"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
quarta-feira, 1 de novembro de 2017
Perdidos e achados
- Já passamos por aqui...
- Tem certeza?
- Nunca dá pra ter certeza.
- Melhor voltar então...
- Voltar nunca é a melhor opção.
- Tem certeza?
- Vamos seguir mais um pouco.
- Mas já não está mais sendo divertido...
- Isso não é motivo pra desistir... Lembra da música "tente outra veeez"...
- Que horrível isso. Ficou parecendo coisa do tipo "sou brasileiro e não desisto nunca".
- Porra, é Raul.
- Eu sei... Mas o seu uso foi brega e clichê.
- Estou tentando achar um caminho...
- O caminho não precisa ser achado. O caminho está dado.
- Os caminhos somos nós que construímos. Por isso mesmo que não dá pra voltar... Voltar seria um novo caminho. Ou um ramo do mesmo caminho...
- Você e suas semânticas, sintaxes e prolegômeros...
- Prolegômeros?
- Essa sua enrolação com as palavras. Você entendeu o que eu quis dizer.
- Entendi. Sempre entendo até se não entendo, faz parte, né?
- Parece que sim. E essa pedra aqui?
- Não lembro dela.
- Parece familiar.
- Para os antigos tudo é familiar de alguma forma...
- Nós somos os antigos?
- Somos, ué.
- Fale por você, eu sou jovem.
- Jovem das antigas, só se for.
- Aham. "Senta lá, Claúdia".
- Bem, eu continuo não lembrando da pedra, creio que podemos evitá-la e deixá-la perdida em algum programa infantil dos anos 80. Talvez seja melhor esperar a noite e nos orientarmos pelas estrelas e pela...
- Lá vem você com a noite e as estrelas. Eu sei bem o que você quer.
- E a lua...
- Com lua, menos estrelas.
- As estrelas são sonhos longínquos, mortas em um passado de possibilidades distantes que nunca chegam a ser. São apenas quimeras pra desenhar nossos mitos. Como uma criança colorindo o box do banheiro a cada banho. A lua comanda nossas marés, cuida do nosso cabelo, regula nossos ciclos, acalenta nossos sentidos quando menos enxergamos. Sempre prefiro me orientar pela lua. A lua atrai e embala.
(Suspiros) - Tá bom. Vamos esperar a lua, pelo menos ficamos no mesmo lugar. E esperamos como?
- Veja, um barranco. Creio que podemos encostar ali...
- Ou rolar, seu velho ranzinza...
- O que vocnkdjnjfbhadjfbçddf....
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