Seja a curiosidade
O desejar experimentar alguma novidade
Invadidos com certa perplexidade
Gozar da possibilidade
Que à despeito da rigidez da realidade
Nos balança
Veja os da mocidade
As crianças
Que deixam o saborear entrar na dança
E atiçados
Saem atrás dos tesouros cobiçados
Com ímpar esperança
Quase abobados
Em um lazer que não se cansa
Querem o prazer
E nunca a temperança
Se não sabem fazer
Aprendem
E o mundo se trança
Não se rendem
E enquanto a maioria
Aos costumes antende
Pela periferia
O que eles quebram
Que se remende
E sirva para toda cidade
Para toda e qualquer vaidade
Não alguma essencial verdade
Mas sim a magnificidade
De uma nova beleza
Ante o velho cansaço
O deixa que depois eu faço
O postergar do passo
O arrefecer no traço
A perpétua continuidade no espaço
Pelo tempo
Tem pó
Mas quem tem pé
Corre atrás
Não de paz
Mas sempre de algo mais
Pois onde a curiosidade jaz
Mil vidas
Mil vidas
Se vive
Ou mais até...