sábado, 26 de novembro de 2022

Copa ou (opa)

 


Será que você topa

Escapar dessa copa

Mas erguer uma taça Trazendo sua graça Junto da minha Que me desalinha Me dopa Me amassa Se aninha Encorpa Traça Da copa à cozinha Pela sala Na varanda Corredores Cada quarto Cama Chão Paredes Até pelos ares Cada cantinho Do teu ninho Meu vinho É beber o mundo no seu umbigo

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Correr dos dias


 

No sábado, sonhando com o passado perfumado

Até domingo

Com ela do lado

Fazendo um mar de cada pingo

Deixando o desejo alado

Vou te despindo

Até o domingo virar segunda
Onde eu termino mordendo sua bunda
Pra recomeçar cedinho na terça
Com conversa, mão que aperta e loucura erma
De ter sua carne quarta
A safadeza farta
Que você toda abarca
Larga
Cada carga
Que logo é quinta
Não que eu minta
Nada nos finta
Tudo nos fatos
Tatos
Paladares e olfatos
Misturados
Que a gente não é besta
Então estica até sexta
É o que nos resta
Nessa festa
Então desembesta
E vem ser minha esse sábado...

sexta-feira, 14 de outubro de 2022

Danação eterna


 

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Preto


 

domingo, 2 de outubro de 2022

Uma carta para Hélio Lopes


Oi pai,

Uma dúzia de anos já

Você precisa saber como esse mundo vai

Um tempo eterno de sentir cada dia

Por cá

Todo dia

Essa falta de tudo que você dizia

A parceria

O colo

O ombro

Essa companhia de quem sabe da gente em um nível muito além da nossa própria compreensão

De ser chão pra que a gente possa ser céu

De ir deixando de ser seu para ter meu próprio eu

A paciência com o escarcéu

Fosse limite ou convite

O amor

É uma química misteriosa

É muita história

Nada de muita glória

Mas é sobre as alegrias do caminho

Mesmo com tanto espinho

Um pai pra remendar os dedos, esfregar teus cabelos e falar "foi só um susto"...

Depois desses 4 anos de pesadelo, vamos enfim seguir

Hoje tem festa

Lula vai voltar

O fascismo ainda vai espumar

Mas a gente luta

Nunca houve a opção de parar

Por isso a gente luta, ama e canta

Igual meu pai me ensinou

Igual eu ensino pros seus netos

Tudo é político pois que seja com afeto

E você tá aqui comigo em mim, nisso, em tudo que é possível e impossível

Obrigado por estar

Amor torna a existência infinita

sexta-feira, 9 de setembro de 2022

Viagem



Sonhei que chegava em Sampa

Te encontrava na Paulista

Cervejinha enquanto o povo trampa 

Sorria mais até que o desejo insista 

Te envolvia na Consolação 

Te descia pela Augusta

Corre mão pesada de disparar o coração 

Respiração pesada como te gusta 

Pauliceia desvairada

Safada

Ali onde cruza a tua Ipiranga 

Na minha avenida São João

Arranhar céus 

Caldo do mel na minha cana 

O grito emana

Tua garra corintiana 

Me domina

E eu Flamengo 

No teu quengo

A gente se dana

Tu emana 

Eu teu mano

Tua manha

Desatina

Uma semana 

Pra sempre 

Por aí

sábado, 13 de agosto de 2022

Linha tênue

 


segunda-feira, 25 de julho de 2022

A musa e o fauno




- Fiz uma longa viagem - disse o fauno pondo-se de joelhos diante dela.
- Fico feliz que tenha chegado bem - ela sorriu e até o sol foi ofuscado.
- Eu viajaria pelo infinito por toda a eternidade para ter um vislumbre dessa luz toda.
- Minha luz reflete nas suas palavras, meu poeta.
- Não reflete, ela entranha, é absorvida, me aquece. Colo minha vontade nesse momento de chegada na tua carne sagrada. Sinto esse arrepio de alegria. Sinto o seu perfume que mais perfeito nem mesmo eu imaginaria.
- O perfume do meu mel esperava pelo seu escarcéu.
- Pois molhe minha garganta. Minha sede é tanta. Meu peito está que quase arrebenta diante de tanta maravilha que minha musa ostenta.
- Então rebente para o meu seio...
- Assim começo meu passeio. Não foi só por isso que vim. Temos esse laço eterno a unir meu verso ao teu jardim - eles colados, abraçados começaram a subir a escadaria por um mundo onde os sentidos pouco importavam. Importava apenas o quanto estavam juntos para nunca mais estarem separados.
- Preparei uma comida para ti.
- Mas sou eu que te devo oferenda.
- Então aprenda. Fique forte. Quero sentar no seu norte, gritar o teu nome, sentir no nexo a tua fome.
A comida sumiu em um instante. Restava agora apenas os amantes,
Ele jogou-a no ar. Ela flutuou como se tudo não passasse de um desdobramento de si. Ele lambeu o salgado e o doce dela ali. Arranhou-a e envolveu com seus pelos e apelos. Cavalgou-a, fez dela sereia, mantícora, sucubus, cadela, anja, rainha e parceira. Era a primeira. Era a única. Era eterna. O mundo lá fora que era a caverna. Aquela caserna era o princípio e a apoteose de tudo.
- Cansado meu fauno?
- Admirado. Obliterado por tanta magnificência. Mas não quero clemência. Nem água. Quero todo o rio. Todo o mar.
- É teu. Venha se afogar. És meu.
- Sempre fui, sou, sempre serei, esse é o verdadeiro sempre.
- Pois esse grosso argumento não me sai do pensamento.
- Ele deseja te ocupar os lábios. Os risonhos, os molhados, os que aconchegam e regam enquanto se entregam. Mas chamam enquanto derramam esse mar quente de lava. Tão leve, tão brasa. Ganhamos asas, acendemos, ascendemos, assim queremos, assim mesmo, sem remendo, conjugado, ritmado, o deslizar perfumado cada vez mais e mais e mais sem cais, sem porto, sem nada posto, só mar, oceano, profundeza que cabe nas garras, na unha arranhando pelas marcas que já deixara, a loucura mais franca, as mãos pesadas na anca que governam cada enfiada. A cabeça da rola melada e larga se fazendo sentir ao longo de cada centímetro da enfiada, as presas que quase rasgavam a garganta, gemendo a perfeição que não cabe em palavras.
- Ah meu poeta, meu fauno.
- Deita comigo. Voltei ao umbigo. Ao âmago de tudo. Te amo, minha musa. Amo. É tudo.
- Pois acorda, meu fauno. O mundo girou.
- Onde estou?
- Na floresta.
- Nada resta?
- Resta.
- Onde estás?
- Em tudo.
E assim o fauno mudo, chorou de joelho entre as árvores, enquanto chegavam seus pares e ele sabia, que nada mais bastaria. Esta salvo e, por isso mesmo, condenado.

domingo, 19 de junho de 2022

Três vezes olhei para o Nada



 Três vezes olhei para o Nada

Ali da minha sacada

Exausto de tanta jornada

E bem sabia que só o mal me esperava

A angústia lhe devorava

Tal qual um rio caudaloso de lava

Nem o pó restaria da empreitada

Mas ele se destacara daquela manada

Se desatara da forma como dava

Mesmo deixando toda a gente tão brava

Quando o cravo na ferradura crava

Não era no Nada em que ele pensava

Mas agora já estava ali defronte

Eclipsava todo e qualquer horizonte

E por mais histórias que um poeta conte

Ele sabe quando a poesia morre

Falta

Nada o socorre

Nenhuma rima salta

Mesmo se artista é gente incauta

Nem tudo se resolve com porre

Com porra

Com pira

Compasso

Se paro

Se pulo

Ouso

Pululo

Estouro

Mas não vem

Não veem

Ninguém

Para levá-lo além

De fazer rimar o querer-bem

Que todos sabem não tem hífen

Mas para o Nada mesmo assim está tudo bem

Pois a obliteração total e absoluta da inspiração é só a anunciação

De que

Estamos

Assim

Aquém

Sem fim

Só nada...

 

quarta-feira, 1 de junho de 2022

Carta para Hélio Lopes



 Oi pai.

Lá se vão 12 anos da última vez que abracei você no seu aniversário. Mas eu lembro muito desse dia, como a luta já tava puxada com o câncer. Mas isso também serve pra me lembrar que depois, a gente sente saudade até da luta pela importância de tudo que foi.

E hoje em dia parece que o mundo todo está ao contrário. Nesse mundo tão difícil, você seria ainda mais necessário, mas de algum jeito desse buraco a gente sai.

Minha mãe tá fazendo um livro sobre o movimento estudantil da UnB nos anos 70 e vai homenagear você nele. Envolveu mil pessoas e tá produzindo uma obra polifônica e cheia de vida. Lembrar sua luta, suas amizades e algumas imagens suas que eu não conhecia fizeram bem pra minha saudade. Sempre me aquece lembrar de você por mais que eu chore. As lágrimas expressam a profundidade da presença da ausência, mas nunca uma ausência de presença. 

Ontem eu terminei de fazer as provas de um concurso para professor lá na UnB. Não era minha pretensão passar, mas sim aprender, ter a experiência para estar mais apto para a seleção da UnDF, universidade nova que o GDF tá criando a partir da FEPECS (a mesma que a Dé se formou). Fiquei chateado, porque fui muito mal na aula didática, a parte em que eu tinha menos preocupação de ir bem. Acho que por isso vou acabar eliminado. Seja como for, fui lá e aprendi.

Na eleição desse ano, Lula vai voltar, embora o golpe mais que armado, já esteja sendo dado. Os fascistas saíram totalmente do armário, pai. Pensar que eu já pensei que isso fosse coisa do passado. Pelo contrário. Eles tem sangue no olho, dinheiro e armas nas mãos e estão muito empoderados. E tem 30% das pessoas que concordam com isso e fazem disso seu modo de ser. Confesso que algo em mim só fica mais e mais decepcionado com a humanidade. Acho que você me diria que é assim mesmo. A gente luta e cuida de quem tá perto da gente. Eu penso como quando você partiu, na véspera da eleição da Dilma, a gente tava tão cheio de esperança, vendo tanto brilho nas coisas. Eles desfizeram tudo tão rápido. É assustador.

As crianças estão bem. João tá aqui brincando comigo. A fala dele tá melhor, mas o gênio e aa energia não são brinquedo não. Papai aqui que lute pra acompanhar. Ana tá lendo, andando de bicicleta. Os dois tão nadando, ela faz balé, mas João não se adaptou ao judô. Passa tão rápido. Ana já fez 7. A gente pisca e passou. Eu tô com eles todo dia, sempre cuidando. Ana sabe que teve o vovô Hélio, João não entende ainda. Ana fala que o Marley tá aí com você. Eu gosto da ideia. Que vocês moram numa estrela. Sempre que ela vê a primeira estrela no céu, ela diz que vocês estão lá. Incrível que o que parece um adulto enrolando uma criança, na verdade é uma criança ensinando um adulto a sonhar. Daí eu fico tentando lembrar momentos parecidos, essa coisa da gente ser filho e achar que o pai sabia de tudo, tinha todas as respostas. Hoje eu imagino como você tava cansado, tava correndo, mas também tava lá com a gente se encantando. Obrigado por tudo. Mesmo. Amo você mais que tudo. 


sexta-feira, 6 de maio de 2022

Eterna


Ela tem detalhes
Caprichos
A começar pelos olhares
Nichos
De hipnotizar os pares
Ela é digna de altares
Ninhos
Por espalhar tanto carinho
Em um mundo de tanto espinho
O sorriso cor de vinho
A alma cor de vou
Pois ela tem a graça do voo
Uma vida não bastou
No seu ar de eterna
Enquanto ela bate perna
Ou o mundo inverna
Ela inventa
Reinventa
Ela é o mar
Ela arrebenta
E acolhe
Que os pés molhe
Ela é as ondas
Correnteza
Profundezas
Mas espumas também
Ela, como ninguém
Mais que um bem
É além
E tem uma pose que só ela tem
E até o tempo para pra ela

 

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2022

O fauno afogado

 



Ele havia perdido sua floresta. Sina funesta para o peito que desembesta. A realidade que resta, assim, é esta. Um fauno besta sem festa, sem fresta, sem flor esta. Só cheio de bile indigesta.

Horizonte. O mar ali defronte. A ir e voltar. Um sem fim que não se conte, infinitos aos montes. Nada de rir. Nada de cantar. O astro rei já partia, mas ali na água fria que escurecia ainda se refletia. Tinha certa magia naquele ar de despedida quando a vida tão colorida vira cinza. Um fauno em ruínas. E era só. Digno de dó. Do cinza ao pó das feridas puídas. 

Ele sentia os cascos na areia. Uma lágrima vadia pelo rosto passeia. Nada mais o incendeia. Não resta nenhuma candeia. É o vento de gelo que sua tristeza lambia, assim como enrolava os longos cabelos em seus chifres recurvos sem qualquer sintonia. Era apenas mais uma noite de qualquer dia, onde bem podia se afogar e tudo naquela enseada acabaria, como se algo pudesse realmente acabar.

Mas eis que do mar, a assomar, insular, fazendo a água ondular, o tempo parar e até o sol se dobrar para se admirar: ela. Com sua luz vermelha, laranja e amarela. Quente, incandescente e bela. Aquarela. Compondo todas as cores possíveis tal tela. A vela, o farol, a erupção, a personificação das estrelas infinitas maiores que sol, ela, que venceu a escuridão. Ali ao alcance da mão. Anunciação. Por certo, nunca houve criatura mais singela em canto algum da Criação. 

A dama erguida das águas de espelho, espanou o velho, gotejou o instante e soprou o novo. Ela se misturou à  réstia de luz que o sol em despedida derramava, enlaçou as possibilidades do existir no fios ainda úmidos dos cabelos. Nada lhe fazia jus, pois só ela o olhar conduz, para o âmago das profundezas de tudo.

E ele ali sem norte, só ardendo nos cortes, não se fez de forte, tampouco erigiu algum porte. Tão perto nesse porto temendo o parto compôs aquela trama do afã de um peito que conclama "salva-me de mim".

- Não sou assim, pobre fauno. A ninguém eu salvo. Muito menos os invoco. Sigo sendo sereia mesmo se não os toco. Não são vocês meu foco, meu foco é o mar.

- O mar é seu, musa minha. Mas tenho pés na areia, ar nos cabelos e esse frio na espinha. O fim se avizinha. E esse algo em ti me desalinha. Me aninha. Me arranha. Me invoca. Se você me toca, até se sou essa derrota, restará esse meu canto eterno da façanha de estar ao teu lado. Meio funk, meio fado. Uma ladainha que da tua grandeza não se avizinha, mas que provoca, que conclama, que anima e que apanha. Faz valer nesse colorido, o nascer de toda poesia. Mesmo aqui diante do meu ocaso raso, teu oceano é um abismo infindável.

- Não rogue. Talvez lhe cause choque, mas eu nunca maltrato outrém com minha lábia. Depois de tantas eras estou ainda viva, se não sábia. Se foram as lâmias, as súcubos, as erínias, as vampiras e outras formas femininas entre Ishtar e Maria. Mas eu sigo, como consigo, entre tanto perigo, ainda ligo pra encantar-me com o céu, olhando-o do meu mar. Mas tenho esse mar todo meu que não me cabe doar, alienar ou entregar. E digo que o vosso escarcéu nada me diz. Palavras ao léu. Não sou deusa, nem monstro marinho. Não estou no ocaso, nem no copo de vinho. Não vim pra ser teu caminho ou seu ninho. Até tu, fauno, nasceste sozinho. Goza a sorte que quiseres entre os seres por mais que as palavras temperes.

- Então para que esse encontro? Como se dá tal confronto entre ser tão e mar. Como não amarrar duas vontades a se desejar. O mundo todo é feito de monstros. Todos somos deuses perdidos de nossos encantos. Apoteóses decadentes desde o primeiro instante e cada vez mais. Te mostro e aposto que somos, podemos, fugazes e famintos. Estrelas queimando pelo espaço vazio. 

O toque dela foi intenso e o derreteu de início. O beijo dela foi intoxicante e um vício. O aconchegar-se foi como sair voando pelo precipício. O balanço. A dança. Pêlos dele, escamas dela. Carne de ambos. Carinho. Ferver do sangue. O colar dos umbigos. Universos se fundindo. 

Ela cantou no seu ouvido.

Ele rimou pelo pescoço dela.

Ela o domou pelos chifres.

Ele a tomou pelo mar.

Voaram.

E por fim, ali, naquele mar, ele se afogou.


sábado, 15 de janeiro de 2022

Só(nho) ou Par(tido)


Sonhei que você ia 

Se juntar ao povo da correria

Mas eu corri e voei

E ali na beirada do dia

Te alcancei

Voa comigo eu te falei

Tudo que preciso é do seu umbigo

Do seu afago, do seu fado, da gente de papo furado

Que quando você está ao lado

Não tem perigo

Teu abraço é o abrigo que tanto persigo

Daí você sorriu esse sorriso criador de universos

Essa luz que inspira meus versos

E com um beijo disse vem comigo

Ao infinito e além

E foi tanto querer bem

Que não havia rima capaz de comensurar esse trem

De estar com alguém que é uma parte da sua alma

Que o coração faz o mesmo tum tum tão junto

Que te cativa em cada assunto

Que lê seu arrepio na palma

Que te ama com a devida calma

Deixando a paixão invadir

E ali no voo

Cercados de nuvens, passarinhos e ar

Fizemos o ninho e o par

Conjugados até não mais aguentar

Musa poetizando

Poeta te lendo

Com o olhar te venerando

A boca te acendendo

Os dedos te tecendo

No teu colo me entranhando

No teu âmago refazendo

Simplesmente amando

Até unhas gravar

O pescoço morder

Seu nome gritar

E alvorecer

Eterno no teu mar...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Falta do mar


Tem dias que eu sinto falta do mar

Das formas que ele vem me salgar

Doce

D'ocê

A carne, a alma

Com calma

A ir e voltar

Fosse o que fosse

Uma vastidão sem fim a me devorar

Me percorrer, envolver e tomar

Solto em suas correntes sou mar

Ao somar

Só mar

Sem posse

Só ser

Tecer

Teu ser

Tão mar

A tramar

Entranhar

Extasiar

Minha vontade arranhar

Ah mar

Há mar

Há você

E o meu verter

Que é capaz que te roce

Um tanto te coce

Outro tanto avance

Dance

Não canse

Oceanos ainda

Pois mar não finda

Por ser linda na lira essa lida

Mar de ti é vida

Sete mares profundos de te conceber