Algo avança
Fico ofegante
Por um instante tão inebriante
Da tela
Salta ela
O próprio tempo congela
E em um rompante
Ela segue avante
Trança
Corpos e ideias
Não cansa
O peito balança
Passeia
Enlaça
Uma semântica traça
Entra por cada veia
Cada sentido
Cada sinapse
Conforme vai sendo lido
Queima
Inflama
Incendeia a trama
No ápice
Chama
Derrama
Caudalosamente em mim essa poesia
Musa
Minha
Que arranha minha espinha
Devora minha carne
Arde
Invade
Com tal alarde
Esse mar
Até restar
Só nós dois...