sexta-feira, 25 de maio de 2007

Eu sou eu... Nicuri é o Diabo...

Eu ando
Tanto
E ainda canto
Se não todo o tempo
Por vários momentos
Mesmo que soe como pranto
Sustento o canto
Ostento o canto
Independente da parte
Do porte
Da sorte
Da morte
Sou forte
Mesmo sendo fraco
Às vezes peço um trago
Ou mesmo um afago
Se me rasgo.. se me acabo
Ando um pouco mais
Firmo passos e faço deles traços
Busco pelos abraços
Das pessoas camaradas
As que me acompanham na jornada
Doces criaturas aladas
Sagradas pela nossa profana empreitada
E por lá me perco
Tanto, que me acho
E inquieto o faixo
Porque ficar quieto é coisa de quem não canta..
E eu canto
Tanto
E mais..
Essa é minha paz
Insone e indolente
Andando pra frente
E olhando pros lados
Rebuscando uns fados
Cheia de amantes e amados
Potencializando minha mente
Meus montes
Estabelecendo tantas pontes
Que o movimento incomoda os vizinhos
Alguns parcos seres mesquinhos
Que me cospem na cara
Mas isso é coisa rara
E eu só limpo o cuspe
Retribuo com uma risada
E retorno pra caminhada
Pro canto
Que é tanto
E tamanho
QUe me asanho
E relembro que ser eu não é fácil
E até me saio bem nisso
Então faça o favor de vir comigo
Cantar ao meu lado....

sexta-feira, 18 de maio de 2007

4 ANOS...

Certa vez, num dia 17 de maio, lá fui para um churrasco
Mas não qualquer churrasco
Um churrasco da História
Onde eram batizados os calouros com pinga "dá boa"
Fumavasse maconha em quantidades exorbitantes
Bebia-se até a última lata ou até a última garrafa do que tivesse
Churrasco aliás como não se faz mais
Mas enfim.. o churrasco é só o onde (aliás na casa do Boca, no Lago Norte..)
Uma parte do contexto
Era um sábado
Estava repletos de deliciosas figuras ébrias e loucas
Tinha boa música, carne e até uma sinuca
Enfim, tudo seguia beirando a perfeição profana a que historiadores são afeitos...
Foi lá que, próximo da fogueira, coloquei pra jogo minha garrafa de Tequila
Embriaguei meia dúzia de bravos que ainda perduravam por lá à noite
E entre elas estava uma amiga
Uma amiga da Daphne, minha amiga
Uma bela amiga por sinal
Que uma vez embriagada de tequila ficou à minha mercê.. risos
Bastou um dedicado e abnegado copo de água com áçucar para eu poder provar o mais saboroso e incrível beijo jamais testemunhado na face de nosso planetinha..
E daí foi paixão..
Intensa, imensa e propensa a não mais acabar...
Isso foi a 4 anos.. 4 magníficos anos atrás..
Depois disso.. eu liguei.. corri atrás.. marquei presença.. fiz meu filmei.. mostrei serviço.. e tchan tchan tchan... cá estou noivo-amante-enamorado-dominado pela senhorita mais perfeita sobre a qual já puz esse parcos olhos...
E nesses 4 anos descobri minha maior amiga
Minha alma mais companheira
A canceriana mais curandeira, cuidadosa e amável confeccionada pelos Deuses..
O amor numa frequência daquelas inimagináveis..
O que dizer?
Que não a mereço..
Bem isso ela sabe..
MAs eu me esforço para compensar.. risos
E sempre me esmerarei em estar à altura do ser mais inebriante da existência...

Amo você Dé.. mais que ontem.. e menos que amanhã..
Beijos

"Se você vier pro que der e vier comigo
Eu te prometo o sol se hoje o sol sair
Ou a chuva se a chuva cair
Se você vier até onde a gente chegar
Numa praça na beira do mar
Um pedaço de qualquer lugar
Neste dia branco se branco ele for
Esse canto, esse tanto de amor, grande amor
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo
Se branco ele for
Esse pranto, esse tanto, esse tão grande amor, grande amor
Se você quiser e vier pro que der e vier comigo..."

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Descansado..

Certa vez, num passado não muito distante
Ainda que distar seja mais próprio ao espaço
Do que ao fluxo temporal
Me taxaram de DESCANSADO..
E sou, não vá me entendendo errado
Sou com orgulho
Ostento meu descanso
E elogio meu ócio, já tão combalido o pobre
Massacrado pelos árduos trabalhos
Descansar é uma arte em extinção

Mas o descanço em questão
Referia-se às minhas enevoadas sinapses
Relaxadas por não desgastar-se com as vicissitudes desse mundo cristão
Não, a questão aqui não é religião
É mais sobre ganhar o pão
Ou não
E chorar a cada passo
Isso eu não faço
Tanto pelo valor de minhas lágrimas
Quanto pelas indiossincrasias inerentes aos processos
Hão de haver preces
Clamores
Suplicas
Desejos
Exitação
Temores
Ardores
Decepção
Mas não hei de me preocupar em vão
Se me preocupo com o que fadado está
Sendo que o que fazer não há
Apenas desgasto minha parca carne
E meus torpes sentidos
Se me preocupo com o acontecido
Com o leite derramado
Com o carro roubado
Ou o emprego perdido
Fico desassistido de minha cotidiana animação
Virão outros carros, empregos e dias
É assim que funcionam os ciclos
Os idos e vindos
Os diálogos imprecisos
É o roteiro da criação...
Tudo que se ganha nessa vida é pra perder
O que eu hei de fazer
Me cansar de preocupação?
Claro que não...
(E vamos à enebriante fumaça...)

segunda-feira, 14 de maio de 2007

Insone...

Os dias estão corridos
Os pés estão exauridos
E talvez por isso haja tantos sorrisos
Imprecisos...
O cansaço me alimenta
Sou daqueles que voa, mas não senta
Mantenho a cabeça atenta
É parar que se lamenta...
Tenho reggae, cordel, eletrônicos e forrós na alma
E, ainda, muita calma
Para lhe beijar a palma
Enquanto me deito
No teu leito
No teu peito
Atento ao jeito
Do teu trauma...
Vieram parentes
Passaram os doentes
Gritaram os inclementes
E eu.. um tanto dormente...
Mas vim..
Vi..
Venci..
O tempo..
Por hora descanso as asas
Até que tenha de revoar sobre as casas
Derramar as travessas rasas
Para apagar as brasas
Das tuas chamas...
Chamas?
Amas?..
Clamas?...
Tramas...
Eu tramo..
Conclamo..
Eu amo..
Como um fauno insone...

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Uma homenagem feita a uma certa moça...

Tomando a liberdade de publicar aqui um diálogo com uma fada, que encontro em cantos recôndidos de minhas sinapses...

Salve salve minha cara.. tão rara..
E nós nesse saara..
Envoltos por essa coisa amarga..
Me cansa incolor bestialidade dos ordeiros..
São como cinzeiros..
A transbordar a carga..

"Quero deixar as janelas abertas
E deixar o equilíbrio ir embora
Cair como um saxofone na calçada
Amarrar um fio de cobre no pescoço"

Pois saibas minha dama..
NEsses momentos em que me instiga a chama
Da minha face desgovernada e insana
In sana..
Acompanhe bem a trama..

"Ascender o intervalo pelo filtro
Usar um extintor como lençol
Jogar polo aquático na cama
Ficar deslizando pelo teto"

São tantos os iluminados
E tão pouos os descaídos..
Ainda menos os assumidos..
Talvez isso faça desses lados mais bonitos
E nem por isso mais convictos
Oh não..
Pobres descaídos..
Os iluminados ordenam..
Enquanto somos o caos inerente ao sistema..

"Da nossa casa cega e medieval
Cantar canções em línguas estranhas
Retalhar as cortinas desarmadas
Com a faca surda que a fé sujou"

Por sorte há lua
Com esse cheio brilhar
E o sol, que ando a buscar
Pelo alvorecer da manhã
Hoje não há de falhar
Um rodopio amigo
De pensamentos contigo
Essas nossas colisões de instigância rara
Sempre inspirador saber de vicissitudes de avatares..
Desses seres alados e asas sangradas
Sagradas
Profanas
Marcadas..

"Desarmar os brinquedos indecentes
E a indecência pura dos retratos no salão
VAmos beber livros e mastigar tapetes
Catar pontas de cigarro nas paredes"

Agradecerei-te sempre pela singela companhia
Nessa caminhada imaginária
Solitária
Do dia a dia
Conhecida, pensada, resistida, mas nunca vencida
Sempre batalhas por travar
"Nunca se vence uma guerra lutando sozinho.. cê sabe que a gente precisa entrar em contato" já diria Don Raulzito
Enfim, és ombro amigo
Que carrego comigo
Digna de sussurros

"Abrir a geladeira e deixar o vento sair
Cuspir um dia qualquer no futuro
De quem já desapareceu
Deus.. Deus.. somos todos ateus"

QUe lhe andem temperados os sabores
E brilhem os depositários de seus olhares
Afortunados de tamanha sorte
Dessa sua magnificência forte
Não só nos cortes
E nos fados
Mas nos bordados
Nas pegadas guardadas..
Nos olhos brilhosos
E nas curtas madeixas..

"Vamos cortar o cabelo do príncipe
E entregá-lo a um Deus plebeu
E depois do começo
O que vier vai começar a ser o fim"

Enfim..
És sempre bem vinda em meu esfumaçado mundo..


Espero que não te importes de fazer de todos, o que era só teu...
Hei sempre de recompensá-la