Salve salve pessoas.. andei sumido porque por cá eram tempos de Festival.. prazer sagrado de acompanhar jurado pra mãe, filme por filme, devidamente introjetado até a última imagem...
Esse ano houveram dificuldades extras, pois trabalhar à noite me obrigou a ir ao Festival na 2a sessão Às 23h, quase todos os dias.. ainda assim, gostei muito desse ano.. a seleção de filmes tava de 1a e achei que a premiação trabalhou dentro das espectativas...
Lembrando pra quem não sabe, que no festival são exibidos 2 curtas e um longa por noite...
4a - 18/11
Homem-bomba: Um curta sobre dois meninos que são sentinelas do tráfico. Dois garotinhos de arma na mão e deixando sair as traquinagens mesmo de arma na mão. Tem um tom melancólico e simbólico com a morte dos garotos. Tenta ser poético, mas acaba sendo meio blazê...
Os Amigos Bizarros do Ricardinho: Esse curta gaucho certamente foi a coisa mais engraçada do festival. Engraçado do verbo rolar de rir no chão. Ele apresenta essa figura.. exótica.. do Ricardinho.. um arte-finalista que conta histórias sobre seus amigos.. bizarros.. com a prima que o namorado morreu dançando com ela.. ou a tartaruga que fugiu de casa e depois voltou..
Filhos de João, Admirável Mundo novo Baiano: Documentário sobre os Novos Baianos. Genial. Os depoimentos sao ilários. Como me disse minha mãe: "Filme de maconheiro.. você vai adorar..". AS doideras.. a inflência do João Gilberto.. a sonoridade única.. realmente os hippies brasileiros.. rs
5a - 19/11
Bailão - Um pequeno documentário sobre uma casa noturno, tipo baile da 3a idade, só que para gays. Música brega, essas coisas.. não achei lá essas coisas...
Água Viva - Esse curta foi a coisa mais nada a ver que eu vi no festival. Trata de uma menina que vive reclusa com o pai, acaba sendo seduzida pelo cara que tá trabalhando na obra da casa dela e no fim pari uma água-viva.. simbólico? Filosófico? Pra mim.. só ruim mesmo.
Perdão, Mister Fiel - Esse documentário fala sobre a morte do operário comunista Manoel Fiel Filho nos porões da ditadura.. um dos estopins que learam à reabertura. Conta com depoimentos que vão do Lula ao FHC. As cenas de reconstituição são meio forçados, mas tem depoimentos estupendos como o do ex-funcionário do DOI-Codi...
6a - 20/11
Dias de Greve - História de alguns funcionários de um fundição passando as dificuldades de uma greve.. moradores de Ceilândia, além do aperto e dos conflitos internos, que os leva a ceder no final, ainda trabalham no barracão da escola de samba como soldadores, tendo uma pequena apoteóse no desfile. A escola, no entanto, pertence ao patrão.
Ave Maria ou Mãe dos Sertanejos - Sinjelo curta sobre as representações culturais e a importância de Maria no imaginário popular nordestino. Interessante e delicado.
Quebradeiras - Certamente o filme com a melhor fotografia do Festival. Além das imagens belíssimas, o filme vai ter submergindo na temporalidade cíclica das quebradeiras de babaçu. O filme explora poeticamente a linguagem de corpos, cantos e vivências, deixando o impacto das belezas naturais e a agrura cotidiana se misturarem.
Sábado - 21/11
Verdadeiro ou Falso - Como disse o próprio diretor: "um filme sobre amor e cinismo", muito engraçado e interessante. Um tanto dicotômico eu diria, mas certamente tem seu lado de verdade.. e de falsidade..
Recife Frio - Esse genial curta pernambucano trata de um hipotético fenômeno climático único que derruba a temperatura tropical de Recife. O impacto e as transformações na cultura local são mostrados pelas lentes de uma equepi de reportagem da Noruega se não me engano... muito legal.
O Homem Mau Dorme Bem - Uma espécie da faroeste caboclo no interior do MT. Nó vamos acompanhando a história entrecortada e conhecendo a história da amor de Rita e um palhaço de circo frustrado pelo avô da moça. Entre idas e vindas, a história culmina num tiroteio em um posto de gasolina, onde bandidos sao mortos, o mocinho se revela. Como eu disse, faroeste.. caboclo..
Domingo - 22/11
Carreto - Na minha modesta opinião, o curta mais tocante do festival. Ele conta a história de um menino que faz carretos (carrega coisas em um carrinho de mão). Chegando à casa de uma das mulheres pra quem carrega marisco, ele depara-se com uma menina acometida de paralisia infantil e vê a cadeira de rodas destruída. Encantado após receber um desenho da garota, ele sai atrás de concerto para a cadeira. Sem resultados. Ao voltar e levar um bronca, ele passa a carregá-la no carrinho de mão. Lindo.
A Noite por testemunha - Uma ficção baseada no caso do assassinato do índio Galdino em 1997. Pra quem nao lembra, foi o episódio em que 5 jovens de clasee média de Brasília incendiaram um índio em uma parada de ônibus, afinal de contas eles achavam que "era só um mendigo" e que "iam só dar um susto". Muito bem feito, não linear, culminando com a cena do ataque.
Proibido Fumar - O grande vencedor do Festival. A Glória Pires e Paulo Miklos dos Titãs tão ótimos de casalzinho quarentão e o filme tira boas risadas, além do roteiro bem amarrado. Fora que pra quem fuma é um colírio nesses tempos anti-tabagismo.. rs
2a - 23/11
Azul - Narra a história de uma mae que cruza o sertão todo dia para levar as cartas do filho sumido para uma amiga ler. Termina com a volta do sujeito, que antecede uma nova partida e uma nova carta.
Faço de Mim o Que Quero - Que é sobre a amplitude da música brega na cultura pernambucana. Confesso que não curti muito não.
A Falta que me Faz - O último loga falava da vida e sofrimento de quatro garotas no interior de Minas Gerais. Amores e complicações destes marcam a vivência das meninas. O documentario busca a delicadeza, mas jaz no insosso.
"O objetivo principal não é descobrir, mas refutar o que somos. (...) Não é libertar o indivíduo do Estado e de suas instituições, mas libertar-nos, nós, do Estado e do tipo de individualização que vai ligada a ele. É preciso promover novas formas de subjetividade..." Foucault
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
segunda-feira, 16 de novembro de 2009
Autópsia...
O cheiro era doce. Estava fria. Carne doce e fria. Ainda macia. Ajeitou os cabelos pretos desgrenhados espalhados com um manto sobre a mesa de metal. Parecia uma espera eterna. Tinha grandes buracos por todo corpo. Os fluídos corporais tinham parado de transbordar.
Ao longe, soavam os ecos distantes dos passos de alguém de todo indiferente.
Os olhos vidrados e vítreos encaravam o teto branco e a luz bruxulenta. Colocou o dedo na primeira ferida. Larga, profunda.. visseral.. permitia identificar a arma cortante manipulada por uma mão pesada de homem bruto que machuca. Certamente foi a primeira. As coisas primeiras.. para o bem e para mal.. são sempre deveras impactantes. Por ali perdera-se sangue, esperanças e vivências. Ainda jorravam quando as demais feridas foram abertas. Fato.
Eram mais sete. Iam do ombro esquerdo à virilha direita. não havendo um padrão além da fatalidade. O último e menor fora justamente o que causara o óbito. Quase um tiro de misericórdia. Um pequenino orificio que ainda tinha as bordas queimadas do calor do metal que por ali passara. Um disparo seco e direto que ela poderia dizer não ter visto de onde veio, nem como veio. Um estalido e está lá mais um corpo estendido no chão.
Uma busca rápida conduziu à bala ainda ali alojada. Não podia ser retirada, parecia encrustada em um osso. Parecia que mesmo morta ela não abdicava da representante máxima de uma sensação. Ela como as outras mulheres era pródiga em se agarrar à vertigem da queda.. dava ares de vôo.. negava o enjôo.. e quando um corpo esquartejava-se contra o solo, um suspiro e não um grito lhe fazia trilha sonora.
Deixou ali a bala.. as feridas ainda abertas que acompanham toda uma vida.. os olhos fixos e os cabelos desgrenhados.. fez as últimas anotações no formulário ciente de que palavras e cicatrizes nunca são de todo sinceras...
Ao longe, soavam os ecos distantes dos passos de alguém de todo indiferente.
Os olhos vidrados e vítreos encaravam o teto branco e a luz bruxulenta. Colocou o dedo na primeira ferida. Larga, profunda.. visseral.. permitia identificar a arma cortante manipulada por uma mão pesada de homem bruto que machuca. Certamente foi a primeira. As coisas primeiras.. para o bem e para mal.. são sempre deveras impactantes. Por ali perdera-se sangue, esperanças e vivências. Ainda jorravam quando as demais feridas foram abertas. Fato.
Eram mais sete. Iam do ombro esquerdo à virilha direita. não havendo um padrão além da fatalidade. O último e menor fora justamente o que causara o óbito. Quase um tiro de misericórdia. Um pequenino orificio que ainda tinha as bordas queimadas do calor do metal que por ali passara. Um disparo seco e direto que ela poderia dizer não ter visto de onde veio, nem como veio. Um estalido e está lá mais um corpo estendido no chão.
Uma busca rápida conduziu à bala ainda ali alojada. Não podia ser retirada, parecia encrustada em um osso. Parecia que mesmo morta ela não abdicava da representante máxima de uma sensação. Ela como as outras mulheres era pródiga em se agarrar à vertigem da queda.. dava ares de vôo.. negava o enjôo.. e quando um corpo esquartejava-se contra o solo, um suspiro e não um grito lhe fazia trilha sonora.
Deixou ali a bala.. as feridas ainda abertas que acompanham toda uma vida.. os olhos fixos e os cabelos desgrenhados.. fez as últimas anotações no formulário ciente de que palavras e cicatrizes nunca são de todo sinceras...
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Bailado...
Contradições. mas também tradições. contraditório até nisso. traduções. traições. discrepante. doces. caminhos. olhos castanhos. arranha. psicodélico. far far away. janelas temporais. diálogos. rascunhos de viver. gostosuras. travessas. arte. sabores. paladares. temperos. olfato puro. odores impuros. transições. let's rock. let's reggae. let's samba. Led Zeppelin. The doors. Hendrix. Janis. Ringo. Stones. Floyd.. Raul. Rita. Arnaldo. Ney. Chico. Elis.. como os nossos pais.. amigos. mary jane. gelada. livros. notívago. mãe. dança. escarcéu. o diabo é o pai do rock. tempo espiral. azul. riso largo. lago. ou rio. curiosidade. exagero. abismos. vertigens. pavio longo. intensidades variáveis. pescoços. costas. tatuagem. aromas. devaneios. suor. saliva. salve de palmas. saudações. encontros e despedidas. contato. tato ou trato. sagrados. profanos. deveras. devoras. tudo. e o nada. pois sim. pois não. pelo chão.. pelo ar.. pelo par.. o prazer é todo meu.
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Krig-há Bandolo...
Salve pessoas.. postagem nova do Raul lá no musicalidades...
Ah.. e aproveitando pra agradecer à dona Renata.. do blog Canto de Detalhes.. que me deu um selo :
Tenho que listar 10 coisas que não saem da minha cabeça..
Histórias, personagens, contextos, processos, gente, músicas, futebol, amor, enredos, problemáticas, indiossincrasias, possibilidades.. não necessariamente nessa mesma ordem.. rs
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