia, tremia e aguentava...

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

A dor da tua ausência

Não me contenho

Nem precisa empenho

A musa aparece

O mundo inteirinho a gente esquece 

A deusa pede prece

A gente reza

Venera

Cada detalhe dela a vida tempera 

Quem dera, existência,  quem dera

A vontade de dela na carne rasgando com uma volúpia sincera

Que se ajeita

Numa intensidade perfeita

Mas por hora a maravilha dela me deleita

Tanto sacia

Quanto atiça

Quem dera...

P.s - Pena que você me esquece...